Depois do tropeço de junho (-0,4%) e da recuperação de julho (+0,1%), o setor de serviços do Amazonas seguiu na contramão do país e emendou seu segundo mês de alta mensal, mas o resultado ficou abaixo do registrado 12 meses atrás. A conclusão vem da análise dos dados da pesquisa mensal do IBGE, divulgada nesta sexta (11).
O volume de serviços aumentou 0,3% em relação a julho de 2019, mas caiu 3,5% no confronto com os números de agosto de 2018. Os acumulados do ano (+2,7%) e dos últimos 12 meses (+1,2%) perderam força em relação aos respectivos números do levantamento anterior (+3,8% e +2,2%), mas seguiram no positivo e bem acima da média nacional (+0,5% e 0,6%, respectivamente).
A variação mensal levou o Estado à sétima posição no país, com número abaixo da média nacional (+0,5%), em um panorama de 19 resultados negativos. Roraima (+3,9%), Espirito Santo (+2,8%) e Bahia (+1,3%) encabeçaram a lista e as últimas posições ficaram em Tocantins (-8,2), Acre (-7,1) e Alagoas (-5). No acumulado do ano, o Amazonas ficou em terceiro lugar, atrás de Maranhão (+3,5%) e São Paulo (3,2%). As últimas posições foram ocupadas por Acre (-8,8%), Rondônia (-6,8%) e Mato Grosso (-6,5%).
Do lado da receita nominal, por outro lado, o Amazonas avançou 0,5% frente a julho de 2019 e subiu 2,9% em relação a agosto de 2018. Os números foram positivos também para os acumulados do ano (+7,2%) e dos últimos 12 meses (+4,8%), embora tenha perdido força em relação aos números do mês anterior: +7,9% e +5,4%, respectivamente.
O incremento mensal deixou o Estado no oitavo lugar do ranking do IBGE e distante da média nacional (-0,1%). As maiores altas foram em Roraima (+4,6%), Espirito Santo (+2,6%) e Pará (+2,3%) e as maiores baixas ocorreram no Acre (-7,7%), Tocantins (-7,5%) e Alagoas (-5,2%). A performance no acumulado do ano sustentou o Estado na vice-liderança, atrás apenas de Tocantins (+8,2%) e bem acima da média brasileira (+4,1%). Na mesma comparação, Piauí (-5,2%) e Acre (5%) ficaram nas últimas posições.
A despeito do desempenho sofrível dos serviços do Amazonas no confronto com os números do ano passado, o supervisor de disseminação de informações do IBGE-AM, Adjalma Nogueira Jaques, destaca ao Jornal do Commercio que o setor vem consolidando crescimento ao longo do ano, embora se mostre ceticismo no que se refere ao curto prazo.
“Apesar de o indicador principal, que mensura atividade em relação ao mês anterior estar positivo, a comparação com 2018 foi negativa. Com isso, o acumulado sofreu queda considerável. Mas, nada que possa alterar o quadro de melhora da atividade. Nos próximos quatro meses que ainda restam, veremos a confirmação ou não do bom desempenho dos serviços”, ponderou.
Transportes e turismo
Em nível nacional, o setor encolheu pelo quinto mês seguido. Em texto postado no site do IBGE, o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, ressalva que a variação (-0,2%) é moderada, mas observa que as cinco taxas negativas foram mais intensas do que as positivas, situando o setor de serviços em nível 1,5% abaixo do apresentado ao final de 2018.
De julho para agosto, houve quedas em três das cinco atividades em todo o país: transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-0,9%), outros serviços (-2,7%) e serviços prestados às famílias (-1,7%). As taxas foram positivas nos serviços de informação e comunicação (0,4%) e nos serviços profissionais, administrativos e complementares (0,5%).
O índice de atividades turísticas caiu 4,2% frente ao mês anterior, após alta de 0,2% em julho. Na comparação com agosto de 2018, a atividade recuou 2,9%, pressionada pela queda de receita das empresas de transporte aéreo de passageiros. Em sentido oposto, segmentos de locação de automóveis e de hotéis apontaram as principais contribuições positivas sobre a atividade turística.
Alimentação e beleza
Não há dados sobre a evolução dos segmentos que compõem o setor de serviços do Amazonas. Segundo o assessor econômico da Fecomércio AM (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas), José Fernando Pereira da Silva, as atividades que vêm demonstrando aquecimento em Manaus são as de bares e restaurantes, salões de beleza e barbearias, academias de ginastica (fitness), e petshops.
“O turismo de pesca, em Barcelos e São Gabriel da Cachoeira, também demonstra bons resultados e sinaliza crescimento maior nos próximos anos. E a atividade impulsiona outros segmentos. Nossa gastronomia vem se aprimorando muito e já uma das melhores do país, além de ser uma das coisas que os turistas gostam mais, quando vêm aqui”, concluiu.