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José Melo inaugura trecho da AM-070

Duplicação da rodovia que liga Manaus a três municípios, viabiliza as vocações regionais

O governador José Melo inaugurou nesta sexta-feira (21) o primeiro trecho da duplicação da AM-070, que liga Manaus a Iranduba e Manacapuru. A obra de melhoria da rodovia ocupa papel estratégico nas ações do governo do Amazonas para a diversificação e estímulo da economia do Estado, sobretudo para o setor primário. “Concebemos três eixos de desenvolvimento para o Amazonas olhando a oportunidade de criarmos um projeto econômico que ajude a Zona Franca de Manaus. E esta estrada está no centro de um desses eixos”, afirmou José Melo.
A inauguração do primeiro trecho duplicado da rodovia foi comemorado pela população do entorno, que prestigiou a solenidade, realizada no quilômetro 9, no canteiro da via de acesso a Iranduba. A cerimônia contou ainda com a presença do vice-governador Henrique Oliveira, do senador Omar Aziz, do prefeito de Iranduba, Xinaique Medeiros, do prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, além de deputados estaduais, federais, vereadores e secretários de governo. Essa primeira etapa tem onze quilômetros de extensão, com início nas proximidades do Cacau Pirêra até a entrada da sede de Iranduba, onde fica o retorno que dá acesso ao município.
De acordo com o governador, a duplicação da AM-070 está inserida no projeto de criação de novos eixos econômicos no Amazonas, a partir das potencialidades regionais. A piscicultura e a produção de farinha são algumas das áreas incentivadas. Com a estrada, a expectativa é facilitar o escoamento e abrir uma nova rota para a comercialização e distribuição de produtos do interior. José Melo anunciou que negocia recursos para construir dois novos portos na RMM (Região Metropolitana de Manaus). Um em Itacoatiara, para atender a indústria, e o outro em Manacapuru, voltado para receber e distribuir a produção das cidades das calhas do Purus, Juruá e Solimões –com o escoamento pela estrada para Manaus e outros mercados consumidores.
O projeto do porto de Manacapuru, como portal de escoamento da produção do interior do Estado, também foi destacado por Omar Aziz. “Agora a luta minha e do Melo é que se construa um porto decente em Manacapuru para se exportar a produção do Purus e Solimões e baratear a produção e dar uma finalidade econômica a essa estrada. Não é apenas para melhorar o trajeto da população, o foco é incrementar a economia, facilitar o escoamento e melhorar a qualidade de vida”, afirmou o senador.
Entre os novos eixos econômicos, José Melo afirmou que os municípios interligados pela AM-070 formam um deles. “Diferentemente dos outros, este é um eixo econômico e também de expansão imobiliária porque aqui já temos 71 projetos de construção civil aprovados, de Manacapuru até a Ponte Rio Negro. Portanto, aquilo que foi concebido para uma região propensa ao desenvolvimento já está acontecendo. Temos centenas de tanques (de piscicultura) escavados, um polo de cítricos e agora é continuar esse trabalho, e a estrada será fundamental para incentivar a produção e que esses produtos cheguem com maior facilidade até os consumidores”, destacou o governador.
O trecho da AM-070 inaugurado foi construído seguindo rigorosamente as legislações ambiental e de patrimônio arqueológico, frisou o governador. “O meu planejamento de conclusão da obra é o final do verão do próximo ano. Tem duas pontes, uma do Ariaú e outra do Miriti, e agora com esse novo relacionamento com o Iphan (Instituto Nacional do Patrimônio Histórico e Cultural), que inclui toda a nossa estrutura, acredito que teremos maior facilidade para a retirada dos sítios arqueológicos. Estamos envolvendo a UEA (Universidade do Estado do Amazonas), que pela lei pode receber e zelar por esse patrimônio”, disse o governador.
De acordo com a Seinfra (Secretaria de Estado de Infraestrutura), responsável pela obra, o trecho entregue pelo governo recebeu serviços de terraplanagem, pavimentação, drenagem superficial e profunda. Segundo a secretária estadual de Infraestrutura, Waldívia Alencar, o serviço incluiu o conceito de sustentabilidade ao utilizar o processo de reciclagem, com o uso de parte do material antigo da estrada na nova base. O novo pavimento da AM-070 segue todas as normas nacionais e internacionais para esse tipo de serviço, com reforço estrutural feito através de um processo de modificação do solo no qual se adiciona uma mistura de solo e cimento e reforço de camada com pedras e envelopamento dos elementos de drenagem com areia e material geosintético.
O trecho inaugurado também já conta com todas as obras de arte, como os bueiros e galerias, e sinalização horizontal e vertical, com a colocação inclusive de “olho de gato”, um tipo de sinalização afixada no leito da pista que facilita a visão noturna. A AM-070 apresenta ainda em sua estrutura, além dos canteiros centrais com cinco metros de largura, acostamento e zona de aceleração e desaceleração.
A empresa responsável pela obra, a Construtora Etam, manteve uma média de 500 operários trabalhando diariamente no trecho, com destaque para os operadores de máquinas que conduziram as cerca de 300 máquinas distribuídas entre retroescavadeiras, motoniveladoras, rolos compactadores lisos e pés de carneiro, tratores e caminhões basculantes, entre outras.
Continuação da obra – Os trabalhos para a conclusão da obra de duplicação da AM-070, que contempla 78 quilômetros, seguem até o quilômetro 15, trecho já liberado para intervenções por órgãos ambientais e pelo Iphan. Nesse trecho, que contempla castanheiras nativas preservadas nas intervenções, a obra já está concluída na pista direita e os trabalhadores já iniciaram os serviços na pista antiga.
Em breve, outro trecho será iniciado, do quilômetro 15 ao 25, recentemente liberado pelos órgãos ambientais e de patrimônio público. Nesse trecho, a Seinfra já iniciou a instalação de novas frentes de obras.
Para a secretária estadual de Infraestrutura, a nova AM-070, cujo trecho inaugurado já vem sendo utilizado pelos moradores e produtores locais, trouxe mais segurança para o tráfego de veículos, de pessoas e cargas. “A nova estrada contribui significativamente para o crescimento da atividade econômica local, o que significa mais emprego e renda e melhoria da qualidade de vida da população dos municípios beneficiados”, destacou.
Desafios – A questão do patrimônio público foi um dos principais desafios para a execução da obra em sua fase inicial. O ritmo planejado para as intervenções, iniciadas em 2013, teve que ser reduzido em razão da existência de diversos sítios arqueológicos encontrados ao longo da estrada. De acordo com a Seinfra, foram encontrados 21 sítios arqueológicos em toda a extensão da estrada. “Assim que encontramos os sítios, isolamos e colocamos a equipe de arqueólogos para estudar a área e identificar as cerâmicas. Enviamos o relatório ao Iphan, e ficamos aguardando a liberação”, afirmou a secretária da Seinfra. O trâmite para liberação do licenciamento das obras pelo Iphan, segundo Waldívia Alencar, envolve três etapas: diagnóstico, prospecção e resgate. Em todas essas etapas há a necessidade de elaboração de projeto, análise do Iphan, emissão de portaria, execução do projeto por parte da equipe de arqueólogos, entrega de relatório ao Iphan e análise do referido relatório, o que leva tempo. Todo o processo demandou muito tempo, afirmou a secretária, porque o Instituto possui no Amazonas apenas uma servidora que atende toda a região.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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