O núcleo do CPI (índice de preços ao consumidor, na sigla em inglês) no Japão apresentou, em dezembro do ano passado, o maior aumento em quase uma década. O núcleo do CPI japonês, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, subiu 0,8% na comparação anual em dezembro, a maior alta desde o aumento de 1,8% de março de 1998.
O índice superou a média das previsões de economistas privados, que era de aumento de 0,6%, e completou três meses consecutivos de alta. A maior parte da alta do índice foi atribuída ao avanço dos preços do petróleo.
Ao contrário de motivar a avaliação de que o país conseguiu romper a sequência de deflação, motivada pela demanda fraca dos consumidores, o dado despertou preocupações já que grande parte da alta do CPI foi motivada pelos aumentos de produtos de consumo do dia a dia, tais como gasolina e alimentos. Isso pode afetar ainda mais o sentimento do consumidor em um momento em que a perspectiva para a economia japonesa está começando a ficar mais fraca.
“O aumento do petróleo e das commodities estão tendo um efeito” sobre a inflação japonesa, afirmou o ministro da Economia do país, Hiroko Ota, após reunião regular do gabinete. “Como os salários não estão aumentando no Japão, a elevação de preços de produtos relacionados às necessidades do dia-a-dia das pessoas é um fator negativo para os gastos com consumo”.
As autoridades monetárias do Japão, um país pobre em recursos naturais e que importa a maior parte do petróleo consumido internamente do Oriente Médio e seus alimentos de outros lugares do mundo, estão cada vez mais preocupadas com a alta global das commodities.
O núcleo do índice de preços ao consumidor na região metropolitana de Tóquio, também divulgado hoje, mostrou aumento de 0,4% no ano.
