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Editorial – Erros operacionais são inaceitáveis quando há vidas em jogo

O ser humano não é perfeito e, por isso, usa-se corriqueiramente o adágio “errar é humano”. Essas sentenças não validam “erros operacionais” que acabam em morte e violam qualquer limite aceitável para qualquer relação de consumo. Prevendo o elemento erro como factível ao homem, as empresas precisam estabelecer outros filtros para impedir a falha humana e prevenir as consequências dela. 

A inteligência artificial, o uso de robôs, mudança de procedimentos com mais de um elemento humano, enfim, não faltam caminhos para evitar erros operacionais com consequências desastrosas. Por ser imperfeito, o homem tem sido profícuo na busca de estratégias que avancem contra suas limitações. 

Por isso, é inaceitável falhas como a registrada por uma empresa aérea que resultou na morte de um cão, na última segunda-feira. De acordo com a empresa aérea, o animal deveria ter seguido para Sinop, em Mato Grosso, no voo 1480 de segunda-feira, a partir do Aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo, porém, o animal foi embarcado em um voo para Fortaleza, no Ceará. Tudo isso fez com que um voo de duas horas fosse transformado numa odisséia canina mortal de quase dez horas. 

Não é aceitável a “falha operacional” apontada pela empresa em nota. Não é suficiente todo e qualquer apoio oferecido aos tutores do animal, considerado como membro da família. Não cabe qualquer tentativa de minimizar o desastre sob o argumento de que era “apenas” uma vida animal. O valor de algo não pode ser medido à régua da universalidade. É particular como são o sentimento, a saudade e o amor. 

A morte do cãozinho Joca não é a primeira nessa relação de consumo que para muitos caminha para a precariedade no mesmo compasso em que avança para ganhar novos públicos, a qualquer custo. Infelizmente, não deve ser a última. Mas nenhuma morte pode ser em vão. A perda desses tutores precisa valer uma correção de rota nos procedimentos não apenas da infortunada empresa aérea do voo da morte para Fortaleza. 

Que sejam criados mecanismos de segurança extras para que as “bagagens vivas” não sejam tratadas com a mesma indolência destinada às cargas dos passageiros. São vidas e todas as vidas valem muito mais do que indica o senso comum. Nessas ocasiões, a Justiça precisa de rigor didático para mostrar o peso correto de um erro operacional inaceitável.

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