O Exército Brasileiro celebra, em 10 de abril, o Dia da Arma de Engenharia, data que marca o falecimento em combate do Tenente-Coronel JOÃO CARLOS DE VILLAGRAN CABRITA, herói da Guerra da Tríplice Aliança e seu Patrono.
A história da Engenharia Militar Brasileira remete ao Brasil-Colônia, quando os portugueses, frente às ameaças de perder o território recém-conquistado, iniciaram a construção de fortes em pontos estratégicos do solo brasileiro, em particular na Amazônia.
Com a vinda da Corte Portuguesa para o Brasil, em 1808, desembarcou, também, o Real Corpo de Engenheiros, que deu origem à Arma de Engenharia. O 1º Batalhão de Engenharia, atual 1º Batalhão de Engenharia de Combate (Escola) [1º BE Cmb (Es)], foi a primeira Unidade de Engenharia do Exército, criada em 1855.
Na Guerra da Tríplice Aliança, VILLAGRAN CABRITA protagonizou uma das maiores façanhas da história dos combates brasileiros. Com coragem e pioneirismo, atravessou o tempestuoso Rio Paraná para enfrentar o inimigo em seu próprio território. Após horas de intenso combate e graças ao arrojo e à impetuosidade de Cabrita e de seus soldados, a vitória foi alcançada. Contudo, ao redigir o relatório da última conquista, foi atingido por um estilhaço de granada, que lhe tirou a vida aos 46 anos de idade, em 10 de abril de 1866.
Criada em 1904, a Engenharia é a arma de apoio ao combate que tem como missão principal prover a mobilidade, a contramobilidade e a proteção das tropas em campanha, além de prestar o apoio geral de engenharia às operações militares, a fim de multiplicar o poder de combate das forças amigas.
Na vertente do combate, seja blindada, mecanizada, paraquedista, aeromóvel ou de selva, a Engenharia executa a construção e o melhoramento de estradas e pontes, reconhecimentos especializados, montagem de meios de transposição de cursos de água, lançamento de obstáculos no terreno, construção de espaldões e de abrigos para a proteção da tropa e emprega mergulhadores em ações de apoio ao combate.
Em tempos de paz, a Engenharia constrói instalações e obras permanentes em proveito do Exército e da sociedade, destacando-se em ações de integração e de desenvolvimento do País na atuação em obras rodoviárias, ferroviárias, hidroviárias e aeroviárias.
A Engenharia teve uma marcante participação na II Guerra Mundial, em 1944, integrando a Força Expedicionária Brasileira (FEB), sendo a primeira tropa a entrar em combate. O 9º Batalhão de Engenharia de Combate (9º BE Cmb) participou das conquistas de Monte Castelo, Castelnuovo e Montese, apoiando o movimento da tropa ao lançar pontes e limpar campos de minas, dentre várias outras missões desempenhadas pelos pracinhas do lendário 9º BE Cmb.
No prosseguimento de sua história, a Engenharia prestou apoio humanitário às missões de remoção de minas na América Central (MARMINCA) e na América do Sul (MARMINAS), bem como nas Missões das Nações Unidas de Verificação em Angola (UNAVEM II e III) e de Estabilização do Haiti (MINUSTAH).
A evolução do combate moderno exige da Arma de Engenharia constante aprimoramento, tornando o autoaperfeiçoamento do seu pessoal, a modernização do seu material e a atualização de sua doutrina condições essenciais para apoiar a Força Terrestre em operações no amplo espectro dos conflitos atuais.
Na Amazônia, o 2º Grupamento de Engenharia (2º Gpt E) tem como missão prestar o apoio e assessoramento técnico a todas as Unidades Militares do CMA, principalmente, nos assuntos voltados às Obras Militares, à Gestão do Patrimônio Imobiliário e Meio Ambiente e ao Material de Engenharia.
O 2º Gpt E, criado em 1970, acumulou um impressionante acervo de obras realizadas. São mais de 6.500 km de rodovias implantadas, 20.400 km de rodovias conservadas, 1.350 km de rodovias pavimentadas, 2.500 metros de pontes e viadutos, 6 açudes, 67 poços tubulares, 2.290 metros de canais adutores, 9 pistas de pouso, 24 quartéis construídos e 539 próprios nacionais residenciais, sendo casas e apartamentos.
Neste 10 de abril, os integrantes do 2º Gpt E, servidores civis e militares de ontem, de hoje e de sempre, inspirados nos exemplos do Tenente-Coronel VILLAGRAN CABRITA e do General RODRIGO OCTÁVIO, revigoram-se no orgulho e na motivação para se lançarem sobre os obstáculos que se descortinam à frente, em prol do desenvolvimento da Amazônia e do Brasil.
“Árdua é a missão de desenvolver e defender a Amazônia. Muito mais difícil, porém, foi a de nossos antepassados em conquistá-la e mantê-la.”
Você sabia que…
Os militares da Arma de Engenharia ostentam uma peça de seu uniforme única e característica da tradicional audácia e perseverança dos engenheiros de ontem, de hoje e de sempre: o Chapéu do Bandeirante, adotado inicialmente pelo 5º Batalhão de Engenharia de Construção (5º BEC), em 1967, inspirado naquele utilizado pelos Bandeirantes dos séculos XVI e XVII, responsáveis pelo desbravamento do território nacional e pela ampliação das nossas fronteiras até o sopé dos Andes. Sob a sombra do Chapéu do Bandeirante, nasceram cidades, foram cultivadas riquezas, melhoradas áreas inóspitas, encurtados caminhos para o progresso, semeadas esperanças e colhidas as sementes do desenvolvimento do Brasil.