Pesquisar
Close this search box.

Empresas do PIM vão poder liberar mercadorias na segunda -feira

Após 51 dias de paralisação, a atividade de desembaraço aduaneiro volta à normalidade em Manaus na próxima segunda-feira, 12. A decisão tomada pelos auditores, no último fim de semana, foi recebida com agrado pelos representantes da indústria e comércio exterior que apontaram prejuízos na ordem de US$ 200 milhões em valor de mercadoria.
O presidente do Sinaees (Sindicato da Indústria de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares de Manaus), Wilson Périco, disse que o volume de mercadorias acumuladas nos três principais terminais de carga da capital durante o mês de abril foi contabilizado como prejuízo para as indústrias ainda em meados de abril. O executivo considerou ainda que o anúncio de um posicionamento menos radical de ambas as partes envolvidas no movimento (governo e servidores) não diminui a perda social já concretizada, embora o fim da greve seja um fato para se comemorar.
“Os maiores prejuízos foram, sem dúvida, os de cunho social, já que mais de 1.000 trabalhadores perderam o emprego, além da imagem do país ficar prejudicada no exterior, emperrando futuras negociações para atrair empresas para Manaus”, asseverou Wilson Périco.
Já o diretor executivo da Aceam (Associação de Comércio Exterior da Amazônia), Moacyr Bittencourt, foi mais contundente nas críticas sobre a greve, a qual chamou ‘irresponsável’ por conta da abrangência de setores econômicos que prejudicou.

Greves frustram investidores

O executivo ratificou o posicionamento contrário dos importadores locais, cujas linhas de produção foram paralisadas com a falta de insumos retidos nos terminais de carga. “Não é possível que os envolvidos nessa queda-de-braço ainda não tenham percebido que, com a economia globalizada, é muito fácil uma indústria local transferir linhas de produção para regiões onde não tenham de amargar tantos prejuízos repetidamente”, ressaltou Moacyr Bittencourt
Na opinião do presidente do Cieam (Centro da Indústria do Estado do Amazonas), Maurício Loureiro, as seguidas greves de funcionários públicos frustram a chegada dos investidores potenciais, quando estes levam em conta o país como opção de possíveis investimentos. “Temos a impressão de que o Brasil se tornou refém de grupos que enxergam na burocracia a forma escravocrata de submissão da sociedade. Isso, graças às leis e aos exagerados poderes que concedem a determinadas categorias que ao longo do tempo serão os verdadeiros comandantes de toda a sociedade, sem que, outras autoridades ou mesmo partidos políticos possam manifestar-se contrariamente a tal tutela”, desabafou.
Loureiro asseverou a necessidade de reformar leis que concedem excessivos poderes a entidades representativas que colocam em xeque setores essenciais para a economia do país. “A paralisação do movimento grevista dos funcionários da Receita Federal é um exemplo disso. Queremos acreditar que todo este movimento tenha valido à pena, pois caso contrário, o prejuízo ocorrido até o momento será muito maior, pois outras greves ocorrerão, sem que possamos recorrer a instituições que efetivamente nos protejam e nos livrem dos prejuízos que por ora acumulamos”, finalizou.
Dados do Cieam apontam que o movimento paredista deixou mais de 8.000 trabalhadores em licença remunerada e paralisou mais de 44 linhas de produção em cerca de 22 fábricas de vários segmentos no PIM (Pólo Industrial de Manaus).

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar