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Preço da cesta básica encolhe 2,89%

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Levantamento mais recente do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) mostra que Manaus não conseguiu sair da terceira posição no ranking nacional do preço da cesta básica. Segundo o órgão, o manauense desembolsou, em agosto, uma média de R$ 226 para garantir os alimentos à mesa, 2,89% a menos do que em julho. Entre os itens que obtiveram maior reajuste, em comparação a julho, estão o feijão (+7,02%), o óleo de soja (+1,79%) e o arroz (+1,54%).
Das 17 capitais consultadas pelo Dieese, 13 registraram alta no valor do feijão. Segundo o departamento, o aumento se deve ao atraso no plantio da safra final de 2009, ocasionado pelas chuvas. De acordo com a supervisora técnica do Dieese para a região Norte, Alessandra Cadamuro, o fato de quatro capitais não registrarem alta no preço do feijão se deve ao tipo de grão pesquisado. “O trabalho leva em consideração o feijão de cor marrom, que é o mais consumido”, complementou.
O gerente de produção vegetal do Idam (Instituto de desenvolvimento Agropecuário do Estado do Amazonas), Luis Duerval, salienta que, apesar do incentivo para plantar arroz e feijão na região, a produção ainda é insuficiente para atender à demanda da população. A maior parte dos grãos consumidos vem de Roraima, Rondônia, Mato Grosso e Santa Catarina. Por este motivo, qualquer problema que ocorra nas safras dessas regiões afeta diretamente o mercado local. “Infelizmente, por questões técnicas, nosso arroz não possui a mesma qualidade do cultivado nas outras regiões do país”, acrescentou.
Na pesquisa do Dieese, os preços do tomate, açúcar, banana e farinha apresentaram redução nas prateleiras de feiras e supermercados da capital. O tomate, com queda de 12,41% custando em média R$ 3,60 o quilo, pode sofrer mudanças no preço ainda este ano, conforme o órgão. O motivo é a estiagem prolongada, que pode prejudicar a colheita em algumas cidades, principalmente onde não há irrigação.
Já produtos como a banana e farinha tendem a ter seus valores estabilizados. “Na verdade o que está acontecendo com a banana e com a farinha é que antes eles tinham um preço alto devido a pouca oferta. Agora temos um aumento na safra”, explica Alessandra.

Horas trabalhadas

O Dieese informa que o número de horas trabalhadas necessárias para comprar a cesta básica caiu em Manaus. Em julho, era necessário trabalhar 100 horas e 31 minutos. Em agosto, esse tempo encolheu para 97 horas e 36 minutos.
A cesta básica mais cara registrada pelo departamento continua sendo a de Porto Alegre (RS). Lá, o consumidor pagou R$ 240,90 em agosto, quase 15 reais a mais que o cobrado em Manaus, além de trabalhar cerca de 103 horas e 55 minutos para conseguir a renda necessária para o consumo. O Nordeste teve a cidade com a cesta mais barata em relação às outras 17 capitais. Em Aracaju, a alimentação básica custa R$ 174,96. Os aracajuenses precisaram trabalhar apenas 75 horas e 28 minutos para garantir o sustento mensal.
No cálculo do Dieese, uma família de quatros pessoas, tendo como base dois adultos e duas crianças, necessita de R$ 678,78 para adquirir a cesta básica em Manaus. O valor corresponde a 1,33 vezes o salário mínimo taxado pelo governo federal, que atualmente é de R$ 510. Em julho, o gasto ficou em torno de R$ 699. No entendimento do órgão, o salário mínimo, que leva em consideração gastos com transporte, saúde, higiene, alimentação e lazer, deveria ser de R$ 2.023,89, ou 3,97 vezes o mínimo em vigor.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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