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Guilherme Aluízio deixa legado no jornalismo e no empreendedorismo

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O jornalista Guilherme Aluízio de Oliveira Silva, presidente do Grupo Jornal do Commercio, morreu aos 82 anos, em São Paulo. Dr. Guilherme, como era chamado carinhosamente pelos funcionários da empresa, estava internado há quatro meses no Hospital Albert Einstein. Seu corpo será trasladado da capital paulista e chega às 15h desta terça-feira em Manaus. E o velório começa às 16h no salão nobre do Palácio Rio Negro, na avenida 7 de Setembro, Centro. O enterro será às 16h de amanhã no Cemitério São João Batista. Jornalista e empresário, ele também presidia o Sineja (Sindicato das Empresas Jornalísticas do Estado do Amazonas) e ainda foi proprietário da Rádio Baré que, junto com o JC, figuram como uns dos veículos de comunicação pioneiros e mais antigos do segmento no Amazonas.

Guilherme Aluízio também foi vice-presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas). Em 2017, foi homenageado pela Aleam (Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas) por contribuir na divulgação das atividades da indústria da região.  O governo do Amazonas divulgou ontem nota de pesar pelo falecimento do jornalista. Com 35 anos de atuação à frente do JC, Guilherme Aluízio deixou um legado no jornalismo amazonense e se notabilizou como grande empreendedor. Suas empresas são diversificadas, mas foi na área jornalística que mais atuou, revelando seu empreendedorismo nato como homem de negócios e de grande visão de futuro. Imparcialidade nas informações, sempre a serviço das comunidades e da sociedade como um todo, com muita seriedade e credibilidade, são as marcas dos seus veículos de comunicação que por mais de três décadas vêm registrando os fatos da história amazonense nos mais diversos segmentos da população.

A cobertura jornalística nos 115 anos de atuação do JC serve hoje de consulta para eventuais historiadores interessados na pesquisa sobre a historiografia do Estado, sob as mais diversas nuances – políticas, sociológicas e antropológicas, principalmente.    

Guilherme Aluízio com a esposa, Selma Bomfim

Quem compartilhou o dia a dia na companhia do jornalista Guilherme Aluízio teve oportunidade de  conhecer de perto um homem que chamava a atenção pela boa educação, elegância, solidariedade, bondade e pelo bom trato com as pessoas, sem distinguir pobres ou ricos que cruzassem o seu caminho. Tratava a todos, independentemente de classe social ou econômica, com a mesma distinção e compreensão. “Apesar de seus 82 anos, o dr. Guilherme era um homem visionário, muito à frente de seu tempo. Foi a pessoa mais educada que conheci em toda a minha vida e tinha-o como um segundo pai. Muito distinto, ele vai fazer falta ao jornalismo amazonense, onde sempre foi um grande referencial de competência e credibilidade”, define Adalberto Antônio dos Santos, superintendente do JC.

Adalberto conta que dr. Guilherme, como o chamavam os funcionários do jornal, foi pioneiro no jornalismo segmentado no Amazonas. “Há 15 anos, ele percebeu que os jornais precisavam se segmentar para manter a competitividade no mercado. E com isso, tornou o JC o primeiro jornal segmentado em economia no Estado”, acrescenta o superintendente.  

Para Sócrates Bomfim Neto, vice-presidente do JC, o pai deixou um legado exemplar na história do Amazonas e também no ambiente familiar. “Foi o melhor pai. Ele sempre nos dava uma grande lição de vida tanto no diálogo como nas ações. Não conheci uma pessoa mais justa e mais centrada do que ele”, diz Bomfim Neto. “É um sentimento de perda muito grande para mim e para toda a minha família”, acrescenta o empresário.  

Segundo Sócrates Bomfim, o JC continuará com a mesma trajetória empreendida por Guilherme Aluízio, com muita imparcialidade nas informações e sempre do interesse da população e da classe empresarial. “Manteremos todo o legado que ele construiu por 35 anos de atuação. Tudo continuará da mesma forma como ele deixou”, afirma.

O jornalista Fred Novaes, editor-geral do JC, define Guilherme Aluízio como um homem de sucesso, que não se deixou abalar nos momentos mais difíceis da profissão. “Era dono de uma inteligência emocional muito grande. Nunca lhe subiu à cabeça o fato de ser bem-sucedido no jornalismo e na vida empresarial.  Sempre demonstrou humildade no trato com as pessoas. Homem diplomático, era muito querido no campo profissional e respeitava a todos na redação, dando muito liberdade para a atuação dos jornalistas”, diz Novaes.

Para Fred Novaes, Guilherme Aluízio deixa um legado de luta e uma convicção de que todos devem fomentar o setor produtivo em defesa da ZFM (Zona Franca de Manaus), o principal instrumento de desenvolvimento do Amazonas. “O JC é um defensor da manutenção da ZFM. Ele tinha um relacionamento fantástico com todos e era um prazer poder trabalhar com um homem tranquilo e muito ciente das peculiaridades da profissão”, acrescenta.

Comoção

Muitas abaladas, Ieda de Oliveira Silva, Aury Silva Sena e Yone Silva de Castro, irmãs do jornalista Guilherme Aluízio, preferiram não falar sobre a morte do irmão. O administrador de empresas Ricardo Flávio Castro, também ex-colunista social do JC, falou à reportagem. Segundo ele, o jornalista foi o pilar da família depois da morte do avô, o português Álvaro Sachina da Silva.   “O que posso te dizer é que meu tio foi, na ausência do meu avô Álvaro, o chefe da família. Ele nos deixou norte, carinho, nos deu orientações e sempre nos incentivou na vida”, diz Flávio. “Ele sempre priorizou a educação e deu muito incentivo para minhas tias que são professoras”, afirma.

Segundo o administrador, Guilherme Aluízio também investia nas causas sociais. Até do Hospital Alberto Einstein, onde ele esteve internado por quatro meses, procurava exercer essa função, ajudando entidades filantrópicas, como a Creche Madalena Arce Daou, no bairro São Lázaro, zona centro-sul de Manaus, com a doação de mantimentos, brinquedos, entre outros produtos de primeira necessidade. “Ele preferia não se identificar nas doações que fazia. Foi uma perda muita grande para toda a família”, acrescenta Flávio.

De acordo com Flávio, que é filho de Yone Silva, o tio tinha dupla nacionalidade por ser descendente de portugueses. Por isso, foi diretor de comunicação social do Luso Sporting Clube em Manaus. “Teve uma vida exemplar e muito atuante”, diz. O jornalista deixa um filho e esposa. Por mais de 30 anos, o JC  foi a grande escola para o aprendizado de jornalistas que atualmente são referência de competência e visão na área no Amazonas. Grandes nomes iniciaram a carreira em sua redação, ainda na época da máquina de datilografia. E ainda hoje iniciantes na profissão mantêm esse intercâmbio constante com a empresa jornalística.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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