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Cerveja pode ter reajuste em agosto

Andreia Leite

A partir de agosto, a cerveja, considerada paixão nacional, deve encarecer a lista de produtos comercializados por bares e restaurantes e o que tudo indica os preços  reajustados no valor do item devem ser  antecipados. Segundo Abrasel (Associação de Bares e Restaurantes), no setor cervejeiro, os reajustes costumam acontecer entre setembro e outubro, mas os empresários estimam que os fornecedores devem antecipar para agosto os aumentos.

Informações divulgadas pelo jornal O Globo, apontam que proprietários de bares e restaurantes já esperam o acréscimo no valor. Nos últimos 12 meses, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo ) acumulado ficou em 11,89%. No mesmo período, a cerveja subiu 8,41%.

A projeção de alta no valor da cerveja é motivada pelo aumento  do preço da bebida nos supermercados, que já é de 9,38% em um ano. Segundo Paulo Solmucci, presidente da Abrasel, a cerveja representa de 20% a 60% do faturamento desses estabelecimentos, dependendo do perfil de cada um. Dessa forma, o reajuste das bebidas deve ter um impacto nas contas dos consumidores.

Ao jornal O Globo, Paulo Solmucci, presidente da Abrasel, destacou que a previsão de alta da cerveja vem como consequência da alta do preço da bebida nos supermercados, que já é de 9,38% em um ano. Segundo ele, a cerveja representa de 20% a 60% do faturamento desses estabelecimentos, dependendo do perfil de cada um. Dessa forma, o reajuste das bebidas deve ter um impacto nas contas dos consumidores.

Sobre o impacto no mercado local, o presidente da Abrasel no Amazonas, Rodrigo Zamperlini, avalia que o aumento previsto nas cervejas impacta o setor, pois além de ser um produto bastante comercializado, o segmento segue com dificuldade para repassar ao consumidor final todos os reajustes que estamos sofrendo, inclusive  nos alimentos. “E, com a margem de lucro reduzida, fica mais difícil para os empresários de bares, restaurantes e estabelecimentos similares manterem seus pagamentos em dia, principalmente quem tem prestações de empréstimos que assumiu durante a pandemia e o prazo de carência já finalizado. É um cenário desafiador”.

Apesar da previsão de alta, o presidente da Abrasel no Amazonas, não acredita que haverá queda no movimento, “até porque, como disse, os repasses de reajustes não têm sido feitos integralmente pelo nosso setor e o mesmo deve acontecer com a cerveja”. 

Segundo a entidade no Amazonas, ao longo de 2021 as bebidas tiveram preço reajustado em 45% e os alimentos ficaram 18% mais caros.

No início do ano, o Jornal do Commercio publicou uma matéria sinalizando o aumento no preço da cerveja, que passaria a valer no dia 1º de outubro. Na ocasião, a Ambev informou que os ajustes nos preços de seus produtos são periódicos e as mudanças variam de acordo com as regiões, marca, canal de venda e embalagem. 

Impacto

Ouvidos pelo Jornal do Commercio,  empresários que atuam no nicho de distribuidores de bebidas temem retração no consumo. “Para o segmento que comercializa os produtos que vinham numa escala crescente no volume de vendas durante a pandemia, a notícia desanima”, reclamou o empresário,  Júnior Brandão.

Na opinião dele, o Brasil perdeu o controle de tudo demonstrado um desenfreio total. “É uma situação desafiadora. Tudo aumenta, menos o salário. Este tipo de aumento influencia e muito o nosso mercado”, reiterou.  Ele já espera uma queda de 30% nas vendas.

Ele lembrou que a empresa garantiu incremento nas vendas durante a pandemia, registrando faturamento acima do esperado. “Não só os pequenos negócios, mas a indústria também. Mesmo em isolamento social as pessoas consumiam muito mais, aliás em dobro”. 

O empresário dono de uma distribuidora de bebidas, Aristóteles Alves, afirma que a categoria já previa os reajustes porque não ocorria há dois anos. “Eu acredito que eles seguraram esse aumento porque muitos comércios, restaurantes, bares ficaram fechados durante a pandemia. Não é  nosso caso, porque nós conseguimos atuar muito bem com entregas via delivery”. 

Para ele, logo que for praticado os novos valores a tendência é que a demanda sofra uma queda, o que é normal. “Vai dar uma esfriada, mas a gente acredita que depois volte a aquecer, mas isso vai depender do percentual desse reajuste para que o mercado se mantenha ativo”. 

Mas ele lembra que as pessoas que consomem cerveja, geralmente é um público que não deixa de adquirir o produto. O empresário afirma que apesar do aumento preocupar não é algo que vá deixar o setor sem sobreviver. “Os produtos tendem a sofrer aumento anualmente. Eu estou neste ramo há muitos anos, nós  já temos essa experiência”. 

No estabelecimento dele a maior parte da venda, em torno de 60% é voltada à demanda por cervejas. Os outros itens apenas complementam. “A gente sobrevive da venda de bebida alcoólica, dá mais popular a artesanal, com valores que vão de R$ 2,50 a R$ 15”. 

Procurado pelo Jornal do Commercio, o Sindicerv (Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja) informou que não se manifesta sobre relações comerciais entre as associadas e seus clientes, especialmente no tocante a preços.

Consumo

Para se ter uma ideia, em termos de consumo, o Brasil é o terceiro maior produtor de cerveja do mundo, atrás da China e dos Estados Unidos. Durante a pandemia. Dados da Euromonitor apontam que vendas da bebida cresceram 7,6% em 2021 e volume comercializado em 2022 deve bater novo recorde. 

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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