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“Expectativa para o polo eletroeletrônico em 2010 é forte, principalmente para TVs”

Vender 12 milhões de televisores contra 9,5 milhões comercializadas em 2009, um incremento de 26,31%, por conta da Copa do Mundo é a aposta da Eletros (Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos) para este ano. A entidade também projeta um crescimento de 20% para o segmento de condicionador de ar. O presidente da entidade, Lourival Kiçula, disse que 2010 será o ano da mudança tecnológica. “O CRT [sigla em inglês para tubo de raios catódicos] vai cair mais ainda para dar lugar às telas de plasma, LCD [display de cristal líquido] e LED. O dirigente fala ainda sobre os 43 anos da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus). Veja, a seguir, a entrevista na integra.

Jornal do Commercio – Qual o balanço que o senhor faz da Suframa nestes 43 anos?

Lourival Kiçula – Totalmente positivo.. Foi oportuno criá-la em 1967 e, na década de 70, o modelo começou a crescer.Várias fábricas vieram ao Brasil para produzir no PIM. Inicialmente, veio a CCE, Sanyo, Sharp, Panasonic e muita outras vieram mais tarde, depois os coreanos. Sem essa oportunidade da ZFM não teriam vindo com tanta facilidade para cá.

JC – Da forma como o modelo está se portando é possível se imaginar que haja novas prorrogações?

Kiçula – Com certeza. Todos vão trabalhar neste sentido, porque é importante não só para o Amazonas como para o país. Se o Brasil tem uma zona incentivada é uma coisa. Mas ter uma área ao mesmo tempo preservada e incentivada, como é o caso da ZFM faz toda a diferença.

JC – Os entrepostos da ZFM, inclusive o de Uberlândia (MG), são importantes para as empresas?

Kiçula – Sim, porque são depósitos de produtos que estão próximos do grande centro distribuidor. Se ele está muito longe do revendedor se pré-paga o ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços], se tem por perto pode faturar gradativamente e isso facilita.

JC – Como está a representatividade da Eletros no PIM?

Kiçula – Toda a linha eletrônica e parte da linha branca –condicionador de ar e forno microonda– está no PIM e nos representamos todos eles.

JC – Qual a expectativa de crescimento para a linha eletrônica em 2010?

Kiçula – É muito forte, principalmente os televisores por conta da Copa do Mundo que vai acontecer em junho. No entanto, isso vai fazer o ano ficar com a sazonalidade invertida. Ou seja, tradicionalmente as vendas de TVs acontecem 40% no primeiro semestre e o restante no segundo, por conta do Natal. Neste ano, 60% das vendas vão acontecer no primeiro semestre.

JC – Em quanto a produção de TVs deve crescer em 2010?

Kiçula – Mais de 20%. Em 2009 foram produzidos 9,6 milhões de televisores e a expectativa dos fabricantes é que chegue a 12 milhões em 2010.

JC – A mudança tecnológica influencia nesse resultado?

Kiçula – Sim, o modelo CTRC vai cair ainda mais para dar lugar ao plasma, LCD (cristal líquido) e o LED (Light-emitting diode).

JC – A tecnologia LED já está sendo comercializada?

Kiçula – Está, mas ainda é incipiente. No mundo inteiro, essa tecnologia está sendo gradativa, como ocorreu com as outras. A produção está começando, ainda não tem produção em escala, mas é uma tendência, porque reduz o consumo de energia.

JC – No fim de 2009, a oferta de telas de LCD não acompanhou a procura, o que houve?

Kiçula – As telas de plasma e LCD no mundo inteiro tiveram algumas dificuldades, porque não foram produzidas em número suficiente. Não pesquisei isso, mas acredito que esteja relacionado ao fato das telas de LCD estarem baixando de preço e procura aumentou.

JC – Qual a projeção da Eletros para a linha de condicionadores de ar?

Kiçula – A perspectiva é muito boa para as vendas desse produto que está crescendo desde setembro de 2009, o que deve atingir alta de 20% neste ano em relação a 2009. O Novo PPB (Processo Produtivo Básico) vai ajudar o modelo split system que está substituindo o de janela.

JC –2010 é o ano de mudanças tecnológicas?

Kiçula – Sim, o split system está substituindo o de janela assim como o televisor com tubo de raios catódicos está dando lugar ao LCD e ao LED e isso é um processo natural. O consumidor substitui quando percebe a diferença.

JC – Exemplifique?

Kiçula – Há uma grande diferença entre o televisor de CRT em relação ao de plasma e LCD, que passa pela espessura, qualidade da imagem e será ainda maior com uma tela que economiza energia, que é o caso da LED.

JC –Como o senhor define o consumidor de hoje?

Kiçula – Está cada vez mais atento e muito bem informado. Não há mais condições dele ser confundido, porque tem várias possibilidades de checagem. Hoje, na área eletrônica não se leva em consideração somente o preço, mas a qualidade do produto que inclusive melhorou.

JC – A questão da marca ainda influi na hora da compra?

Kiçula – Acho que sempre o consumidor vai se sentir mais confortável com a marca que lhe atendeu bem, prestou assistência técnica, que tecnologicamente está acompanhando a evolução de mercado. O consumidor, no geral, é fiel. A não ser que seja decepcionado ou se tiver que trocar seu produto atual por uma tecnologia mais avançada de outra marca ou se o preço estiver muito diferente.

JC – A oferta de empregos no setor vai aumentar?

Kiçula – Com certeza, todo os projetos apontam para isso. No momento que se aumenta a produção o nível de emprego acompanha. Uma coisa está relacionada com a outra.

JC – Como o senhor avalia o fato de Manaus ser subsede da Copa de 2014?

Kiçula – O Amazonas vai se mostrar para o mundo como algo diferente. Todas as copas são realizadas em cidades maravilhosas, mas nada se compara a Manaus, que é uma zona diferenciada e incentivada. As pessoas que aqui vierem terão a oportunidade de conviver com a selva e estar muito próximo da natureza. O Estado vai aparecer ainda mais para o Brasil e para o mundo.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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