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“Fogo amigo” contra a ZFM

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Representantes das indústrias do PIM (Polo Industrial de Manaus), questionam governo do estado, sobre possível cobrança de tributos a empresas terceirizadas do setor de componentes. Segundo eles, encargos podem encarecer os custos das companhias, afastar investidores, gerar desempregos e consequentemente ocasionar uma desconfiança jurídica no setor. O assunto foi discutido na reunião do Codam (Conselho de Desenvolvimento do Estado do Amazonas), realizada ontem (29), no auditório da Seplancit (Secretaria de Planejamento, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação).

Para o vice-presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Nelson Azevedo, a decisão do governo em aplicar as cobrança dos impostos às empresas terceirizada do setor de componentes, pode ocasionar descredibilidade do modelo zona franca e afastar possíveis investidores prejudicando toda uma cadeia produtiva.

“Se não é suficiente os ataques externo que o modelo sofre, ainda existem pessoas do nosso estado que guerreiam contra o modelo. Isso causa descrédito a estrutura do polo de industrial, gerando a desconfiança das empresas. Quando você enquadra uma empresa que não pode gozar desses incentivos fiscais, você impede que elas invistam na geração de emprego e renda no estado”, frisou.

O presidente destacou, que em momento algum a lei lei 2.826/2003 – que fala da política estadual de incentivos fiscais – proíbe a terceirização e a encomenda da fabricação de produtos no PIM. E reforçou, que a decisão do governo coloca todos os lados envolvidos em uma situação delicada que pode enfraquecer o modelo z ZFM (Zona franca de Manaus).

“Essa interpretação para a indústria é ruim. A lei não diz em momento algum que você não pode terceirizar e fazer a fabricação por encomenda. A partir do momento que você muda a regra do jogo no meio da partida, isso causa insegurança jurídica para as empresas que querem investir. Nosso modelo já sofre ataques de outros estados, e agora nós mesmos nos auto destruímos. Ninguém nos defende e ainda somos capazes de nos atacar. Está na hora de lutarmos no mesmo lado e deixar esse fogo amigo”, disse.

Segundo o consultor econômico Raimundo Lopes, a terceirização de etapas de industrialização existe desde a criação do polo industrial de Manaus, e em nada vai contra a lei de incentivos fiscais do estado. “O fabricante intermediário não paga esse tributo porque tem projetos aprovado para criar o produto. O estado está criando uma dificuldade para uma ação que está sendo praticada desde o início. A operação das empresas terceirizadas está completamente legalizada e prevista na legislação”, explicou.

Lopes enfatizou, que se o estado proibir a terceirização das etapas de produção, as companhias terão que investir na compra de equipamentos para complementar suas operações. Isso traria um encarecimento da cadeia produtiva, e consequentemente gerar desemprego no segmento.

“Tudo isso pode ocasionar um aumento dos cultos dos equipamentos para a produção, levando as empresas que prestam esses serviços a reduzir seu quadro funcional e consequentemente demitir o seu quadro funcional, ocasionando ainda a insegurança jurídica do setor”, disse.

Segundo o presidente do Corecon-AM (Conselho Regional de Economia do Amazonas), Mourão Júnior, o cenário mostra uma a falta de visão do governo, no que diz respeito aos benefícios que as empresas terceirizadas trazem para o Amazonas. E criticou a desorganização da Seplancit (Secretaria de Planejamento, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) na coordenação dos incentivos fiscais concedidos às fábricas do segmento de componentes.

“Para o governo é muito mais fácil mudar a legislação e colocar mais tributos, do que atrair mais empresas para aumentar arrecadação. Tributar um segmento só vai encarecer o seu custo de sua produção, e consequentemente reduzir a competitividade dos seus produtos. no mercado. Isso vai deixar de atrair novos investidores. Isso só mostra a falta de planejamento para tentar manter uma arrecadação penalizando o modelo zona franca”, explicou.

Na reunião do Codam, o secretário Alfredo Paes, assegurou que o governo do estado não tem a intenção de comprometer o desenvolvimento do setor. Mas, lembrou que é preciso seguir as normas, que foram definidas no conselho de recursos fiscais da Sefaz-Am (Secretaria de Estado da Fazenda do Amazonas).

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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