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Construção civil no Amazonas segue aquecida no 1º semestre

A despeito dos impactos da pandemia e da inflação galopante dos insumos para o setor, a construção civil segue em ritmo aquecido no Amazonas. Pesquisa periódica do Sinduscon-AM (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas) informa que o Estado contabilizou pelo menos 32 obras, realizadas por 13 empresas, que empregaram um contingente total de 1.159 trabalhadores, no primeiro semestre de 2021. 

A má notícia revelada pela sondagem é que, a despeito de todos os cuidados, a covid-19 não deixou de bater ponto nos canteiros de obras locais, de janeiro a junho deste ano. A boa é que o número de afastamentos do trabalho caiu mais de 70%, em relação ao registrado no começo do ano – auge da segunda onda da pandemia, no Amazonas. E nem todos os registros se deram por motivo da doença. 

Diferente dos levantamentos anteriores, que haviam apontado números mais generosos para o interior, a atividade ficou concentrada em Manaus. A capital respondeu por 96% dos empreendimentos ainda em andamento, sendo seguida de longe por Anori (4%). Os trabalhos, contudo, seguem diluídas por empresas: sete delas operam com apenas uma, embora existam construtoras com quatro, ou até oito projetos em curso. O Sinduscon-AM reforça que não há obras paralisadas, no Amazonas.

O contingente de operários de cada empresa variou de quatro a 300 trabalhadores. Conforme a sondagem, de janeiro a junho de 2021, foram registrados 33 afastamentos, o equivalente a 2,84% do total. Houve uma redução de 70,27% na comparação com a estatística anterior (111) – que coincidiu com a segunda onda da pandemia no Amazonas. O motivo predominante (19 casos e 77% do bolo) foi o diagnóstico por covid-19, mas outras situações contribuíram para o resultado, como acidentes domésticos, outras questões relativas à saúde e o fato de residirem com outras pessoas contagiadas pela doença.

As 13 empresas sondadas pelo Sinduscon-AM somaram 178 casos suspeitos no primeiro semestre de 2021 – 13,17% a menos do que na pesquisa anterior (205). Os registros por empresa variaram de 1 a 80, mas a maioria apresentou estatísticas de um dígito. Pelo menos 129 trabalhadores testaram positivo, em igual intervalo – número pouco acima do anterior (120). Os índices variaram de 1 a 40, por construtora, sendo todos em Manaus. Entre os trabalhadores doentes, 12 ainda se encontravam em internação hospitalar, no encerramento da pesquisa.

“Nesta quarta edição, o Sinduscon-AM notou que houve uma redução de 47,8% de internações por covid-19 entre os trabalhadores. Na última pesquisa divulgada em janeiro de 2021, o número de internações era de 23, agora este número caiu para 12 internados”, assinalou o texto divulgado pela assessoria de imprensa da entidade, acrescentando que, desde a primeira edição da sondagem, em maio de 2020, foram registradas apenas duas mortes por covid-19, nos canteiros de obras do Amazonas..

, que também registrou duas mortes confirmadas por covid-19, na capital.

Vacinas e máscaras

A melhora relativa no quadro da pandemia nos canteiros de obras do Amazonas seguiu em paralelo com a ampliação do processo de imunização entre os trabalhadores. Dos 1.159 operários ativos nos canteiros de obras no primeiro semestre, 85,6% (992) já receberam a primeira dose da vacina contra covid-19. Das 13 empresas sondadas, seis informaram que 100% de seus trabalhadores já receberam a primeira dose, sendo que a menor taxa entre as empresas foi de 57,6%. Pelo menos 28,6% (345) dos trabalhadores já passaram pela segunda dose – de 0% a 53,1%, conforme a construtora.

O levantamento do Sinduscon-AM apontou que todas as 13 empresas estão distribuindo pelo menos duas máscaras por trabalhador, para uso destinado ao transporte entre a casa e o local de trabalho. Houve registros também, no entanto, de construtoras amazonenses fornecendo até mais de seis máscaras para o mesmo fim.

Indagadas sobre medidas preventivas implementadas para evitar a proliferação da pandemia nos canteiros de obras, a maior parte das empresas confirmou que trabalha com palestras informativas, medição de temperatura dos funcionários na entrada e saída, restrição de funcionários com sintomas ou grupo de risco, disponibilização de informativos de prevenção ao coronavírus, reforço de higiene com mais banheiros e álcool gel, e horários escalonados de vestiário e almoço. Além das medidas selecionadas no questionário, quatro empresas mencionaram que estão disponibilizado transporte especial para os colaboradores fazendo o trajeto casa-empresa-casa.

“Índices aceitáveis”

O presidente do Sinduscon-AM, Frank Souza, destacou que a iniciativa da pesquisa é importante para verificar “o comportamento da doença” nos canteiros de obras do Amazonas e explica que, ao incluir empresas de pequeno, médio e grande porte, o levantamento buscou confirmar se as estatísticas estariam ligadas ao porte das construtoras, entre outros quesitos. No entendimento do dirigente, os índices são “bastante aceitáveis”, embora dependam de empresa a empresa.

“O que se percebe é que há uma redução muito positiva de casos de contaminação nos canteiros de obras, ou de casos suspeitos. Só temos dois casos de óbitos, nesse período e, entre os afastamentos, nem todos se dão pela doença. Vale ressaltar que o setor está mantendo todas as medidas explicativas e preventivas para evitar a propagação da doença e todas as empresas estão distribuindo máscaras, além de se preocupar efetivamente com a vacinação. Há uma corrente que defende que o trabalhador deve ter uma carteira de vacinação como condição para trabalhar na obra, para reduzir o risco de contaminações”, arrematou.

O estudo do Sinduscon-AM foi feito por modo direto e online, com “perguntas abertas” e “respostas definidas”, mediante uma lista de 17 questões sobre os canteiros de obras do Amazonas no período pós-pandemia. No total, 13 empresas do segmento da construção civil do Amazonas responderam, sendo de portes pequeno, médio e grande, mas a entidade salienta que não se pode considerar que os resultados representam todo o “universo” do mercado “estatisticamente”.

Foto/Destaque: Divulgação

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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