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Shoppings da Região Norte têm aumento no movimento em julho

Na contramão da média nacional, os shoppings da região Norte apresentaram aumento no movimento e aquecimento de vendas, em julho. Dados extraídos do relatório periódico da Cielo, empresa contratada pela Abrasce (Associação Brasileira de Shoppings Centers), apontam que a região se manteve acima da média nacional. De uma forma geral, a expectativa dos lojistas para este mês – que conta com o Dia dos Pais – e para os próximos é boa, apesar do cenário que ainda apresenta riscos pela variante delta, e pelas restrições quanto à capacidade de atendimento e realização de promoções.  

O levantamento mostra que, na semana que vai de 26 de julho a 1º de agosto, os shopping centers de todo o país apresentaram queda de 13,8% nas vendas em relação ao período pré-pandemia. Em relação à semana equivalente do mês imediatamente anterior, foi observado um recuo de 4,1%. Em contraste, os shoppings dos Estados da região Norte foram no sentido contrário e apresentaram, em quatro semanas, resultados superiores aos de 2019, com incremento de 12,6%, conforme os dados da Cielo/Abrasce.

Registrado no rastro das liberações de 13º salários e flexibilizações que trouxeram de volta segmentos de entretenimento caros aos centros de compras, o incremento mais recente ainda não foi suficientes para tirar o segmento do vermelho no acumulado do ano. De 4 de janeiro – período de início da segunda onda da pandemia no Amazonas – a 1º de agosto, os shopping centers de todo o Brasil amargaram retração média de 31%, quando comparados ao período anterior a crise da covid-19. A região Norte (-16,6%) foi a que menos encolheu, contrastando com o Sudeste (-35,3%), que teve o pior dado da lista.

“Nas demais regiões ainda foram registradas quedas nas vendas, mas observa-se um movimento de recuperação gradual. De acordo com a percepção que temos do comércio, e com os dados divulgados pela Cielo, há um crescimento nas vendas. Nas últimas quatro semanas, os resultados foram superiores aos registrados em 2019. Em relação ao período pré-pandemia de fevereiro de 2020, as vendas apresentaram um incremento de 12,6% na última semana”, reforçou a coordenadora da Abrasce pelo Amazonas, Josana Mundstock.

A dirigente, que também é superintendente do Manaus Plaza Shopping, entende que os consumidores estão mais confiantes, principalmente pela queda dos indicadores da covid e, em se tratando do Amazonas, pelo avanço significativo no ritmo do processo de vacinação. “Isso gera uma segurança também para os empresários que estão novamente contratando o que também contribui para esse sentimento de confiança na melhoria dos negócios”, acrescentou.

Josana Mundstock observa que a região Norte – com destaque para o Amazonas – passou pela segunda onda antes das demais regiões brasileiras, o que contribuiu para um calendário diferenciado também para o recuo das estatísticas de covid-19 e o retorno gradual da confiança do consumidor. “A gente já está melhor do que os outros, em virtude de já estarmos praticamente com tudo operando e retomando eventos. Em alguns Estados, isso ainda não está acontecendo”, comparou.

Embora não consiga assinalar números precisos de projeção para os próximos meses, em função das restrições de distanciamento social impostas pela pandemia, e pela necessidade de manter os protocolos de segurança sanitária, a coordenadora da Abrasce pelo Amazonas se mostra otimista para os próximos meses. “Nossa expectativa é de melhoria, de continuarmos com os indicadores avançando”, asseverou.

“Confiança e vacinação”

Outros centros de compras apontam desempenho ainda melhor. A gerente de marketing Sumaúma Park Shopping, Laura Palhares, estima que as vendas de julho de 2021 cresceram “dois dígitos”, tanto em relação a 2019 – ano sem pandemia –, quanto na comparação com 2020, período em que o mall já estava funcionando novamente, após o fechamento ocorrido entre março e maio, por conta da primeira onda.

“Em 2020, as vendas surpreenderam, pois havia uma demanda reprimida pelo tempo que ficou fechado – [que suprimiu o Dia das Mães] e pelo incremento de renda proporcionado pelo auxílio emergencial, que era de R$ 600 na época. Atualmente, mesmo com o benefício reduzido, o shopping possui estoques de produtos mais regularizados e uma maior confiança da população em função do avanço da vacinação”, respondeu a dirigente, por meio da assessoria de imprensa da empresa.

De acordo com Palhares, o shopping vem crescendo também na casa dos “dois dígitos” em relação aos dois anos anteriores, de março para cá, quando o segmento começou a ser reaberto. A expansão no acumulado do ano, por outro lado, estaria acima da meta. A executiva informa que o centro de compras vem expandindo suas vendas de forma homogênea, embora joalheria, perfumaria, maquiagem, eletrônicos, eletrodomésticos, telefonia, vestuário e alimentação tenham destaques. Apenas o segmento de lazer não acompanhou a performance, em função do fechamento dos cinemas, até 1º de julho.

“Além disso, houve um aquecimento nas contratações e também a abertura de novas lojas. Essas inaugurações aumentam a oferta de emprego. Em julho deste ano, por exemplo, tivemos a inauguração das lojas Hering, Lola Fernandes, Boram e APA Móveis. E, para agosto, a expectativa é de aumento de vendas pelo incremento das novidades e em função da promoção do Dia dos Pais”, afiançou.

“Pegada diferente”

Em centros de compras mais tradicionais, o panorama também é positivo. Embora não disponha de números precisos, o diretor da Alasc (Associação dos Lojistas do Amazonas Shopping Center), André Gesta, assinala que conversas informais com os associados indicam que as vendas seguiram dentro do esperado em julho, inclusive com “muitas lojas” apresentando crescimento em relação a 2019 e 2020. 

“Como associação, temos uma base, mas não temos números, porque eles são confidenciais dos lojistas. Algumas lojas chegaram a fechar 10% em relação a 2019. O que a gente tem visto é que alguns segmentos melhoraram, como os de casa, colchão, alguns eletrônicos e eletrodomésticos. Outros que ainda sofrem são os relacionados a festas, porque os eventos ainda não estão 100% liberados. Moda e calçados também têm sofrido, pelo mesmo motivo”, analisou.

Segundo o diretor da Alasc, no geral, a expectativa para o aquecimento dos negócios dos lojistas que trabalham no shopping ainda é “muito boa”, especialmente após a reabertura dos cinemas, em que pese o imponderável da crise da covid-19. “A gente sempre fica com um pé atrás porque a pandemia ainda existe, embora o número de casos já tenha diminuído bastante. É um ritmo e pegada muito diferentes, mas a expectativa é que a economia retome Temos o Dia dos Pais neste mês e, depois, o Dia das Crianças, Black Friday e Natal”, arrematou. 

Foto/Destaque: Divulgação

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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