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Professor e advogado lançam livros sobre a pandemia

Dia 31, sábado, dois livros serão lançados, em Manaus, com estilos díspares, porém, sobre uma mesma situação: a pandemia. ‘Escritos na quarentena: reflexões sobre educação e tecnologia’, apresenta artigos do professor José Augusto de Melo Neto; e ‘Crônicas da pandemia’, mostra as crônicas do advogado Pedro Lucas Lindoso.

“Realizei pesquisas e publicações nos últimos 20 anos sobre tecnologias aplicadas na educação e pude trabalhar em projetos como o Centro de Mídias da Seduc”, falou José Augusto.

José Augusto, “a desigualdade digital foi pior ainda nas áreas rurais” – Foto: Divulgação

‘Escritos na quarentena’ reúne dez artigos sobre educação e tecnologia, escritos durante os primeiros dez meses da pandemia.

“Na educação, o caos provocado pela pandemia se somou às crises pré-existentes, como os altos índices de reprovação e o abandono escolar, agravados pela descontinuidade do ensino. A desigualdade digital foi pior ainda nas áreas rurais”, informou.

Com a experiência da docência, José Augusto sabe que a interação entre aluno e professor é a chave do sucesso de qualquer metodologia, por isso ele destaca o papel de protagonismo dos professores na pandemia, ao fazerem de tudo para manter o atendimento aos alunos, apesar das limitações tecnológicas.

“Nenhum sistema educacional no mundo estava preparado para o que aconteceu, mas as instituições que tiveram a participação direta dos docentes no planejamento das atividades, puderam retomar o atendimento de forma mais eficiente”, disse.

E quem pensa que a internet facilita a vida de todos, se engana. José Augusto mostra que é falsa essa universalização. A infraestrutura precária deixou vulneráveis os alunos mais carentes.

“A recuperação deste cenário é possível, mas lenta. Vai requerer projetos, investimento público e fiscalização da sociedade”, alertou.

‘Escritos na quarentena’ é indicado para gestores das políticas educacionais, pedagogos, professores, estudantes de licenciaturas e pesquisadores sociais.

“Proponho a construção de um debate público visando à melhoria no processo educacional pós-crise e criação de uma agenda de inovação educacional”, concluiu.

O lançamento do livro será online, a partir das 10h, no Face da Valer, e terá um bate-papo com a profa. dra. Luci Ferraz de Mello, doutora em Ciências da Comunicação e pesquisadora da PUC/SP; com o prof. dr. Claudenilson Batista, doutor em Educação pela Ufam; e mediação de Neiza Teixeira, dra. em Filosofia e coordenadora editorial da Valer.

Documento para o futuro

No início da noite, a partir das 18h, e de forma presencial, acontece o lançamento de ‘Crônicas da pandemia’, no Centro Cultural Palácio Rio Negro.

O livro é composto por crônicas escritas por Lindoso principalmente em 2020, em plena pandemia, mas há outras escritas no início de 2021. Todas inspiradas no período de isolamento social.

“O que mais inspira os cronistas são fatos do cotidiano. Nos últimos meses a pandemia foi, indubitavelmente, o assunto mais presente, o fato mais preocupante, em todo o mundo. Como escrevo uma crônica por semana, para o Jornal do Commercio, foi uma consequência natural que muitas delas tivessem a pandemia como pano de fundo”, explicou.

Pedro Lindoso é advogado, aposentado desde fevereiro, então, como os demais advogados, juízes e operadores do direito em geral, não deixou de trabalhar por conta da pandemia, já que o judiciário brasileiro é bastante informatizado. Antes da pandemia já se podia peticionar e protocolar dos escritórios. Muitos juízes sentenciavam e despachavam de casa.

Pedro Lindoso, “a cidade ficou conhecida como o lugar onde a pandemia foi mais perversa” – Foto: Divulgação

“Nesse aspecto, durante o isolamento social não foi nem mais fácil, nem mais difícil escrever minhas crônicas. Refiro-me à questão do tempo. Mas acho que houve uma facilidade em consequência do isolamento. A facilidade se deu porque o cotidiano de isolamento proporcionou muitas inspirações”, revelou.

“O livro é um documento que servirá de subsídio e apoio a estudos que se farão no futuro próximo sobre tais acontecimentos”, escreveu Elson Farias na orelha do livro.

“A pandemia certamente irá embora, é no que cremos, e todos os efeitos devastadores ficarão escritos, indeléveis, ‘tatuados’ na memória”, completou Paulo Queiroz, CEO da Palavra da Terra, editora do livro.

Os temas das crônicas são variados. Uma delas, que Lindoso considera como a mais impactante, é a que escreveu para o aniversário de Manaus, em outubro do ano passado, ‘Manaus, 351 anos de histórias’, na qual afirma que para muitos brasileiros, Manaus só tem rios, matas e caboclos remando canoas, e lamenta a cidade ter ficado conhecida como o lugar onde a pandemia foi excepcionalmente mais perversa.

“Espero que minhas crônicas sirvam de reflexão para os leitores. Alguns dizem que elas são instrutivas. Há os que dizem que aprendem algo. Eu fui professor muitos anos, então, às vezes, fica no sangue essa coisa de ensinar, transmitir, passar conhecimento. Mas meu objetivo principal como cronista é dar prazer ao leitor, diverti-lo. E se minhas crônicas servirem de reflexão para algo positivo, ótimo. Fico feliz. Se alguém diz que aprendeu algo e foi bom. Fico feliz também. E se alguém ri e se alegra, fico mais feliz ainda”, finalizou.

Foto/Destaque: Divulgação

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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