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Empreendedor inova na indústria do látex amazônico e capacita seringueiros

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O látex é uma substância valiosa e versátil extraída da seringueira, uma árvore nativa da Amazônia. Essa seiva leitosa é a matéria-prima essencial para a produção da borracha natural, um componente vital em mais de 40 mil produtos. Desde pneus para veículos de todos os tipos até luvas cirúrgicas, passando por brinquedos, calçados e peças automotivas, o látex desempenha um papel fundamental em diversas indústrias. Ao contrário da borracha sintética derivada do petróleo, a borracha natural, além de oferecer qualidades técnicas superiores é ecologicamente sustentável, pois não deixa resíduos nocivos ao meio ambiente.

Em termos de América Latina, o Brasil, em 2022, consolidou sua posição como o principal produtor, alcançando uma produção estimada em 427 mil toneladas, conforme dados da CropLife Brasil (CLB).  No entanto, mesmo com essa marca expressiva, o país ainda representa uma pequena parcela da oferta mundial, que é dominada pela Ásia, responsável por cerca de 90% da produção global.

Já na região Norte, o ecologista e empreendedor Francisco Samonek (foto) é uma figura inspiradora no cenário da borracha nativa, trabalhando no mercado há 40 anos. Em um esforço para fortalecer e inovar nessa indústria tradicional, ele fundou três empresas em Castanhal, um município estratégico do Pará para a produção de látex na Amazônia.

A primeira dessas empresas é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) dedicada a desenvolver tecnologias, educar e aprimorar os processos utilizados pelos seringueiros locais. Paralelamente, foi criada uma cooperativa de seringueiros para gerenciar e aumentar a produção de borracha nativa. Uma marca chamada Seringô também foi lançada, com o objetivo de desenvolver produtos sustentáveis a partir desse recurso natural. A empresa cria calçados ecológicos, utilizando solados feitos de recursos provenientes da floresta, e organiza workshops para capacitar as famílias a produzir artigos de decoração e biojoias a partir da borracha nativa em suas próprias comunidades.

A empresa liderada por Samonek está expandindo suas operações para a Ilha do Marajó por meio do programa Marajó Sustentável, uma iniciativa do governo estadual. “Até 2026, nossa meta é envolver 10 mil famílias na produção de borracha, que será posteriormente destinada à indústria de calçados”. Essa parceria estratégica conta com o apoio de duas instituições do setor calçadista: a Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) e a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), ambas sediadas em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul.

Essas instituições têm desempenhado um papel crucial ao destacar a importância do uso da borracha amazônica na fabricação de calçados, ampliando ainda mais o alcance e reconhecimento do trabalho da marca Seringô. “É fundamental divulgar os benefícios socioambientais da borracha nativa, não apenas para fortalecer nossa indústria, mas também para promover práticas sustentáveis e valorizar a riqueza natural da Amazônia”, diz Francisco.

Atualmente, a Seringô fornece borracha natural da Amazônia para várias empresas brasileiras que produzem calçados sustentáveis. Esses calçados combinam a borracha nativa com EVA verde, obtido a partir da cana-de-açúcar, resultando em produtos de alta qualidade e baixo impacto ambiental.  Esses produtos já estão, inclusive, sendo exportados para alguns países, como os Estados Unidos.

Francisco destaca também a parceria estratégica com a Emater para a elaboração de projetos e o financiamento pelo Banco da Amazônia. Além disso, ele está buscando uma colaboração com a Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa), com o objetivo de viabilizar a produção dos calçados diretamente no estado. “Hoje já temos uma pequena indústria que fabrica solados, chinelos e tênis que comercializamos através da nossa plataforma online, porém queremos expandir ainda mais a produção e gerar mais empregos”, afirma Francisco.

Para este ano, o objetivo principal da empresa é ampliar substancialmente a produção. A partir do mês de junho, o planejamento é alcançar uma marca significativa de 15 toneladas por mês, concentrando-se exclusivamente na região do Marajó. Essa estratégia visa não apenas a expansão quantitativa dos produtos, mas também o aprimoramento da qualidade e da eficiência em todas as etapas do processo produtivo.

(FOTO)

Bioeconomia na Amazônia: produção agrícola de R$ 24,4 bilhões em 2022

Estudo realizado pelo Observatório de Conhecimento e Inovação em Bioeconomia da Fundação Getulio Vargas (FGV), com o objetivo de mapear a atividade agrícola desenvolvida na região amazônica, constatou que em 2022 a produção agrícola dos 496 municípios que compõem o bioma Amazônia foi de R$ 24,4 bilhões, os quais foram gerados pela produção de açaí, mandioca, café, cacau, banana, cana, dendê, abacaxi, arroz, feijão e outros alimentos típicos da região. No total, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção agrícola total da região e ano mencionados chegaram ao montante de R$ 118,5 bilhões.

Programa da Samsung  recebe resíduos eletrônicos

Desde 2017 no Brasil, o programa de logística reversa da Samsung aumentou em 115% o volume de resíduos eletrônicos coletados no ano passado, em comparação com o ano de 2022. O objetivo da ação é retirar do meio ambiente produtos eletrônicos que não são mais usados e dá-los a correta destinação. O programa atua de duas formas: as pessoas podem levar os aparelhos (pequeno e médio portes), como carregadores, baterias, fones de ouvido, dentre outros, para pontos de coleta da Samsung, e no caso de equipamentos de grande porte, como geladeiras, lavadoras e outros, é preciso marcar a retirada. Para proceder a doação, basta verificar as condições pelo link (https://encurtador.com.br/cpOS1).

RÁPIDAS & BOAS

Na segunda-feira (15/4), das 10h às 12h, acontecerá o lançamento da 2ª Edição do Desafio Liga Jovem, que contará com a apresentação do Desafio, Roda de Conversa e muito networking em um coffee com os convidados que atuam no ecossistema de educação empreendedora da região. O evento será no auditório do Sebrae-AM e é preciso confirmar presença por um dos contatos: (92) 9 8634-6927 ou [email protected].

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Para garantir a participação no curso de Gestão de Portfólio de Projetos de Inovação, ministrado pelo Dr. José Renato Santiago, já está à venda o segundo lote até segunda-feira (15/4). O curso tem como objetivo compartilhar conceitos e conhecimentos práticos para o gerenciamento de projetos focados em inovação, obedecendo parâmetros adequados que potencializem o alcance dos melhores resultados. Segue link para inscrição (https://acesse.one/tLFX1).

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Na segunda e terça-feira (16/4), das 8h30 às 20h, acontece no Instituto de Desenvolvimento Tecnológico (INDT), o simpósio ‘Meeting on Materials for Energy Applications in Amazonas (MMEA-Am)’. O evento foi desenvolvido com o apoio do Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), via Programa de Apoio à Realização de Eventos Científicos e Tecnológicos no Estado do Amazonas (Parev), edital n° 005/2023.

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Na quarta-feira (17/4), das 18h às 20h30, no Sebraelab, acontecerá o evento presencial ‘Bora – encontro ecossistema de inovação – etapa Manaus’. O encontro é uma oportunidade para conectar líderes de startups, instituições públicas e de ensino, empreendedores e quem atua com inovação. O evento é gratuito e será no Sebrae-AM, localizado na Av. Leonardo Malcher, nº 924 – Centro. A inscrição está sendo realizada gratuitamente pelo link (https://encurtador.com.br/ijqV4).

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Na quinta-feira (18/4), das 9h às 20h (Horário de Brasília) ocorrerá em São Paulo a sexta edição do evento `Mansão das Empreendedoras´, promovido pela Rede Mulher Empreendedora. Os ingressos estão à venda pelo link (https://encurtador.com.br/afjy0).

Cristina Monte

Cristina Monte

Cristina Monte é articulista do caderno de economia do Jornal do Commercio. Mantém artigos sobre comportamento, tecnologia, negócios.

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