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Redução mantida gera alívio

A notícia de que o governo irá manter o IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados) reduzido sobre automóveis e caminhões foi comemorada pelas concessionárias e revendedoras de Manaus. A expectativa era de que as vendas, que já se encontram prejudicadas em função da dificuldade para se obter crédito, caíssem em até 5% neste primeiro momento, podendo passar os 10% em julho, quando ocorreria o segundo aumento.
Para o gerente de vendas da Garcia Veículos, autorizada Chevrolet, Jorge Almeida, com o recuo do governo, as vendas devem apresentar crescimento de 10% no próximo trimestre. Jorge explica que, ao contrário da maioria das marcas, a empresa vendeu 18% a mais de carros nesse 1º trimestre em relação a 2012. Segundo ele, isso acontece porque 2012 foi o ano que a Chevrolet mais lançou modelos novos de automóveis. O medo era de que o aumento do IPI viesse a frear o crescimento das vendas previsto pela empresa. “Estávamos muito preocupados com a queda que isso provocaria, lançamos muitos carros em 2013 e esperamos colher os frutos agora. O aumento do IPI iria quebrar esse crescimento, podendo provocar em vez do aumento, uma diminuição do número de vendas”, explica.
Já o gerente geral da Solimões Veículos, autorizada Volkswagen, Paulo Cunha, não vê o mercado com tanta empolgação, mas demonstra alívio com o recuo. Para Paulo o aumento do IPI poderia provocar uma redução de 5% nas vendas no primeiro momento e até chegar aos 10% posteriormente, mas o problema que deve ser pensado pelo governo é a questão do crédito. “O problema continua sendo o crédito, as pessoas estão deixando de comprar pela falta de crédito e não pelo preço do carro. Acredito que isso evite as quedas, mas de uma maneira muito substancial” opinou.
Segundo nota do Ministério da Fazenda o governo decidiu pelo recuo visando evitar riscos na queda das vendas dos automóveis ao longo do ano. A medida visa incentivar não apenas o setor automotivo, mas toda a cadeia automobilística, como a indústria de autopeças, estofamento e acessórios. Para Paulo a medida foi acertada, mas é necessário mais coragem para resolver o problema da baixa nas vendas que ocorreu ano passado. “O cliente não tem interesse em trocar de carro, por que não encontra crédito e isso é algo que tem que ser visto. O governo acertou em evitar que as vendas caiam. A expectativa é que isso geraria uma queda em torno de 5% agora em abril, mas isso não aumentará o número de vendas que está baixo”, reiterou. Paulo explica que para um carro popular o aumento do preço ficaria entre R$800,00 a R$1.000 e que poucas pessoas deixam de comprar um carro em virtude desta diferença.

Entenda como ficou o IPI

A decisão prevê que o IPI sobre automóveis permanecerá com os mesmos valores pelo menos até o dia 31 de dezembro de 2013. Além do aumento no início de abril também estava previsto outro aumento para o início de julho, que levaria a alíquota do IPI à taxa considerada “normal” pelo governo federal. Com a renúncia, o governo deixará de arrecadar R$ 2,2bilhões com IPI entre abril e dezembro em relação ao que estava previsto.
A estratégia de reduzir o IPI sobre os automóveis começou em maio de 2012 e foi prorrogada até janeiro de 2013, quando ela então voltaria em três etapas de forma gradativa. No entanto, o fraco desempenho das vendas no primeiro trimestre de 2013 motivou a revisão sobre os aumentos previstos. Em nota o Ministro da Fazenda, Guido Mantega, justificou a medida. “A indústria automobilística é muito importante para a economia brasileira. Ela representa 25% da produção industrial. Então, para manter a produção industrial crescendo, é importante que a indústria automobilística continue crescendo”, afirmou.
No dia 1º de janeiro de 2013 foi realizado o primeiro aumento, que elevou o valor do IPI de carros populares, os mais comercializados, que possuem motor 1.0 de 0% para 2%, estava previsto um aumento de 3,5% (que ocorreria a partir de ontem) e 7% no começo do segundo semestre. Para veículos 1.0 a 2.0 a alíquota se manterá nos 8% para carros a gasolina e 7% para carros flex. Para utilitários, a alíquota do IPI permanecerá em 2% até o fim do ano e para veículos acima de 2.0 a alíquota segue inalterada em 25% para veículos a gasolina e 18% para carros flex. Para caminhões a alíquota permanece em 0% como já estava previsto.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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