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Especialistas defendem retorno dos radares de velocidade

Dados divulgados pelo IMMU (Instituto Municipal de Mobilidade Urbana), revelam que o número de acidentes com vítimas fatais no trânsito em Manaus cresceram 11,8% no primeiro semestre de 2021 em relação a igual período do ano passado. 

Os índices são avaliados por especialistas em trânsito, que reforçam a necessidade da volta dos radares de velocidade mencionada pelo diretor-presidente do IMMU, Paulo Martins em entrevista ao Jornal do Amazonas. A ideia de Martins é que até janeiro de 2022 o sistema passe a operar  nas ruas de Manaus. 

Segundo o especialista Haniery Mendonça, a capital passou muito tempo sem ter a fiscalização eletrônica de velocidade, o conhecido radar. E a população precisa entender sobre a importância de respeitar o limite de velocidade estabelecida pelas sinalizações e infelizmente isso não acontece. “São muitas ocorrências. O número de acidentes  vem aumentando mês a mês e nós precisamos mudar isso de alguma forma. Infelizmente a forma que encontraram de pelo menos controlar em alguns pontos da cidade é através do radar de fiscalização. Com certeza o órgão competente fará uma comunicação através dos meios informando. Isso porque não poderão instalar a sinalização de uma hora para outra e começar a cobrar, tem que informar a população”, avalia.  

Na opinião dele, é importante esse tipo de iniciativa que já deveria ter sido instalada há muito tempo. Haniery destaca que não vê a implantação como forma de ganhar dinheiro, muito pelo contrário, é uma forma de salvar vidas. “Até porque só será notificado quem desrespeitar a sinalização e o local de fiscalização. Eu apoio porque avanço de semáforo  excesso de velocidade em Manaus é uma coisa absurda”. 

Segundo Paulo Martins, a capital está sem radares de velocidade há 6 anos, após uma denúncia feita pelo Ministério Público. Em 2015, a prefeitura anunciou a quebra de contrato com a empresa responsável pelo serviço na capital.

Conforme a assessoria do IMMU, uma licitação para a contratação do serviço deve ser lançada em até três meses e a previsão é que os equipamentos comecem a funcionar em janeiro de 2022.

Quando o sistema era ativo no Amazonas, o Estado contava com 36 radares espalhados em todas as zonas e com a defasagem, alguns controladores e redutores de velocidade foram remanejados. Atualmente, agentes e câmeras de monitoramento são utilizados.

O professor da Ufam (Universidade Federal do Amazonas) e doutor em engenharia de transporte Geraldo Alves, menciona que há quem diga que se trata de uma indústria de multa, mas a cidade cresceu e precisa ser disciplinada do ponto de vista da circulação. “Não dá para deixar que a população use as vias de qualquer jeito. Excesso de velocidade e abuso isso diretamente influencia na geração de vítimas de acidentes de trânsito”. 

Agora, no caso dos radares fixos, de acordo com ele, tem uma eficácia limitada porque os motoristas sabem onde eles estão e a legislação obrigou que fiquem em lugares bem visíveis, então os motoristas que tem a intenção de circular mais rápido, diminuem a velocidade para passar no radar e depois pisam no acelerador. No entanto, ele considera a alternativa melhor do que nada, “serve para lembrar que há limites a serem respeitados. Tem certos trechos que são mais problemáticos em relação a estrutura viária e instalando nesses pontos ajuda na redução do número de óbitos”. 

Segundo ele, o ideal seria complementar com radares móveis, ou seja, se voltasse com a fiscalização daqueles que ficam em pontos estratégicos, respeitaria-se o limite de 60km por hora na cidade porque estariam em qualquer lugar.Melhoraria a fiscalização da circulação na cidade.  “Como não é de praxe em nenhuma cidade, é melhor apostar nos fixos”

Números

Ainda de acordo com os dados do IMMU, de janeiro a julho foram registrados 123 vítimas fatais. No mesmo período do ano passado esse número foi de 110. Os acidentes envolvendo motociclistas subiram de 46 no ano passado para 65. Os atropelamentos a pedestres que apesar de uma queda de 7,69% em relação a 2020 -ocupam o segundo lugar. 

Houve queda de 7,69% em pessoas vítimas de atropelamento. Em compensação, acidentes com vítimas de colisão aumentaram 35,71%. O acréscimo de acidentes por natureza e tipo de vítima nos sete primeiros meses deste ano, chegou a 8,26%.

As zonas Leste e Norte, registraram o maior percentual de crescimento entre as vítimas fatais 31,37% e 22,55%, respectivamente. O menor índice é observado na zona Oeste 5,88%. 

Foto/Destaque: Divulgação

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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