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Pecuária do Estado tem recuo nos rebanhos, aponta IBGE

Os rebanhos bovino, suíno, ovino e bubalino do Amazonas sofreram diminuição, entre 2019 e 2020. Puxada por Itacoatiara, a queda na criação de bois, touros e vacas não impediu que o Estado ainda se destacasse como o dono do quinto maior número de cabeças (86.864) em todo o país, representando 5,8% do total nacional. Caprinos, equinos e galináceos, por outro lado, seguiram na direção contrária – sendo que Manaus (2,4 milhões) já figura como nono maior município do país na criação de galinhas. 

O Estado seguiu na contramão da média nacional, que apresentou elevação em todas as atividades. No caso especifico do rebanho bovino, o crescimento se deu pelo segundo ano consecutivo em 2020, após dois anos seguidos em queda. A alta de 1,5% garantiu a marca de 218,2 milhões de cabeças de gado, sendo este o segundo maior número da série histórica da sondagem, iniciada em 1974. É o que revelam os dados da PPM (Pesquisa da Pecuária Municipal) 2020, do IBGE.

O rebanho bovino amazonense partiu de 1.455.842 cabeças, em 2019, para recuar 1,3%, em 2020 (1.437.809). O efetivo do Estado representa apenas 0,7% do total nacional. O Amazonas foi exceção na região Norte, que possui o segundo maior rebanho bovino nacional e também obteve o maior incremento no país (+5,5%), ao chegar aos 52,4 milhões de animais. Mato Grosso (+2,3%), Goiás (+3,5%) e Pará (+ 6,3%), por sua vez, puxaram a alta da média brasileira. 

No caso dos bubalinos, a retração no rebanho amazonense foi de 5%, de 91.164 (2019) para 86.864 (2020) cabeças. Em contraste, o Brasil (+4,8%), assim como a região Norte, avançou nessa mesma comparação. No efetivo de equinos, tanto o Estado (28.884 cabeças), quanto o país (5,96 milhões), apresentaram elevações irrisórias entre 2019 para 2020 (+3,04% e +1,89%, respectivamente), resultados que o IBGE classificou como de “estabilidade”.

Na região Norte, o Amazonas é um dos que possui menor rebanho bovino, ficando à frente apenas de Roraima (879.007 cabeças) e do Amapá (54.296 cabeças). Os cinco municípios amazonenses com maiores efetivos foram Lábrea (319.501), Boca do Acre (226.000), Apuí (160.000), Manicoré (125.400) e Parintins (49.596), sendo que todos registraram alta de produção, entre 2019 e 2020. Itacoatiara (30.912), contudo, sofreu um tombo de 36,5%, e caiu da quinta para a décima posição, no ranking municipal do Estado.

O efetivo de equinos do Amazonas (28.884 cabeças) também é um dos menores do Norte, à frente apenas do Amapá (9.958). Já o rebanho de bubalinos do Estado (86.864) é o terceiro maior do Norte, atrás do Pará (458.145) e do Amapá (9.958). Os cinco municípios amazonenses com maiores criações de búfalos são Autazes – que também aparece na décima colocação do ranking nacional –, Careiro da Várzea (8.050), Barreirinha (7.673), Itacoatiara (6.033) e Borba. Os três primeiros tiveram crescimento ou mantiveram seus rebanhos, mas Itacoatiara recuou 52,2%.

Suínos e galináceos

A pesquisa do IBGE contabilizou 81.877 cabeças de suínos, no Amazonas, em 2020. O número representa uma queda de 9,1% em relação a 2019 (89.338) – após o incremento de 14,6% no levantamento anual anterior. Foi um resultado inverso ao da média nacional (+1,4% e 41,1 milhões). Os maiores produtores amazonenses estão em Apuí (8.600), Parintins (6.940), Envira (6.300), Rio Preto da Eva (5.939) – que puxou a queda (-54,3%) – e Manicoré (5.200). O Estado aparece com o terceiro menor efetivo da região Norte, superando apenas Amapá e Roraima. 

O dado amazonense de caprinos se manteve estável entre 2019 (15.149 cabeças) e 2020 (15.233), findo atrás apenas dos números do Pará e de Tocantins. Já o registro de ovinos do Amazonas apresentou decréscimo de 1,1%, de 41.171 (2019), para 40.732 (2020) cabeças, sendo superior apenas aos de Roraima (27.526) e do Amapá (2.644). 

O Amazonas se saiu melhor na criação de galináceos, que avançou 6%, totalizando 4,4 milhões em 2020, e mostrando recuperação após a retração no levantamento anterior. Em todo o Brasil (1,5 bilhão de cabeças), a expansão foi de 1,5%. O Estado é o terceiro maior produtor da região Norte, ficando atrás apenas do Pará e de Tocantins. O Paraná lidera o ranking nacional, com 26,7% do efetivo total nacional, enquanto a produção amazonense aparece no 23º lugar.

Contabilizadas apenas as galinhas, as estimativas nacionais apontaram para um plantel de 252,6 milhões de animais e aumento de 2% em relação a 2020. Somados, Sudeste (37,2%) e Sul (24,8%) respondem pela maioria absoluta da oferta brasileira, com destaques para São Paulo (21,4%) e Paraná (9,9%). O maior município produtor de galináceos em geral e galinhas em particular é Santa Maria de Jetibá (ES).

O Amazonas (3,6 milhões de cabeças) representa apenas 1,44% da produção nacional de galinhas, embora tenha crescido 12,1% em relação ao ano anterior, em uma curva ascendente iniciada em 2010. Manaus (2,5 milhões) ocupa a décima colocação no ranking nacional de produção de galináceos. Na criação de galinhas (2,4 milhões), está em nono lugar. Iranduba, Manacapuru, Itacoatiara e Rio Preto da Eva estão entre os cinco maiores produtores do Estado, perdendo apenas para a capital amazonense.

“Plantel pequeno”

Sem entrar em consideração em eventuais motivos, o supervisor de disseminação de informações do IBGE-AM, Adjalma Nogueira Jaques, salientou à reportagem do Jornal do Commercio que as quedas pontuais na pecuária do Amazonas não foram significativas para uma mudança relevante no ranking nacional da atividade. 

“Houve uma pequena queda no rebanho, felizmente nada significante. Continua com um plantel de 1,4 milhão de cabeças, sendo que todos os grandes municípios produtores estão localizados no Sul do Estado. Já os búfalos, em nível nacional, ainda representam um plantel bem pequeno se comparado aos bois. Mesmo assim, o Amazonas possui o quinto maior rebanho do país e vem crescendo nos últimos anos. Manaus também se destaca como o nono município do país com a maior plantel de galinhas poedeiras”, listou. 

Em texto postado na Agência de Notícias IBGE, a supervisora da Pesquisa da Pecuária Municipal, Mariana Oliveira, aponta que as altas dos preços do boi gordo e do bezerro, assim como o crescimento nas exportações de carne, contribuíram para o aumento do rebanho, em âmbito nacional. “Havíamos passado por um período de abate de fêmeas, gerando redução no número de animais e bezerros, e isso fez com que o preço da arroba subisse. Hoje, estamos em um cenário de retenção de fêmeas, que são utilizadas para gerar novos animais, recompondo o rebanho”, encerrou.

Foto/Destaque: Divulgação

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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