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Desde 2003 ninguém teve coragem de virar esse jogo. Até quando?

Gostei muito do editorial de ÀCRÍTICA do último sábado (27.04.2024) e de matéria do JC por terem levantado um tema que está esquecido no Amazonas. Até hoje não vi ninguém do judiciário, executivo e legislativo (exceção do senador Plínio Valério) questionar o programa Bolsa Floresta que pagou R$ 50 reais por longos 14 anos por serviços ambientais. Isso mesmo, serviços ambientais prestados ao mundo que foram pagos apenas R$ 50 reais por longos 14 anos. É vergonhoso pagar um valor desse por serviço tão relevante ao mundo, em especial aos países poluidores do planeta. Detalhe: só foi pago para alguns, ou seja, menos de 1% do povo que merecia receber essa miséria por ter preservado o verde ao planeta. Pela propaganda, tentam passar a imagem de que essa miséria foi paga para todos os caboclos que preservaram o verde ao mundo. Entraram bilhões nesse período ao Amazonas e nenhum aumento foi dado. Só recentemente mudaram o nome do programa e aumentaram para R$ 100 reais. Outro valor absurdo para quem protegeu e protege a floresta ao mundo. Menos de 10 mil caboclos recebem essa miséria. Foram captados bilhões de outros países e o resultado está no editorial de ÀCRÍTICA, nas páginas do nosso JC, e nos números recentes do IBGE. Os novos bilhões que estão chegando estão seguindo o caminho do nada com o silencia da Assembleia Legislativa. Já existem várias políticas públicas adequadas para mudar o quadro detectado pelo IBGE, mas a gestão pública trilha outro caminho. Usam a política pública, a miséria para enriquecer os mais privilegiados, ignorando os que mais precisam. Já chega de eleição a cada dois anos. Tem que ser eleição geral de 5 em 5 anos sem direito à reeleição. Num país de famintos é imoral esse fundo eleitoral de bilhões. Nosso estado é o mais preservado do mundo, mas já está pagando a conta do aquecimento global causado pelas economias poluidoras dos Estados Unidos e Europa, mas os falsos ambientalistas não têm coragem de dizer isso porque eles colocam dinheiro no Fundo Amazônia que em nada mudou a vida das pessoas que moram no interior e na capital do Amazonas. Nossos igarapés continuam poluídos. Se a capital está assim, imaginem o estômago do caboclo do interior (doente e com fome). Estão aí os números recentes do IBGE confirmando. Único estado do Norte que não tem o ZEE (Zoneamento Econômico Ecológico) e isolado com a BR-319 em lama e poeira. Já estão querendo travar a licença ambiental concedida para explorar o potássio. Lá fora pode tudo, aqui não pode nada! O atual governo recebeu o estado (eu estava na transição) com 50% na pobreza. Hoje, já estamos na casa dos 65.6% abaixo da linha de pobreza com a floresta valendo trilhões por ano. É muita incompetência, é usar a miséria para enriquecer poucos, e desde 2003 ninguém tem coragem de virar esse jogo, fazer valer a floresta em pé para todos, não somente para poucos. Não podemos viver de BOLSAS, ainda mais “bolsa de miséria”, temos que produzir alimentos no Amazonas, pois em momentos de crise é a primeira coisa que o “inimigo” corta. Estamos vendo isso nas guerras que estão acontecendo. Mesmo sem guerra, na última seca, tivemos que usar aviões para levar ranchos. Sem sentido! A Embrapa já tem tecnologia adequada para produzir sem desmatar nada. Aliás, tecnologias ignoradas por alguns ambientalistas. Se tiverem dúvida do que estou afirmando, é só checar quantas vezes foram visitar a Embrapa que fica aqui na estrada Manaus/Itacoatiara. O Sistema S, a academia, órgãos dos governos, já tem cursos gratuitos para ensinar todo tipo de atividade, do AGRO até a INDÚSTRIA. Mas falta celular, energia solar e internet para o caboclo. Internet (starlink), energia solar e celular que vão servir até para comunicar as autoridades competentes de algum ilícito que estiver acontecendo no interior. O primeiro passo é o ZEE, o segundo passo é recurso internacional direto no bolso no guardião da floresta, sem intermediário. A família da canoa continua remando, remando, remando, remando na direção de um “futuro” que até agora não chegou, continua nos discursos e no imaginário dos falsos ambientalistas.

30.04.2024Thomaz Antônio Perez da Silva Meirelles, servidor público federal aposentado, administrador, especialização na gestão da informação ao agronegócio. E-mail: [email protected]

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