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Crise foi mais sentida pela indústria de média intensidade tenológica, avalia Iedi

Ao término de 2009, a indústria de transformação registrou queda de 7,3% no acumulado do ano. Em contraste, na comparação entre quartos trimestres e entre meses de dezembro, a recuperação é notável: 6% e 18,9%, respectivamente. Se é óbvio que o fato da própria base de comparação ter se tornado muito baixa (dezembro de 2008 teve queda violenta da produção), por outro, não há como negar o dinamismo em curso, ainda que sujeito a solavancos.
Procedendo-se a agregação de atividades da indústria de transformação por intensidade tecnológica, foi possível verificar pontos importantes:
As faixas que mais sofreram com o período de crise foram as de média-alta e média-baixa intensidade, com recuos em 2009 de 12,5% e 8,8%, respectivamente. Por outro lado, ambas também lograram as maiores taxas positivas em dezembro: 42,2% e 19,4%, pela mesma ordem.
O segmento composto por indústrias de alto conteúdo tecnológico presenciou declínio de 4,0% em 2009, terminando o ano com aumento na produção de 13,4% em dezembro e de 1,4% na comparação entre outubro-dezembro de 2009 e o mesmo período de 2008.

Baixa tecnologia

A faixa de atividades de baixo conteúdo tecnológico, por sua vez, foi a que menos sentiu os reveses de fins de 2008 e começo do ano passado, período em que os reflexos da crise financeira internacional, iniciada nos Estados Unidos um ano antes, se instalaram no Brasil,em especial na indústria. Em 2009, sofreu queda de 2,5%. E logrou taxas de variação mais contundentes que o conjunto de atividades de alta intensidade, ao crescer 5,0% no contraponto entre meses de dezembro e 3,3% no quarto trimestre frente ao período equivalente do ano anterior.
No caso dos segmentos de média-alta intensidade, o incremento no final do ano é atribuível à recuperação da indústria automobilística e a de máquinas, que incluiu produtos da chamada linha branca – eletrodomésticos. Tanto os aparelhos eletrodomésticos quanto o ramo automotivo foram alvo de incentivos fiscais para favorecer o consumo. Dessa forma, teve-se uma medida anticíclica que se mostrou eficaz no caso do Brasil. Tal desempenho foi em parte mitigado pelas performances da fabricação de material ferroviário e de outros de transporte e da produção de máquinas e equipamentos elétricos, o que pode ser associado ao fato do investimento ainda estar sendo retomado no Brasil.
Já o de média-baixa intensidade teve seu comportamento ditado em boa medida pela fabricação de produtos metálicos. Essa atividade sentiu agudamente a retração da demanda externa de ramos industriais a sua frente na cadeia produtiva. Logo sua produção caiu 16,5%. Porém, com a retomada da procura externa por insumos básicos, o segmento já registra forte recuperação, tendo em dezembro obtido incremento de 26,3%.

Indústria farmacêutica

As atividades que constituem a faixa de alta intensidade tecnológica, por sua vez, apresentaram comportamento díspar. A indústria farmacêutica cresceu tanto na comparação entre o ano quanto entre meses de dezembro. A indústria aeronáutica, por sua vez, contribuiu bastante para arrefecer a queda na produção em 2009, taxa de 17,5%, embora tenha registrado expressivo recuo, de 21,5%, em dezembro frente ao mesmo mês do ano anterior. Já os segmentos da indústria eletrônica, observaram comportamento similar ao experimentado pelo ramo automotivo, com queda forte no ano, mas com taxas dois dígitos em dezembro versus dezembro de 2008.
Quanto ao segmento de média baixa intensidade, teve no segmento industrial de alimentos, bebidas e fumo o elemento estabilizador: amenizou tanto a retração em 2009, ficando estável (taxa de 0,1%), quanto o crescimento em dezembro, ao registrar acréscimo de apenas 1,7%. A indústria têxtil, de vestuário e calçados, que sofreu queda, de 7,3% no ano, apresentou taxa positiva de dois dígitos no último mês do ano, mais exatamente de 12,8%.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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