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Governo demonstra insegurança sobre desempenho do PIB

Parece que nem o governo central tem segurança ao demonstrar números sobre o desempenho do PIB (Produto Interno Bruto Brasileiro). Ontem, o chefe da Assessoria Especial de Estudos Econômicos do Ministério da Economia, Rogério Boueri, disse,  ao comentar o resultado do PIB do segundo trimestre, que, por um motivo ainda a ser identificado, as projeções do mercado – e do próprio governo – sobre o crescimento do País estão “subestimando consistentemente o PIB realizado”.

“Vamos precisar de tempo para fazer diagnostico com mais precisão sobre o que está acontecendo. Sobre o que está levando os modelos a subestimarem os resultados reais”, disse Boueri ao afirmar que “os modelos estão errando sistematicamente para baixo” o que projetam para o crescimento econômico do país.

Na avaliação do economista, a divergência se deve, provavelmente, ao fato de haver “alguma coisa que os modelos não estão capturando”, e que, nesse sentido, estariam ocorrendo “desvios padrões” na economia brasileira, que não estariam sendo captados pelos modelos adotados.

“Modelos tradicionais, baseados em observações passadas, são incapazes de responder apropriadamente às mudanças estruturais, por serem invariantes às políticas econômicas e cenário onde há quebra estrutural”, argumentou ao acrescentar que essas previsões mais pessimistas abrangem, além do mercado, a própria Secretaria de Política Econômica (SPE), do Ministério da Economia.

Boueri citou, como exemplos, algumas projeções apresentadas desde 2020. “Em junho daquele ano, o mercado previa PIB negativo de 6,6%, enquanto a secretaria previa – 4,7%. O realizado, no entanto, ficou em – 3,9%”, disse. “Em março de 2021, o mercado previa um PIB de 3,1%. A SPE previa 3,2%, e o realizado ficou em 4,6%”, acrescentou.

Já em março de 2022, o mercado previa crescimento de 0,3%, enquanto a SPE previa 1,5%. “No entanto, se o PIB no segundo semestre parar de crescer, ao final do ano teremos um PIB de 2.4%. Enquanto isso, o Focus dá 2,1% de crescimento”.

De acordo com o Sistema de Contas Nacionais Trimestrais divulgado, ontem, o PIB, a soma de todos os bens e serviços finais produzidos no País, cresceu 1,2% no segundo trimestre deste ano na comparação com o período anterior. O resultado é o quarto positivo seguido do indicador, depois de ter recuado 0,3% no segundo trimestre do ano passado. Segundo o instituto, o PIB brasileiro chegou a R$ 2,404 trilhões em valores correntes.

Com o resultado, o PIB avançou 2,5% no primeiro semestre do ano, e a atividade econômica do país ficou 3% acima do patamar pré-pandemia, verificado no quarto trimestre de 2019.

De acordo com o IBGE, o crescimento no segundo trimestre foi influenciado pela alta de 1,3% nos serviços, que, segundo a coordenadora de Contas Nacionais do instituto, Rebeca Palis, respondem por 70% na economia.

Nota abre Perfil

Amazonas vive momentos de prosperidade

A questão é polêmica e, no mínimo, surpreendente. Apesar de tantos ataques à ZFM, o governador do Amazonas, Wilson Lima (U), candidato à reeleição nas eleições de outubro, anunciou que o Estado vive, hoje, momentos de muita prosperidade. As garantias foram dadas a uma plateia formada por aproximadamente 200 empresários, representantes de órgãos e a expertises que acompanham o desenvolvimento da economia amazonense. O encontro aconteceu esta semana na sede da Fecomércio-AM. A entidade quer ouvir as propostas dos postulantes ao cargo de governador no próximo pleito.

Lima não demonstrou nada de pessimismo. Ao contrário, só enalteceu as potencialidades regionais, principalmente em termos de infraestrutura logística, que não deixa nada a deixar em relação aos maiores do mundo. Para ele, o Porto Chibatão, empresa da iniciativa privada, demonstra seu protagonismo em toda a América Latina. Sem citar números, disse ainda que a arrecadação estadual vem sendo recorde. Lembrou os portos de Itacoatiara de Humaitá, citando outro em construção no interior com capacidade para armazenar até 80 toneladas de grãos de uma só vez. E por que se fala de tanta crise nos meios econômicos? Muita margem para eventuais especulações eleitoreiras por parte da oposição.

Farmacêutico

O governador Wilson Lima falou também sobre o bom desempenho de um grupo farmacêutico regional que faturou mais de R$ 1 bilhão só este ano, demonstrando o quanto o Estado ainda atrai grandes investimentos, possibilitando gerar mais empregos e renda à população, principalmente nos municípios do interior do Amazonas. Na prática, não é o que se observa nas cidades ribeirinhas, cuja economia depende de repasses estaduais e federais, obrigando grande parte da população a recorrer a atividades de subsistência na agropecuária e na pesca extrativa.

Potencialidades

A economia do Amazonas está tão pujante que atrai potenciais investidores, segundo o governador Wilson Lima. Ainda este ano, o grupo Havan, cujo proprietário bilionário foi alvo de uma operação da PF por determinação de um ministro do STF, estará inaugurando uma nova loja em Manaus. A Casas Bahia, outro grande no mercado de varejo, também aposta nas potencialidades da região, ameaçando o protagonismo de grupos empresariais pioneiros que se originaram no Estado, como a Bemol e a TV Lar.

Ânimo

Não é isso, porém, o que anima parte da classe empresarial da indústria do Amazonas. Recentemente, o Cieam pediu a representantes do Estado que avaliem com mais cuidado os impactos do novo decreto presidencial sobre o IPI. Para muitos, é importante incluir outros produtos na lista dos contemplados com a isenção do imposto, sendo necessária a inclusão de mais itens para preservar empregos. Alguns avaliam que as medidas atendem parte das reivindicações, porém ainda há riscos.

Receita

E o Estado do Amazonas está arrecadando mais, segundo os últimos dados da Sefaz. De janeiro a agosto deste ano, o Estado obteve receitas de R$ 19,2 bilhões (R$ 19.241.227.659,37). Foram R$ 4 bilhões a mais do que no mesmo período do ano passado, quando arrecadou R$ 15,2 bilhões (R$ 15.224.484.163,34), de acordo com o portal da transparência da Secretaria de Estado da Fazenda. O que impressiona é o bom desempenho da economia, com tantos ataques à manutenção dos benefícios.

Rusga

Chico Preto e Arthur Neto protagonizaram ataques durante debate em uma rede de TV, trocando insultos ferrenhos, quase culminando nas vias de fato. Alijado de disputar o Senado, Chico Preto disse lamentar que “gente envolvida em fraude e tendo familiar acusado de assassinato” tenha permissão para se candidatar, uma alfinetada direta em Neto. Quem abriu o precedente foi o pastor Peter Miranda, outro postulante. O ex-prefeito retrucou, dizendo que o adversário não tem maturidade política. Muita rusga.

Votação

Agora, é para valer. O TSE aprovou, por unanimidade, novas exigências para eleições. Os mesários poderão impedir de votar o eleitor que se recusar a entregar o celular durante a votação no pleito de outubro deste ano. Ninguém também poderá estar com porte de armas. Agora, o plenário da Corte aprovou as mudanças na resolução que disciplina as normas para a disputa, com detalhes sobre as proibições. O tribunal justifica que quer proporcionar a maior segurança a toda a população. Boa medida.

Calamidade

O ministro Paulo Guedes também tenta emplacar a reeleição de Bolsonaro. Ele anunciou que o bom desempenho do PIB e a recuperação da economia brasileira abrem condições para prorrogar o estado de calamidade, medida considerada eleitoreira por setores da esquerda neste ano de eleições. Aliás, ainda se fala dos impactos provocado pelos R$ 48 bilhões destinados para o auxílio emergencial no período, com a conivência do próprio Congresso. Quem vai herdar o rombo?

Varíola

A varíola dos macacos se alastra no mundo. Ontem, as autoridades sanitárias confirmaram mais cinco casos da doença no Amazonas, acendendo um novo alerta sobre a disseminação. A ONU garante que a infecção não tem potencial para causar tantas tragédias como a Covid-19, mas sugere as mesmas medidas preventivas contra o coronavírus. Felizmente, a letalidade não é tão grande.  Por ora, são poucas mortes. O contágio acontece mais em homossexuais. Mas não vamos estigmatizar doentes.

FRASES

“Vivemos momentos de grande prosperidade”.

Wilson Lima (UB), governador, em discurso a empresários no Amazonas.

“Algumas coisas que os modelos não estão capturando”.

Rogério Boueri, chefe de assessoria do Ministério da Economia, analisando dados do PIB.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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