Os Estados do Norte apresentaram as taxas de inadimplência mais elevadas do país, sendo seguidos pelas unidades da federação situadas no Centro-Oeste e Nordeste. A informação consta no Boletim Regional, publicação trimestral do BC (Banco Central), divulgado na última sexta-feira.
A taxa de inadimplência na Região Norte alcançou 5,38% em agosto, o que equivale a 1,75 ponto percentual superior ao assinalado em igual mês de 2008. Para as pessoas físicas, o índice chegou a 6,64%. Os principais responsáveis pelo resultado foram os contratos de leasing (arrendamento mercantil), financiamento de veículos e crédito pessoal. O índice das empresas atingiu 4,15%.
O levantamento do BC foi feito com base no CEP (Código de Endereçamento Postal) dos devedores. Foram consideradas operações com saldo superior a R$5 mil, o que representa cerca de 88% dos empréstimos do SFN (Sistema Financeiro Nacional).
No Centro-Oeste, a inadimplência atingiu 5,02% em agosto, elevando-se 2,01 pontos percentuais na mesma base de comparação. No caso das pessoas físicas, o índice ficou em 6,28%, com maior influência dos contratos de leasing e crédito rural. No caso das empresas, a inadimplência chegou a 3,42%. O relatório ressalta que a renda agrícola exerce influência determinante para a ocorrência de atrasos, na região.
Na Região Nordeste ficou em 4,26% em agosto, com aumento de 0,58 ponto percentual. No caso das pessoas físicas, historicamente em patamar mais elevado do que a média do país, o índice atingiu 6,68%.
A maior contribuição para esse aumento veio dos atrasos nos pagamentos dos contratos de leasing. Já as modalidades financiamento de veículos e crédito rural tiveram retração no Nordeste, fazendo com que o aumento em relação a agosto do ano passado tenha sido de 0,38 ponto percentual. Entre as empresas, o índice de inadimplência foi de 2,60%, o menor das regiões para pessoa jurídica.
Modalidades responsáveis
De acordo com o relatório, a inadimplência no Sudeste, que é semelhante à média nacional, concentra mais da metade dos empréstimos concedidos pelo SFN. Nessa região, a inadimplência chegou a 3,79% em agosto de 2009, com aumento de 1,58 ponto percentual na comparação com o mesmo período do ano passado.
Para a pessoa jurídica, o índice de devedores foi de 2,78%, sendo as principais modalidades responsáveis pelo índice o capital de giro, a conta garantida e o cheque especial. No segmento de pessoas físicas no Sudeste, a inadimplência chegou a 5,72%. As operações de leasing, empréstimos vinculados a cartão de crédito e crédito pessoal foram as que impulsionaram a inadimplência na região.
Segundo o boletim, a Região Sul apresentou índice de inadimplência de 3,62% em agosto, com elevação de 1,46 ponto percentual. Para pessoas físicas, houve crescimento de 1,26 ponto percentual, ficando em 4,65%, e para as empresas, de 1,57 ponto percentual, alcançando nível de 2,79%.