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Serviços expandem em dez anos

Marco Dassori

Twitter: @marco.dassori  Instagram: @jcommercio

O setor de serviços do Amazonas cresceu em quantidade de empresas, geração de receita e criação de empregos, em uma década. Entre 2011 e 2020, expandiu 9,8%, totalizando 126.478 postos de trabalho. A quantidade de empreendimentos avançou 24,4% e chegou a 6.677, no primeiro ano da pandemia. Com isso, o Estado ganhou participação no ranking nacional de receita do setor. O dado negativo é que o crescimento veio acompanhado por uma queda nos rendimentos médios dos trabalhadores no mesmo período –de 2,4 para 1,7 salários mínimos. 

A crise sanitária não deixou de cobrar seu preço. Entre 2019 e 2020, houve queda de 1,6% no número de empresas de atividades de serviços no Amazonas, de 6.785 para 6.677. Mas, o número de pessoas ocupadas cresceu 1,8% e totalizou 126.478 trabalhadores. O Estado teve desempenho melhor do que o da média nacional, que perdeu 1,1% de seus negócios e mandou embora 2,4% do pessoal empregado, no primeiro ano da crise da Covid-19. É o que revelam os dados da PAS (Pesquisa Anual de Serviços), divulgada pelo IBGE, nesta quarta (24).

O segmento de serviços profissionais, administrativos e complementares foi o que mais empregou pessoas no setor de Serviços, em 2020, no Amazonas, respondendo por 49,3% do total (62.389 pessoas), além de ser o segmento com maior número de empresas (3.034 ou 45,4% do total). O subsetor de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio foi responsável pela maior parte da receita bruta de serviços, no Amazonas, com 46,6% de participação (R$ 9,66 bilhões).

Em dez anos, a atividade pagou R$ 2,9 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações no Amazonas, além de gerar receita bruta de R$ 20,7 bilhões para as empresas locais. O Estado aumentou sua parcela regional na receita bruta de prestação de serviços, partindo de 39,4% (2011) para chegar a 39,9% (2020), atingindo a maior fatia na região Norte. Na sequência estão Pará (34,9%) e Tocantins (8,6%). No período, Amazonas, Pará, Roraima e Tocantins ganharam participação na receita bruta de prestação de serviços, enquanto Amapá, Acre e Rondônia perderam.

“Evolução do mercado”

O IBGE destaca que, em dez anos, a região Sudeste continuou respondendo pela maior parte das empresas, pessoal ocupado, receita bruta de prestação de serviços, salários, retiradas e outras remunerações. Foi seguido pelo Sul, Nordeste, Centro-Oeste e Norte. O Sul se destacou no crescimento de ocupações (+359,1 mil pessoas), enquanto o Norte manteve sua participação inalterada. Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio foi o principal segmento em receita bruta de serviços das regiões Norte (38,1%), Centro-Oeste (35,8%) e Sul, com participação (35,2%).

“Com relação às remunerações médias, medida em salários mínimos, todas as regiões reduziram o valor dos salários médios pagos entre 2011 e 2020. O Nordeste permaneceu ao longo de todo o período como a de menores valores, pagando em média 1,6 s.m. em 2020. Em contrapartida, o Sudeste foi o primeiro ao longo dos últimos 10 anos, e pagou 2,5 mínimos no último ano da pesquisa”, assinalou o IBGE-AM, no texto de divulgação da pesquisa.

Em 2020, havia 6.682 empresas de serviços no Amazonas, número que vem aumentando a cada ano, conforme o IBGE. De 2011 para 2020, o crescimento no número de empresas no Estado foi de 24,4%, o que representou mais 1.310 novas empresas. “Este é um crescimento decorrente da evolução do mercado, influenciado pelas exigências fiscais e tributárias quanto à regularização dos prestadores de serviços”, explicou o texto de divulgação do órgão de pesquisa.

Serviços profissionais, administrativos e complementares foi o grupo que mais incrementou empresas: foram 996 novas unidades nos últimos dez anos, no Estado. Em contrapartida, as atividades imobiliárias obtiveram o maior índice de crescimento de empresas no período (111,5%), passando de 104 para 220 unidades. Os únicos segmentos a enfrentar baixa foram os serviços prestados às famílias e o de serviços de manutenção e reparação.

Empregos e receita

As empresas prestadoras de serviços não financeiros ocuparam um total de 126.478 pessoas no Amazonas, em 2020. Entre os segmentos, destaca-se o de serviços profissionais, administrativos e complementares, responsável por empregar 49,3% do total (62.389 pessoas). Os subsetores de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (32.315 pessoas ou 25,5%), e de serviços prestados às famílias (20.707 pessoas ou 16,4%) aparecem em seguida.

Em termos de crescimento, as altas vieram das divisões de informação e comunicação (+1,9%); serviços profissionais, administrativos e complementares (+11,8%); transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (+13,6%); e “outras atividades de serviços” (+21,2%). Em sentido inverso, serviços prestados às famílias (-1,2%); atividades imobiliárias (19,8%); serviços de manutenção e reparação (-28,6%) amargaram quedas.

O segmento de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio foi responsável pela maior parte da receita bruta de serviços, no Amazonas, com 46,7% de participação (R$ 9,66 bilhões), seguido pelos serviços profissionais, administrativos e complementares (24,6% e R$ 5,08 bilhões); serviços de informação e comunicação (15,1% e R$ 3,1 bilhões); serviços prestados às famílias (8,4% e R$ 1,7 bilhão); “outras atividades de serviços” (3,3% e R$ 687,8 milhões; atividades imobiliárias (1,1% e R$ 230,5 milhões); e serviços de manutenção e reparação (0,8% e R$ 170,3 milhões).

Resiliência e pandemia

Na análise do supervisor de disseminação de informações do IBGE-AM, Adjalma Nogueira Jaques, o setor de serviços é a atividade econômica do Amazonas mais resiliente à pandemia –a despeito dos impactos negativos para os segmentos que dependem de público presencial. “Os dados na série histórica mostram evolução em itens importantes, como postos de trabalho e número de empresas. Já na passagem de 2019 para 2020 houve um pequeno declive. Mas, nada que comprometesse o desempenho, porque o número de ocupados também evoluiu entre os dois anos. O reflexo positivo veio no aumento da participação do Amazonas em termos regionais, na receita bruta”, frisou.

Em texto postado no site da Agência de Notícias IBGE, o analista da pesquisa, Marcelo Miranda, ressalta que as atividades que dependiam de atendimento presencial foram as mais afetadas pela pandemia em âmbito nacional, contribuindo para um movimento de queda na ocupação iniciado a partir da crise de 2014. “Com exceção de serviços profissionais, administrativos e complementares; atividades imobiliárias; e outras atividades de serviços, os outros segmentos tiveram queda na ocupação”, concluiu, acrescentando que o subsetor mais afetado foi o de serviços prestados às famílias (-16,4% e -467,9 mil vagas).

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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