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Os 40 anos do Samaúma

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“Quando trabalhei na Estação Costeira da Embratel, a Manaus Rádio, entre 1983 e 1986, atendia às chamadas das mais diversas embarcações navegando pelos rios do Amazonas. Tinha uma, porém, que eu sempre gostava de atender: o Samaúma, barco-escola do Senai, porque o sinal do rádio deles era muito bom fosse em VHF, quando todos os sinais são bons, ou em HF, quando chega cheio de estática”, lembrou o ex-operador de fonia Edson Dourado.

Naquela época o Samaúma era ainda um ‘bebê’, com quatro anos de existência. Hoje, prestes a completar 40, pode-se dizer que é um ‘adulto jovem’, cheio de experiência e histórias para contar.
“Inaugurado em 1979, no próximo dia 17 de fevereiro o Samaúma completará 40 anos de existência sem nunca ter deixado de cumprir o seu papel, que é levar o ensinamento e o conhecimento às populações mais distantes da Amazônia, a partir de Manaus”, contou Teodório Ferreira Filho, gerente da Escola de Ações Móveis e Comunitárias do Senai.

“Apesar de estar chegando aos 40 anos, a embarcação, unidade fluvial pioneira da instituição, surpreende por ser modernamente equipada, com três conveses, além das salas de aulas tradicionais. É uma escola flutuante”, completou.

Nessas quase quatro décadas de atuação, os números do Samaúma surpreendem. “Ele já percorreu 93.465 km, o que corresponde a duas voltas na Terra. Qualificou 53.934 pessoas em 15 cursos profissionalizantes, em mais de 100 viagens”, disse.

Construído em Manaus
Com uma média de cinco viagens por ano, ao longo de seus 39 anos o Samaúma já aportou em 65 municípios no Amazonas (48), Acre (02), Amapá (05), Rondônia (01), Roraima (01) e Pará (08), formando e certificando mais de 51 mil alunos em diversas áreas profissionalizantes, com uma média de 2.500 pessoas/ano atendidas.

“Os cursos mais procurados são os da área de alimentos, informática e mecânica. 90 alunos são atendidos dentro do barco em todos os 15 cursos”, esclareceu. “A programação dos cursos é ministrada no período de dois meses e meio, tempo que a embarcação fica ancorada no porto da cidade”, disse.
“Um orgulho para nós amazonenses é o fato de o Samaúma ter sido construído aqui em Manaus, no Erin (Estaleiro Rio Negro), com tecnologia nossa, já desenvolvida naqueles tempos, final da década de 1970”, informou.

“A embarcação possui seis espaços de aula e laboratórios. Dividimos os cursos em embarcados e não embarcados. Embarcados são aqueles que podem ser ministrados dentro dos espaços de aula, como os cursos de alimentos e informática, por exemplo. Os não embarcados são realizados in loco em algum lugar indicado pela prefeitura. O de pedreiro, por exemplo. Levamos todos os acessórios necessários para as aulas, que são dadas numa escola, num hospital, num prédio público onde os benefícios conseguidos através das aulas servirão para a comunidade, como construir um banheiro, levantar algumas paredes, e atividades assim”, revelou.

“Em cada viagem levamos um coordenador de pedagogia e mais dez docentes. Já a embarcação fica a cargo de um comandante e mais quatro funcionários, quando estamos atracados. Em viagem, esses profissionais chegam a sete”, informou.

“Nesse momento o Samaúma está no Amapá, em mais uma de suas missões, mas estará aqui a tempo de comemorar seus 40 anos, em fevereiro”, adiantou.

Sumaúma II, o moderno
Diante do sucesso alcançado com o Samaúma, em 14 de fevereiro de 2014 o Senai lançou o ‘seu irmão’, o Samaúma II.

Em sua infraestrutura de alta tecnologia naval, o Samaúma II conta com três conveses, além do convés de máquinas, medindo sete metros a mais que o Samaúma I, treze metros de altura, dez de largura, 42 metros de comprimento e com capacidade de deslocamento de até 14 nós de velocidade. Possui ainda sete oficinas/laboratório nas áreas de mecânica, mecânica industrial, tecnologia da informação, energia solar, alimentos e análise de água.

“Os instrutores do Samaúma II ministram cursos gratuitos embarcados e desembarcados em cinco cidades aportadas por ano, capacitando três mil alunos. O barco-escola passa entre dois a três meses em cada lugar, disponibilizando até 34 cursos”, falou.

“Além dos cursos profissionalizantes, a nova unidade fluvial e sua tripulação transmitem conceitos de sustentabilidade como o de aproveitamento e tratamento de águas pluviais e a utilização na embarcação e reciclagem de resíduos sólidos gerados no exercício do ensino/aprendizagem e na utilização da energia solar para aquecimento da água e do fornecimento de até 20% do consumo do Samaúma II”, afirmou.
Com os dois barcos-escola, o Senai Amazonas qualifica em média dez mil alunos por ano. Dessa forma, CNI, Fieam e Senai fomentam o conhecimento pela Amazônia, levando a educação profissional por todo esse território, sempre que forem solicitadas por algum prefeito. Para solicitar as atividades desenvolvidas pelos Samaúma I e II, o prefeito deve oficializar o pedido por meio de carta ao diretor regional do Senai e ao gerente da Escola Senai de Ações Móveis e Comunitárias.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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