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Arte de Naia Arruda, de Manaus à Áustria

Ela vive entre dois mundos completamente distintos: Manaus, de onde é natural; e Enzenkirchen, na Áustria, para onde o destino a levou. Mas a arte de Naia Arruda independe do local onde ela está.

Até o dia 1º de março a exposição ‘Reminiscências’, da artista plástica, poderá ser visitada numa das salas do Caua (Centro de Artes da Universidade Federal do Amazonas), no Centro.

‘Reminiscências’ é uma exposição voltada para o processo de externalização das memórias que ora se encontravam adormecidas no inconsciente da artista, ora foram utilizadas nas exposições realizadas ao longo dos 24 anos em que atua como artista plástica. Assim, ‘Reminiscências’ reflete as lembranças vividas tanto em sua vida acadêmica, enquanto discente do Curso de Licenciatura Plena em Artes Plástica, da Ufam, quanto em sua vida cotidiana entre as cidades de Manaus e Enzenkirchen.

“Sim, essa exposição é um apanhado desses mais de 20 anos de experiência com as artes visuais. É nela que percebo todo o crescimento do meu processo visual. E achar que com o passar do tempo ela vai cada vez mais encontrar novos caminhos”, revelou.

Cada obra exposta representa o olhar da artista acerca dos objetos, momentos vividos e pessoas que passaram por sua vida, e que deixaram marcas e saudades. A artista utiliza, durante o processo criativo, lembranças ou investigações do cotidiano das pessoas e de si mesma, as quais ficam em seu inconsciente numa espécie de amadurecimento, até que são refletidas em suas obras. Para mostrar isso, a exposição é composta por cerca de 50 peças, confeccionadas pelas técnicas de pintura, bordado, aquarela e técnica mista.

“Ao longo dos anos trabalhei com várias técnicas, iniciando com o guache, passando pela acrílica, pastel oleoso, aquarela, chegando ao bordado e o macramê onde muitas vezes uni essas técnicas com a pintura”, explicou.

Várias técnicas

Vivendo entre Manaus e Enzenkirchen, é certo que a inspiração de Naia surja igualmente nesses dois lugares, ainda que o processo de amadurecimento cultural na Áustria seja bem mais antigo do que no Brasil e o país seja rico em estilos artísticos.

“Certamente que eu tenho ideias nos dois lugares onde vivo, tanto no Brasil quanto na Áustria. E as ideias não têm diferença de um lugar para outro. Tudo interligado entre os dois mundos. Sim, a Áustria é um país rico culturalmente. É de uma riqueza sem igual. Para mim os museus são de grande destaque”, falou.

O barroco, o historicismo, o gótico, todos estes estilos se refletem majestosamente nas igrejas, castelos e palácios de todo o país. Na Áustria se encontram monumentos de todas as épocas estilísticas, muitos dos quais fazem hoje parte do patrimônio cultural da Unesco.

Para esta exposição, Naia Arruda quis fazer um resgate temporal, juntamente com o novo olhar. Toda essa miscelânea é representada em cada exposição, sendo a primeira lançada em 1999. Desde então, a artista plástica vem experimentando várias técnicas, no sentido de aprimorar e intensificar cada vez mais suas lembranças que estão esperando o momento certo para serem manifestadas, tais como: desenho, aquarela, guache, acrílica, bordado, até chegar na técnica de macramê.  

“A minha trajetória ao longo de 24 anos tem sido bem feliz. Quase todos os anos realizo, e participo, de exposições individuais ou coletivas, melhoro meu empenho como artista visual, conheço pessoas e isso enriquece minha vida de um modo geral. Não sinto diferença entre os austríacos e os brasileiros em relação ao meu trabalho. Todos têm as mesmas curiosidades e opiniões com as obras”, disse.

“Meu plano futuro é continuar sempre e sempre aprimorando minhas técnicas. Não vejo nada definido no meu processo. Vou persistir até o fim e chegar a uma perfeição em um dia próximo”, finalizou.

Sobre o Caua

‘Reminiscências’ acontece até 1º de março, com visitação de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 16h, numa das salas do Caua, localizado à rua Monsenhor Coutinho, 724 – Centro. 

O Centro de Artes da Universidade Federal do Amazonas existe há mais de duas

décadas junto à comunidade amazonense, tendo contribuído na formação e

capacitação do indivíduo para o desenvolvimento de seu pensar e fazer

artístico. O Centro promove cursos, difusão cultural, apoio à extensão e a

pesquisa em Artes e a prestação de serviços de natureza artístico cultural a

comunidade em geral.

Informações: 3305-5150 e 3305-5183.

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Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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