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Polo editorial e gráfico ainda espera deslanchar

A menos de três meses do término do ciclo de produção do Distrito Industrial deste ano, os pedidos ao segmento gráfico e editorial do PIM (Polo Industrial de Manaus) ainda não deslancharam como gostariam os empresários. A demora pode estar atrelada ao fato de somente agora a indústria estar recebendo os pedidos de fim de ano.
Sendo a atividade gráfica considerada um termômetro do mercado é possível que o panorama mude até novembro. A direção do Sindusgraf-AM (Sindicato da Indústria Gráfica do Estado do Amazonas) aposta em novas encomendas, mas reconhece que, enquanto não houver retomada total do crescimento econômico, o setor não vai decolar. A expectativa é que isso ocorra apenas em 2010.
O presidente da entidade, Roberto Caminha, lembra que o setor sofreu o impacto da contração dos mercados, iniciada pela chegada dos reflexos da crise internacional no Brasil, no último trimestre de 2008. O dirigente destacou que a crise prejudicou a atividade gráfica de forma virulenta. “Quando se instala um processo de crise econômica, as empresas param imediatamente de fazer serviços gráficos, o mesmo acontecendo quando o mercado volta a crescer, porque as encomendas acompanham o ritmo fabril”, informou, ressaltando que o setor é o primeiro a sentir a descida da atividade industrial e também o retorno do crescimento.
De acordo com Roberto Caminha, a Copa do Mundo de 2010, é uma ótima oportunidade para as empresas do setor recuperarem os negócios perdidos de 2009. O dirigente aposta nos benefícios que o evento esportivo pode proporcionar as empresas do setor que se prepara para receber, entre outros pedidos, tabelas de jogos.
Mas há quem desenhe um panorama diferente. A Gráfica Ampla, por exemplo, está trabalhando com uma demanda na ordem de 80% da sua capacidade produtiva, perto do que estava no ano passado neste mesmo período. O proprietário da empresa, Célio Novaes disse que o faturamento vem aumentando desde junho e que agosto foi o melhor mês de 2009, embora setembro tenha apresentado pequena queda. “Em outubro, estamos com uma média diária melhor do que agosto”, salientou.
Olhando pelo segmento gráfico, o empresário disse que já há um sinalizador de que a crise global já se foi. “Apesar de que, como falamos em outra oportunidade, não entramos por inteiro nela”, disse, ressaltando que a confiança do consumidor está de volta. “Por esse motivo creio que vamos ter um final de ano muito bom”, completou.
Quanto a recuperar o que foi perdido no primeiro semestre decorrente do desarranjo econômico, Novaes avalia que isso não deve acontecer. “O que podemos fazer é tentar repetir o trimestre final de 2008, além de buscar novos segmentos e oportunidades para o ano que vem”, respondeu, lembrando que, como o Natal é uma época alegre, pode ser que haja uma surpresa positiva no fim do ano.

Patrocínio de embalagens

Hoje, a bola da vez para o segmento é o patrocínio de embalagens, o que ajuda a movimentar o ramo gráfico de Manaus. O proprietário da Benchpsck Embalagens, Marcelo Benchaya, garante que esse tipo de serviço está tendo uma boa aceitação no mercado local, principalmente no ramo de restaurantes, a exemplo de pizzarias.
Mensalmente, a Benchpsck Embalagens entrega 30 mil pizzas em Manaus, todas com o nome dos patrocinadores impressos nas embalagens. Segundo Benchaya, o fluxo de impressos tem aumentado devido à propaganda em caixas de brinquedos, pizzas, tonners e cartuchos. “A maior demanda vem de embalagens para alimentos como pizzarias de grande porte a exemplo da Di Fiore e Távola Redonda”, informou, ressaltando se tratar de uma mídia alternativa que tem crescido assustadoramente.
A Benchpsck Embalagens, empresa de pequeno porte que funciona com dez funcionários, está no mercado há 2 anos e é uma das poucas que atuam com patrocínio de embalagens. “Faz a caixa, vende a publicidade e o cliente paga a conta”, informou.o proprietário da empresa, ressaltando se tratar de um mercado que está se abrindo na capital amazonense.
Benchaya informou que esse tipo de serviço faz um elo entre pizzarias e patrocinadores. “Alguns clientes preferem o nome de suas empresas, outros dos anunciantes, porque não pagam nada”, disse.

Momento é de trabalho, diz Abigraf Nacional

Em recente entrevista , em âmbito nacional, o presidente da Abigraf Nacional (Associação Brasileira da Indústria Gráfica), Alfried Karl Plöger, avaliou que o momento atual é de muito trabalho para empresários do setor, pois, agora, no período após o auge da crise, há muito o que fazer.
O dirigente salientou, contudo, que as dificuldades e restrições na concessão de crédito no Brasil acabaram representando a salvação da economia e dos mercado nacionais, perante a crise financeira internacional. “O sistema financeiro nacional, responsável por altas taxas de juros, que tanto prejudicam o desenvolvimento das micro e pequenas empresas e a vida da classe média brasileira, não estava atrelado aos bancos internacionais que quebraram”, disse, ressaltando que esse fato pode até parecer positivo, mas é, na verdade, uma distorção.
Quanto às projeções para o setor, o presidente da Abigraf citou dados recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) que apontam queda de 1,2% da produção da indústria gráfica brasileira entre julho de 2008 a junho de 2009, e queda de 6,3% na produção no primeiro semestre de 2009, em relação ao mesmo período do ano anterior. Houve um pequeno acréscimo na produção no segundo trimestre de 2009, em relação ao primeiro trimestre (+ 0,4%), mas o resultado ainda é 5,7% inferior ao observado no mesmo trimestre do ano de 2008, quando a crise ainda não havia se espalhado no mundo.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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