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Serafim Corrêa se transforma em figura estratégica do pleito

Contabilizando 23 municípios do Amazonas percorridos somente no início deste ano, o ex-prefeito de Manaus, Serafim Corrêa (PSB), reafirmou esta semana: “sou candidato ao governo do Amazonas”. Com isto, rechaçou qualquer possibilidade de coligação ou apoio à candidatura do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento (PR), que recebe apoio do presidente Lula, com o PT e com o vice-governador, Omar Aziz. Dessa forma, o homem que foi deixado sozinho pelos antigos aliados nas últimas eleições, em 2008 e ainda obteve 371.845 votos em Manaus, torna-se uma das figuras mais assediadas nesta corrida eleitoral.
Serafim Corrêa (PSB) jogou água fria, ontem, nas intenções do PT que, por meio do presidente estadual do partido e senador suplente, João Pedro, declarou estar interessado em se reaproximar do ex-prefeito para uma possível chapa majoritária para concorrer ao governo do Amazonas com o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento. “Sou candidato ao cargo de governador. Minha candidatura é um reflexo da voz das ruas. As pessoas estão decepcionadas com estes governantes atuais e esta é uma decisão do PSB. Acreditamos que política é concorrência de opções e nossa obrigação é oferecer uma alternativa diferente para este povo”, afirmou.

De olho nos quase 400 mil votos recebidos pelo candidato do PSB, a intenção do PT, em se reaproximar de Serafim Corrêa está sendo entendida pelos parlamentares aliados do ex-prefeito, como um ato de ‘desespero político’, uma vez que o governador Eduardo Braga (PMDB), considerado o grande cabo eleitoral do candidato apoiado pelo partido, Alfredo Nascimento (PR), dá sinais de que lançará como seu sucessor o vice-governador, Omar Aziz. “Vamos procurar Serafim Corrêa para buscar uma aproximação. O lugar dele é ao lado do PT, de Lula e Dilma”, afirmou, esta semana, o senador João Pedro. Braga se reelegeu governador com 687.912 votos em 2006.

O acordo, desenhado pelo presidente da República para as eleições municipais de 2008, tinha como base o apoio do PR de Alfredo à candidatura de Omar Aziz (PMN) à prefeitura da cidade. O candidato do governo ficou em terceiro lugar na disputa. Nesta composição que se iniciou em 2008, partidos como o PT, PR e PCdoB, que faziam parte da gestão de Serafim Corrêa, entregaram os cargos e não apoiaram a candidatura para a disputa da reeleição. “Encontrei apoio e qualidade ética na composição com o PSDB e o DEM nas últimas eleições e é este caminho que estamos trilhando”, revelou o ex-prefeito.
O deputado federal, Marcelo Serafim (PSB), afirmou ontem, por meio do seu microblog, twitter, que o partido vai lutar pela composição de chapa com PSDB, PV, DEM e possivelmente o PPS. “No jogo da politica nos adaptamos melhor ao papel de traídos do que de traidores. Sempre jogamos limpo e as claras. Em 2010 não será diferente”, comentou.

“Não diminuímos ninguém e respeitamos a força de cada candidato. O Lula é um companheiro antigo de luta, o José Serra é um político com quem temos boa relação e a Marina Silva é uma irmã, esteve do meu lado quando todos me abandonaram, quando nós mais precisamos”, finalizou, lembrando que, durante as próximas semanas, seu grupo de parlamentares socialistas, retomarão as viagens e visitas a dez municípios do interior.
O Amazonas possui 62 municípios, com aproximada mente 1,9 milhão de eleitores, sendo que 44% da população que vota está concentrada no interior (869,6 mil) e 56% (1,090 milhão) em Manaus, segundo o TRE (Tribunal Regional Eleitoral).

Ex-prefeito dispara contra adversários políticos

Além de recusar qualquer aproximação política com o grupo do PT e PR nas próximas eleições, o pré-candidato ao governo do Amazonas, pelo PSB, Serafim Corrêa, aproveitou os espaços na mídia, como rádio, jornais, blogs e microblogs para apontar ‘suas armas’ para as administrações atuais do Estado e Município. Para Serafim, o interior do Amazonas está abandonado, não apenas pelo governo, mas também pelos juízes de comarca, defensores públicos, parlamentares, Ministério Púbico e até mesmo pelos prefeitos. “É um cenário de abandono e acontecem situações absurdas. O interior não recebe investimentos.

Não existe rede de abastecimento de água e nem destinação final de lixo. Em Maraã, por exemplo, não se pode utilizar o campo de pouso, por que existe uma lixeira na cabeceira da pista”, comentou.
Serafim não poupou o prefeito Amazonino Mendes, “que inaugurou apenas duas obras iniciadas” por ele, com o dinheiro que ele deixou em caixa, e acusou o prefeito de não cumprir promessas de campanha.
Serafim disse ainda que Mendes anunciou a redução da tarifa de ônibus porque no inicio da atual administração concedeu um reajuste extorsivo, e agora é obrigado a recuar.

Água será resolvida agora

Em entrevista, ontem, Serafim Corrêa explicou que Manaus produz duas vezes mais água do que necessita, tendo problema com a distribuição de água pela cidade. “O que faltava era a tubulação. Antes de deixar a prefeitura, assentamos 200 quilômetro de tubos, restando apenas 400 quilômetros. Depois disso, o problema será resolvido”, assegurou.
O ex-prefeito acusou ainda Amazonino Mendes de ser o culpado pela situação do abastecimento de água em Manaus. “Ele (Amazonino) vendeu a Cosama e a empresa compradora não investiu. A situação só começou a melhorar a partir do repactuamento do contrato, quando ficou definido que a concessionária iria aplicar recursos, a prefeitura iria assentar 600 tubos para distribuição e o governo do Amazonas iria viabilizar uma nova tomada d’água. Os três estão cumprindo o novo acordo e isso vai solucionar o problema”, avisou.

Deputados defendem criação do novo Estado do Tapajós

A expectativa do deputado estadual Sinésio Campos (PT) é que nesta quinta-feira a Câmara Federal vote o Projeto de Lei nº 0731/2000, que autoriza a população paraense a decidir, em forma de plebiscito, sobre a criação do Estado de Tapajós. Natural de Santarém (PA), ele defende a criação do novo Estado que corresponde a região oeste do Pará.
Segundo o deputado, a bancada federal do Amazonas já se mostrou favorável à proposta, que foi aprovada pelo Senado em 2000. Na semana passada, Sinésio esteve em Brasília, acompanhado da prefeita do município paraense de Santarém, Maria do Carmo (PT), que trabalha pela criação do novo Estado, juntamente com outros representantes de entidades que compõem o Movimento pelo Plebiscito do Estado de Tapajós, para articular com os deputados federais a possibilidade de aprovação do projeto de lei.

Segundo Sinésio, os parlamentares amazonenses se mostraram sensíveis a essa questão e acenaram favoravelmente, no sentido de que esse processo vá ao plenário e que seja aprovado.
Na visita que fez a Manaus recentemente, a prefeita Maria do Carmo conversou com representantes da comunidade paraense que vivem na capital amazonense, a fim de pressionar a Câmara dos Deputados a aprovar o projeto.
Vale destacar que a criação do Estado de Tapajós forçaria o Estado brasileiro a fazer uma reformulação geopolítica no Brasil, que mexeria com as unidades federativas.

Assembleia está preparada para custear novas ‘cadeiras’ de deputados

A discussão sobre o possível aumento no número de deputados estaduais e federais para o Amazonas se estendeu à ALE (Assembleia Legislativa do Estado). Segundo o presidente da Casa, Belarmino Lins (PMDB), a ALE não precisará recorrer ao Executivo para reajustar o seu percentual de dotações orçamentárias constitucionais, hoje de 3,8% (estimado em R$ 138 milhões para 2010), por conta do possível aumento do número de deputados estaduais.

O deputado estadual fez esta garantia, hoje, quando acontece a audiência pública, em Brasília, onde será discutida a redistribuição de vagas na Câmara Federal, com a possibilidade de o Amazonas passar de oito para nove deputados federais e de 24 para 27 estaduais, de acordo com o que sinaliza o parecer do ministro Arnaldo Versiani, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), relator da matéria.
“Com esse percentual de 3,8%, assegurados nas leis orçamentárias, a Mesa Diretora trabalhará com o aumento de vagas, e sem nenhum prejuízo de uma política eficiente, competente, de atenção aos deputados para o exercício parlamentar e sem prejuízo das conquistas dos servidores da Casa”, afirmou Belão, em entrevista coletiva, depois de sair da tribuna, onde discursou sobre o assunto e recebeu apartes de apoio de deputados governistas e oposicionistas.

Belão acompanha audiência em Brasília

Uma comitiva de deputados estaduais acompanha Belarmino, onde é esperado que toda a bancada federal do Amazonas esteja presente (oito deputados e três senadores). Segundo o deputado Vicente Lopes (PMDB), o senador Arthur Neto (PSDB) já confirmou presença.
O pedido de revisão das vagas é da Assembleia Legislativa do Amazonas, feito pela primeira vez em 2005, com base em um estudo do hoje deputado licenciado Eron Bezerra (PCdoB), atual titular da Sepror (Secretaria de Produção Rural), e reiterada no ano passado.

Mas Belarmino informou que a Assembleia Legislativa vai insistir no aumento de vagas. “Já solicitamos à Procuradoria que inscreva a Assembleia na grande audiência pública em que será debatido o reajuste de vagas de deputado federal para o Brasil, aumentando a do Amazonas para nove parlamentares. Mas nós vamos levar um material pronto para rediscutir a questão, porque queremos ousar mais: queremos elevar para dez deputados federais”, afirmou. Belarmino Lins sustenta que o Amazonas tem esse direito. “’É um direito legitimo do Amazonas, pelo seu nível populacional, comprovado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Nós já temos a perspectiva de mais uma vaga. Vamos rediscutir na audiência pública, provando que o Amazoans tem direito a dez vagas. Mas se não vierem as dez, nove está de bom tamanho”.
Segundo presidente da ALE, a luta do Amazonas beneficiará outros Estados. É o caso do Pará, que deve ganhar mais três vagas. Ceará, Bahia e Minas Gerais também terão aumento de bancada.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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