Os representantes do Sintracomec/AM (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil do Amazonas) e do Sinduscon/AM (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas) se reúnem hoje para discutir o reajuste salarial da categoria. A reunião está marcada para as 16h, na sede do Sinduscon/AM, na avenida Joaquim Nabuco, 1919, Centro.
Os trabalhadores da construção civil reivindicam 14,28% de reajuste salarial para a data-base em 1° de julho, equivalente, de acordo com o Sintracomec/AM, a 6,8% mais 7,48% de ganho real. Além do reajuste, a classe quer discutir a mudança de faixa salarial de cinco trabalhadores: bombeiro hidráulico, ferreiro armador, pedreiro e carpinteiro. “O nosso objetivo maior é a mudança da faixa salarial desses profissionais, que já está há muito tempo defasada. Quanto ao reajuste, estamos abertos a negociações, mas os trabalhadores também querem uma fatia do bolo que as empresas estão desfrutando com o crescimento do setor”, afirmou o presidente do Sintracomec/AM, Roberto Bernarde Adrande.
O diretor de comunicação do Sinduscon/AM, Cláudio Guenka, afirma que a proposta das indústrias será de 5,3% de reajuste, de acordo com o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). “Os reajustes da classe estão sempre de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor, mais que isso eu não acredito que será possível”, adiantou o diretor.
No Amazonas, o setor está otimista diante da volta do crescimento da economia brasileira. De acordo com o Sinduscon/AM, a construção civil espera um crescimento de 10% até o final de 2010, impulsionado pelas obras da Copa do Mundo de 2014, o novo estádio, o monotrilho e as obras para as redes hoteleiras da região.
Segundo as projeções nacionais, a construção civil brasileira deve registrar uma expansão de 8,8% no PIB (Produto Interno Bruto) em 2010, após o crescimento de 1% em 2009.
Vilão dos Acidentes
No último dia 17, as representações do Sinduscon/AM e do Sintracomec/AM se encontraram para iniciar as negociações dos reajustes salariais e, principalmente, discutir situações irregulares nos canteiros de obras.
Segundo o presidente da Sintracomec/AM, Roberto Bernarde, uma das maiores preocupações do Sindicato são os acidentes de trabalhos. Pois, o setor sempre aparece nas estatísticas como o vilão desse tipo de acidente. Ultimamente, conforme Roberto Bernarde, esses acidentes estão mais controlados devido os trabalhos preventivos realizados em parceria com a SRT (Superintendência Regional do Trabalho) e o MPE (Ministério Público Estadual). Esses órgãos ajudam no combate fiscalizando os canteiros de obras e conscientizando construtores.
O representante dos trabalhadores informou, ainda, que as obras mais irregulares, em relação à segurança e qualidade de vida do trabalhador, são as do Estado e Município. Segundo Bernarde, por falta de fiscalização, essas empresas extrapolam as jornadas de trabalho, insalubridade no ambiente, desrespeitam horas de descanso, entre outras coisas. “Há um desleixo por parte delas na hora de cumprir suas obrigações com os trabalhadores”, concluiu.
