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Mantega contradiz Mercadante

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou que o governo segure preço de energia, gasolina e outros preços administrados, como disse o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) à Folha de S.Paulo, em entrevista publicada ontem. Segundo Mercadante, o governo federal lança mão desse expediente para evitar impactos nos índices gerais de inflação.
Mantega rebateu Mercadante, falando que houve reajustes recentes de gasolina e da alta da energia elétrica, que aconteceu na contramão da garantia da presidente Dilma Rousseff de que a conta de luz ficaria 20% mais barata com a renovação das concessões do setor elétrico.

Reajustes
“Nós temos feito sim reajustes. Maior exemplo é o preço da energia, que subiu 18%. Onde está o represamento dos preços?” afirmou o ministro, durante audiência pública na Câmara dos Deputados, para discutir a compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras.
“Gasolina tem tido aumento todo ano no Brasil. Não é verdade que tarifas são represadas”, emendou o ministro, que se negou a comentar se haverá reajustes esse ano.
Segundo Mantega, todos os anos a gasolina subiu mais que a inflação, numa média de dois reajustes por ano.
Até abril do ano passado, os preços praticados no Brasil estavam alinhados com os preços internacionais, mas que a retirada de estímulos do banco central americano no ano passado e a flutuação cambial provocou um “desalinhamento”.

Energia
Mantega afirmou que não há falta de energia elétrica no país, mas falta de água em alguns lugares.
Segundo o ministro, o governo federal fez um “modelinho” para que pudesse dividir o ônus da falta de chuva com distribuidoras e consumidores.

Crise
Mantega afirmou que a recuperação da economia internacional está sendo mais lenta do que o previsto, e que não está sendo fácil para o país engatar um novo ciclo de crescimento.
“Podemos dizer que a crise está sendo superada, mas da superação da crise até implantarmos um novo ciclo de crescimento não é imediato, há uma transição, diria dolorosa, em todos os países envolvidos nisso.”
Segundo ele, o Brasil precisa investir mais em infraestrutura e educação e aumentar a inovação e a produtividade da economia.
“Precisamos melhorar o mercado interno, que tem um grande potencial, tem aumentado muito nos últimos anos, mas recentemente está com menos dinamismo por falta de crédito”, disse. De acordo com o ministro, há atualmente escassez de crédito para consumo, não para investimento.
Mantega voltou a garantir que a meta fiscal para o ano, de poupar 1,9% do PIB (Produto Interno Bruto) para pagamento dos juros da dívida, será cumprida, e que a inflação, que tem se mantido no patamar acima de 6%, está em trajetória de queda.
“Não tivesse havido desvalorização do real em 2012 e 2013, nos teríamos uma inflação menor, importando produtos a preço menor. Mesmo assim, podemos ver que a inflação está sob controle, não ultrapassou os limites, depois de ter tido pressão maior em março. Já está em trajetória de queda.”
O ministro mostrou-se satisfeito com a estabilidade do real, moeda que “mais se valorizou” nos últimos seis meses, em 5,3%.
“Ninguém mais fala dessa turbulência [do câmbio], e ninguém mais fala que emergentes não vão receber investimentos, crescer.”
Para o próximo ano, o ministro aposta num crescimento semelhante ao do ano passado. Em 2013, o PIB brasileiro cresceu 2,3%.
Rating
Sobre o rebaixamento da nota de crédito, feita no início do ano pela agência de risco Standard & Poors, Mantega afirmou que a reação do mercado a essa decisão foi “nula”.
“O que aconteceu nos mercados depois dessa mudança foi absolutamente nada. Ao contrário, aumento da bolsa e valorização do real, sinal de que esse aumento foi solenemente ignorado.”
Segundo ele, a avaliação da agência foi equivocada, e “ninguém mais se lembra desse episódio”.
A nota foi rebaixada em março de “BBB” para “BBB-” (a mesma da Espanha e das Filipinas), com perspectiva neutra -ou seja, a agência não pretende alterar a avaliação ao menos até 2015.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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