Distante 333 quilômetros de Manaus, o distrito de Santo Antônio de Matupi, localizado às margens da BR-230 (Rodovia Transamazônica), no município de Manicoré, reúne todas as condições para se tornar município, com uma economia forte, solo rico em mármore e granito.
O distrito possui uma das economias mais estruturadas do Vale do Rio Madeira, com base na exploração madeireira, criação de gado e produção agrícola cuja arrecadação mensal corresponde a 58% da receita de Manicoré. Segundo o deputado Tony Medeiros (PSL), presidente da Comissão de Assuntos Municipais da Assembleia Legislativa, esses itens de Matupi atendem o projeto de lei complementar 604, de 2010, do deputado federal Vitor Penido (PFL-MG) que disciplina a emancipação de municípios e aguarda votação para este semestre no Congresso Nacional.
Encravado no quilômetro 180 da BR-230, Matupi também é detentor de outras riquezas naturais, como jazidas de granito e mármore que poderão fortalecer a economia de uma cidade que não conhece a miséria e onde o desemprego é zero.
De acordo com os moradores de Matupi, o momento é mais do que oportuno para que se efetive a sua emancipação política e econômica em relação à Manicoré. “É preciso que isso ocorra o quanto antes, pois a cidade não recebe investimentos da prefeitura e tudo o que é feito lá é basicamente com investimento local”, diz Tony Medeiros.
Segundo especialistas em geologia, as jazidas de granito de Matupi estão prontas para serem exploradas. Elas estão à vista, a céu aberto, e os geólogos garantem que a exploração das jazidas vai gerar grandes opções de emprego e renda não apenas para a população local, mas também “para trabalhadores que virão de outras regiões para morar no distrito”.
Potencial
Conversando com jornalistas em reunião promovida pela Comissão da Aleam, os geólogos explicaram que o Brasil possui grandes jazidas de granito e está hoje entre os maiores exportadores dessa matéria-prima no mundo, assim como a produção de mármore que também é pequena.
As maiores jazidas de mármore, disseram os geólogos, são encontradas em regiões de rocha matriz calcária, sendo uma rocha explorada para uso especialmente em construção civil. Comercialmente os mármores são classificados como rochas carbonáticas capazes de receber polimento, com sua composição mineralógica dependendo da composição química do sedimento e do grau metamórfico, possibilitando uma grande variedade de cores e texturas. Sua utilização é voltada para revestimentos interno e externo como tampos, pisos e paredes, mobília, decoração e obras de arte.
O deputado Tony Medeiros, que esteve no local e viu “in loco” as jazidas de mármore e granito, destacou como “fantásticas as riquezas da região, bem como a sua diversidade de pecuária e cultura agrícola”. Tony e membros da Comam, da Aleam, estiveram na localidade para ouvir as lideranças que defendem a transformação da comunidade em novo município do Amazonas. Entre eles figuram os pecuaristas Eduardo Gervásio e Nardelli de Almeida Gomes, unânimes em afirmar que Matupi, há muito tempo deixou de ser apenas uma localidade ao longo da Rodovia Transamazônica.
Sefaz
Conforme o pecuarista Nardelli de Almeida Gomes, “desde 2004, quando começaram a chegar novos habitantes para Matupi, a cidade ganhou nova dimensão, deixando de ser administrada por Manicoré, que ficou sem condições de assistir essa superpopulação proveniente de outros Estados”. Por isso, ele prega a emancipação de Matupi.
Segundo Nardelli, Matupi é um distrito que cresce a cada dia, com novas famílias, empreendimentos, indústrias e a pecuária que bate recorde, sendo o quarto rebanho do Estado. “Dados reais da Sefaz (Secretaria de Estado da Fazenda) dão conta de que Santo Antônio do Matupi colabora com 58% da arrecadação total do município de Manicoré”, afirma o morador.
Para o deputado Medeiros, Matupi possui hoje praticamente toda a infraestrutura urbana e de logística necessária para se tornar município. Para viabilizar esse processo o deputado vai solicitar ao Governo do Estado o envio de uma equipe do PAC (Pronto Atendimento ao Cidadão) para realizar uma “ação de cidadania”, expedindo documentos como carteira de identidade, CPF, título de eleitor e certidão de nascimento.
