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Dia das crianças puxa alta de 3% nas vendas do comércio no Amazonas

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O volume de vendas do varejo da capital amazonense no Dia das Crianças superou as expectativas dos comerciantes e avançou 3%, totalizando R$ 49 milhões de receita bruta. A expectativa da CDL-Manaus (Câmara de Dirigentes Lojistas de Manaus) era que o incremento não passasse de 2,3%, levando o resultado nominal próximo aos R$ 44,8 milhões. 

O desempenho foi bem superior a 2018, quando o setor projetou 1,9% de alta, mas não conseguiu alavancar as vendas nem à casa de um dígito, ficando com muitos brinquedos em estoque e comercializando prioritariamente itens de vestuário – e com valor de compara menor. 

A lista de compras do consumidor neste ano, por outro lado, foi liderada pelos brinquedos, atendendo ao anseio da entidade. Na pesquisa preliminar da CDL-Manaus, 22,7% dos consumidores já haviam dito que iriam adquirir esse tipo de produto, seguidos por vestuário (21,4%), bonecos/bonecas (12,20%), carro com e sem controle (11%) e videogames (6%) – os três itens compareceram na lista do ano passado. 

O ticket médio ficou perto dos R$ 114,25 antecipados pelo levantamento preliminar da entidade, que apontava faixa de compras de R$ 100,01 a R$ 150 para a maioria dos entrevistados (24,2%), sendo seguida pela fatia dos 21,4% que esperavam desembolsar de R$ 150,01 a R$ 200, e dos 20,5% que anunciaram que o dispêndio não vai passaria dos R$ 100.

De acordo com o presidente da CDL-Manaus, Ralph Assayag, o comércio investiu na compra de produtos e contratou 230 pessoas para trabalhar na data. O dirigente acrescenta ainda que pelo menos duas redes de lojas de Manaus que trabalham prioritariamente com brinquedos – mas não com vestuário – tiveram incremento de vendas acima dos 3% da média do varejo local.

“O setor conseguiu números muito bons, que apontam para um momento econômico melhor. Há mais pessoas trabalhando e com a percepção de que não vão perder o emprego no dia seguinte. Há menos estabelecimentos fechando do que no ano passado, o que contribui também para uma maior confiança do consumidor”, comemorou.

Decisão pelo crédito

Diferente do esperado, a preferência de meios de pagamento para efetuar as compras foi pelo crédito – especialmente o cartão e, em segundo lugar, o crediário de loja. A mesma sondagem previa que 49% dos consumidores fugiria das compras a prazo, ao preferir cartão de débito (31,4%) e dinheiro (17,6%). A escolha dos outros 43,8% seria por crédito parcelado (26,7%) e à vista (11,3%), juntamente com o crediário/carnê (5,8%), mas 7,2% ainda se diziam indecisos.

As estimativas iam ao encontro do nível de endividamento crescente e acima da média brasileira (65,1% das famílias) detectado em Manaus (78,8%) na mais recente pesquisa da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), em setembro. O mesmo pode ser dito do percentual de consumidores inadimplentes verificados na sondagem, que também apontou um número local (36,3%) acima do nacional (24,5%), embora declinante.

“A maior parte das vendas foi feita por cartão de crédito ou pelo crédito das lojas mesmo. Acredito que o endividamento do consumidor de Manaus não está tão alto assim, em termos históricos. E a implantação do cadastro positivo tende a melhorar bastante o cenário de crédito para o setor varejista”, afiançou.

Pedras no caminho

Em termos de locais escolhidos para as compras, as escolhas do consumidor manauense foram, de uma forma geral, ao encontro das expectativas da CDL-Manaus. A sondagem havia detectado que as fatias correspondentes de preferências dos shoppings (36,9%), do Centro (30,8%), das lojas de bairro (23,1%), dos supermercados (2%) e das compras online via internet (1%). Segundo Ralph Assayag, a única surpresa nesse quesito é que a zona Leste registrou volume de vendas superior ao a zona Norte da cidade. 

No entendimento do presidente da CDL-Manaus, as vendas do Dia das Crianças são um bom termômetro para o desempenho do varejo no Natal, embora o dirigente ainda não arrisque números. Assayag aponta fatores positivos como o aumento de contratações no mercado local – inclusive no próprio setor varejista – e a expansão no número de negócios como bons presságios, mas destaca que ainda há pedras no caminho do setor.  

“O resultado do Dia das Crianças, assim como as expectativas para o Natal, poderiam ser melhores, se o governo estadual tivesse regularizado o pagamento de seus funcionários. É uma faixa de consumo que faz muita diferença para as vendas do comércio varejista de Manaus. Espero que os números do sejam melhores no fim de ano também”, finalizou Ralph Assayag. 

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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