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Voar cada vez mais alto

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Voar como os pássaros sempre foi um dos grandes sonhos do homem, desde Ícaro a Santos Dumont, e mais recentemente dos professores e alunos do projeto Urutau Aerodesign, da UEA (Universidade do Estado do Amazonas). Urutau é uma ave amazônica, uma coruja, temida pelo seu canto, da mesma forma que os professores e alunos do projeto almejam ser temidos pela sua capacidade de projetar excelentes protótipos para participar de competições. E ganhar.

“O projeto foi idealizado em 2013 e, após receber o apoio financeiro da Fapeam no valor de R$ 298 mil, através do Pró-Estado (Programa de Apoio à Consolidação das Instituições Estaduais de Ensino e/ou Pesquisa), nos permitiu, em 2014, montar a estrutura física, aparelhando um laboratório que atualmente funciona como oficina de trabalho para a construção das aeronaves, com estrutura de equipamentos, computadores e softwares apropriados para a criação dos protótipos”, explicou o professor doutor Antônio Kieling, idealizador do projeto e à frente de todas as suas etapas.

“No laboratório nós desenhamos, produzimos os materiais e componentes e fabricamos os Vant’s (Veículos Aéreos Não Tripulados), diferentes dos aeromodelos, que são comprados para você montar. Um Vant é um protótipo exato de um avião de grandes dimensões, sendo que é produzido para competições”, esclareceu.

“Tudo começou quando um grupo de alunos da UEA visitou uma apresentação de mobilidade aérea, em Florianópolis/SC, e voltaram com a idéia de montar um projeto aeronáutico na universidade. A partir disso, apoiei a iniciativa e estou como coordenador e orientador do Urutau Aerodesign até hoje”, disse.

        Projeto leva a UEA a competições nacionais 

  

SAE e Embraer

“Atualmente, o grupo é formado por 15 professores e 30 estudantes das várias áreas de engenharia: mecânica, controle e automação, elétrica e eletrônica, civil, produção, naval e eletrônica, naval e química, e computação, um grupo multidisciplinar, onde cada equipe é responsável por determinada etapa do processo, da concepção à construção do Vant. Trabalhamos como uma empresa”, informou.

“Esse trabalho tem colocado a UEA entre as universidades mais competitivas na área de engenharia da mobilidade”, comemorou. “Equipes de outros Estados, que também participam de competições semelhantes, vieram visitar nosso laboratório e ficaram impressionados, pois muitas delas não têm toda essa estrutura que temos aqui na UEA, graças ao apoio da Fapeam”, destacou.

Anualmente a SAE Brasil Aerodesign (Sociedade de Engenheiros da Mobilidade), em parceria com a Embraer, organiza competições para estimular a criatividade de estudantes de engenharia e de ensino médio ou técnico, além de propiciar a difusão e o intercâmbio de técnicas e conhecimentos de engenharia aeronáutica entre eles. Uma delas é a Aerodesign, realizada na pista de decolagem do aeroporto da cidade de São José dos Campos, interior de São Paulo.

“Todo ano é lançado um edital para a seleção dos candidatos. Selecionamos os alunos através de provas com etapas eliminatórias conforme indicado no edital. Realizamos primeiro uma prova teórica, após isso, uma dinâmica com várias atividades que são propostas para avaliar o comportamento em equipe, então os mais aptos são escolhidos para compor o time”, contou.

“Em 2017, a Urutau Aerodesign conquistou o 3º lugar. Ano passado ficamos em 5º lugar. Este ano já recebemos o edital e começaremos a formar a equipe. Na competição os alunos precisam apresentar um Vant com estrutura, asas, controle e operação. Ganha quem apresentar a melhor performance no transporte de cargas. Somos o único grupo representante do Amazonas e também da Região Norte, por isso trabalhamos o ano inteiro em função da competição, que acontece no final do ano, em São José dos Campos”, comemorou.

Ano passado a 19ª edição da Aerodesign reuniu 1,3 mil universitários, divididos em 95 equipes de 20 estados mais o Distrito Federal.

Em vôos altos

“Sim, com certeza, se tivéssemos equipamentos e materiais adequados, que são caríssimos, seríamos capazes de construir esses protótipos em tamanho natural”, garantiu. “Esperamos que, em um futuro próximo, o fruto de todo esse trabalho gere um núcleo de pessoas altamente qualificadas para a criação de um curso tecnológico na área de aeronáutica ou até mesmo de engenharia. Vivemos numa região onde é muito grande a necessidade de deslocamentos aéreos, na qual temos aeroportos, aeronaves, mas não temos um curso de formação para futuros engenheiros de aeronáutica. Alunos que integraram as primeiras equipes do projeto Urutau hoje estão cursando mestrado e doutorado em engenharia aeronáutica no ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), além de outros que irão começar a atuar como trainees na Embraer”, revelou.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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