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Processo ou retrocesso? – Parte 2

A partir dos anos 70, predominou-se o Movimento Clas­­­sista, sistema em que en­­­­ti­­­­­­dades de classes, como sin­­­­­­­­­­dicatos e conselhos, orga­ni­­­za­ram-se de tal forma que fi­­­­cou praticamente impossível go­vernar sem suas anuências.

Vinte anos mais tarde, en­­­trou em cena o Tecnocra­tis­­­­mo, modelo no qual um grupo de tecnocratas toma decisões em nome do gover­­no sem considerar as dificuldades de implantação das leis que são publicadas de manei­­ra impositiva. Entretanto, ao analisarmos a real situação em que vivemos, concluiremos que não houve evolução do coronelismo para a fase classista nem, a posteriori, para o período tecnocrata. O que observamos, sobretudo no governo atual, é a mistura de todos os mode­los de governança. Sabidamente, nosso sistema de governo subdivide-se em três Poderes, sendo o Legislativo –que, em tese, tem a obrigação de propor as leis, mas infelizmente por manterem-se no coronelismo, preocupam-se mais em lotear os cargos disponíveis no governo.

Invarialmente, predomina-se o “na minha região eu sou o coronel, na minha região eu tenho voto e, se o governo não der o que eu quero, não vou votar!”–, temos, ainda, o Poder Judiciário, que julga as ações do Legislativo e do Exe­cutivo numa clara ação classis­­­ta (classe política), se não o que dizer do julgamento dos polí­­­­­­­ti­­cos do Mensalão ou da Máfia dos Sanguessugas–, e por fim temos o Executivo –que teo­­­­­ricamente executa o que o Le­­­gis­­­lati­­­vo ‘decide’. Mas, co­mo o Le­­gis­­la­­ti­­­vo não decide nada, nada há para ser executado.

Pois bem, se temos essa mis­­­celânea política em curso, havemos de entender que não temos novas leis para imple­mentar, mas infelizmente is­so não é verdade, porque ain­­­­da temos que falar dos tecnocra­tas, que em geral estão lotea­dos no governo (pelos depu­­­ta­dos) em cargos de segundo­ escalão ou em uma das mui­­­tas agências regulatórias exis­­ten­­tes e que, no caso do segmento farmacêutico, é a Anvisa.

No caso específico da agência, que não tem a incumbência de legislar, os integrantes do colegiado que toma as decisões, muitas vezes de forma arbitrária, possuem características tipicamente classistas. E é nesse emaranhado de mandos e desmandos que se encontra o nosso país; e nós, simples mortais, somos obrigados a aceitar imposições como o SNGPC. Não podemos e não devemos aceitar nada de maneira impositiva. Creio que só exista uma maneira de mudar esse cenário: ignorar os gover­nantes que nos ignoram!

Como integramos a classe representativa de um importante setor da nossa economia, mesmo que pareçamos meros componentes de uma classe oprimida, devemos nos unir cada vez mais. Não podemos aceitar a opressão nem nos comportar de forma submissa, pertencemos a uma classe de empresários cumpridores de suas obrigações, pa­­­ga­­dores de impostos exorbi­tantes, eleitores de governan­tes que deveriam nos repre­sen­­tar, empregadores de milha­­­res de pessoas, enfim, somos a mola propulsora desta nação.

Temos que lutar pelos nos­­­­sos objetivos, em prol do desenvolvimento do nos­­so setor, mesmo que seja neces­­sário praticarmos uma desobediência civil generalizada o que, obviamente, não seria o caminho mais adequado, mas que, de repente, poderia surtir um efeito positivo.

Hipoteticamente, vamos imaginar se todos os empresá­rios do varejo farmacêutico decidissem não aderir ao SN­­­GPC, se nenhuma das cer­­ca de 55 mil farmácias ins­­taladas no país recolhessem­ a taxa para concessão da AF (Au­­torização para Fun­cio­­­­­­­namento) da Anvisa, se ig­­­no­­­­rás­semos as multas que rece­­­bemos em função da não observância dos produtos que podem ser comercializados em nossos estabelecimentos…­ possivelmente, se agíssemos assim, talvez conseguiríamos­ com que os políticos voltas­sem suas atenções para nossos problemas, para nossas necessidades e, então, teríamos soluções mais eficazes e significativas para o segmento.

A única convicção que te­­­nho é que se não f

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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