A comercialização do diesel com 2% de biodiesel nos 250 postos de Manaus, exigida pela ANP (Agência Nacional de Petróleo) desde o dia 1° deste mês, não vai gerar um aumento no preço do combustível. Nem mesmo o custo para trazer o biodiesel de outros Estados vai fazer com que o consumidor pague mais caro para utilizar o “B2” em seu carro, um combustível menos poluente que o diesel de petróleo.
Pelo menos essa é a afirmação do Sindicam (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Lubrificantes, Álcoois e Gás Natural do Estado do Amazonas) e da distribuidora Equador Petróleo, que desde o fim de outubro comercializa o B2 nos 80 postos da rede na região Norte. “O percentual exigido não é suficiente para provocar um aumento no preço do diesel. Além disso, não há previsão de reajuste na Reman (Refinaria Isaac Sabbá)”, considerou o presidente do sindicato, Luiz Felipe Moura.
De acordo com a Equador Petróleo, nem mesmo o ônus logístico para trazer o biodiesel do Tocantins e do Mato Grosso vai aumentar o preço do produto nos postos com a bandeira da distribuidora.
Segundo o gerente comercial da empresa, Hélvio Queiroz, a Equador aplicou R$ 500 mil na adaptação de um reservatório para receber o biodiesel e em equipamentos de medição específicos, um investimento considerado mínimo visto que não foi necessário adequar as bombas dos postos.
“Aproveitamos um reservatório que já tínhamos para armazenar o biodiesel. A mistura é feita na base primária da Equador, de modo que os caminhões são carregados com o B2 na própria distribuidora”, explicou Queiroz.
Já a Atem Distribuidora de Petróleo afirma que não vai ter como ‘segurar’ o preço atual, já que o valor do biodiesel puro conhecido como B100 e necessário para compor a mistura do B2 é bem superior ao do diesel de petróleo. “Nesta semana algumas distribuidoras já elevaram seus preços em até R$ 0,03. Até o fim do mês os custos de composição do B2 chegarão aos postos de combustível, o aumento é inevitável”, assinalou o gerente administrativo da Atem, Ricardo Dias.
Rede está investindo em tanque
Para fornecer o B2 a toda a rede, a Atem está investindo aproximadamente R$ 1 milhão na construção de um tanque de armazenamento de biodiesel, que terá capacidade para 500 mil litros. O reservatório ficará localizado na nova base primária da Atem, que está sendo construída com recursos próprios de R$ 12 milhões na rua Pajurá (Vila Buriti) e deve ser inaugurada no primeiro semestre de 2008.
Com este empreendimento, a Atem terá uma ligação direta com a Reman e não vai mais depender de outras distribuidoras para armazenar seus combustíveis. De acordo com Dias, a distribuidora possui hoje 25 contratos de fornecimento em Manaus e 20 nos municípios do interior do Estado, totalizando 45 postos bandeirados no Amazonas.
Aumentar vendas
Quando disponibilizou o B2 em sua rede de postos, há dois meses, a Equador Petróleo buscava um crescimento de 5% nas vendas do diesel no último trimestre do ano passado, em relação ao mesmo intervalo de 2006. No entanto, o gerente comercial Hélvio Queiroz admitiu que a meta não foi atingida. “Acreditávamos que o lançamento surtiria efeito em função da novidade, mas o consumidor não optou pelo combustível menos poluente”, afirmou.
Queiroz ponderou ainda que o faturamento não cresceu porque a mesma quantidade consumida antes em óleo diesel está sendo consumida em B2.
Combustível reduz gases poluentes
O B2 foi lançado oficialmente pela Equador no dia 28 de novembro. Na ocasião, o gerente geral da empresa, André Borges, frisou que embora o novo combustível fosse até R$ 0,03 mais caro que o óleo diesel comum na distribuidora, ele tem vantagens, como o fato de reduzir entre 3% e 5% a emissão de gases poluentes e materiais particulados responsáveis pela fuligem preta emitida pelos escapamentos dos veículos.
Segundo Borges informou na época, outro benefício usufruído pelos consumidores é que o preço cobrado