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Mulheres constroem carreiras sólidas

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Cada vez mais as mulheres estão conquistando o mercado de trabalho e já atuam em setores antes, predominantemente masculinos, como o da construção civil. Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, a participação do sexo feminino na atividade cresceu cerca de 50% nos últimos anos, e mais de 200 mil profissionais, seja nos canteiros de obras ou como chefes de projetos, engenheiras ou líderes do processo produtivo, trabalham no ramo em todo país. No Amazonas, muitas mulheres também estão pavimentando uma carreira no segmento.

Há oito anos atuando como superintendente do Seconci Manaus (Serviço Social da Indústria da Construção Civil) , Alair de Souza Paula explica que as mulheres têm ingressado cada vez mais no setor. "Trabalhar na construção civil é desafiador, mas hoje com capacitação e tecnologias avançadas, o ambiente se torna propício para as mulheres e em algumas funções elas se saem até melhor", disse. O Seconci possui serviços de prevenção à saúde e segurança do trabalho exclusivo para mulheres.

Essa modernização de equipamentos e dos materiais utilizados em obras está mudando o processo de trabalho e tem ajudado na diminuição das tarefas braçais e tornando os produtos mais leves e práticos, como os formatos pré-moldados. Segundo dados do Sintracomec (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil, Montagem e Manutenção Industrial, Construção e Montagem de Gasoduto e Oleodutos e Engenharia Consultiva de Manaus ), cerca de 20% das profissionais na construção civil são absorvidas pelo mercado em Manaus.

O presidente interino da entidade, José Orlando Lima, reforçou que a tendência feminina vem se consolidando nesse tipo de indústria. "A mulher acaba desempenhando as mesmas funções do homem, mas tem o diferencial de ser mais detalhista no que faz, o que é extremamente vantajoso e traz mais qualidade para o resultado da obra", afirma.

De acordo com ele, se tratando de um trabalho desempenhado na grande maioria por homens, o gênero feminino já venceu o preconceito e se tornou presença natural nos canteiros de obras. "Hoje é super normal encontrá-las desempenhado vários trabalhos, que vão desde pedreira, encarregada de setores, almoxarifado, alvenaria, fachada, engenharias, entre outros", conclui Lima.

Capacitação

Para atender essa demanda, o SENAI vem oferecendo cursos voltados para o segmento da construção civil com intuito de inserir o público feminino no mercado de trabalho. Mais de 5,4 mil mulheres já foram capacitadas pela escola. "As mulheres hoje são requisitadas para trabalhar nesta área da construção civil, por conta de seu perfil de organização, envolvimento, responsabilidade e comprometidas com a qualidade dos seus serviços", destacou a coordenadora de Educação e Tecnologia, Maria do Carmo dos Santos Teixeira.

Entre as capacitações ofertadas estão operador de máquinas de marcenaria; almoxarife de obras; cadista ou assistente admistrativa na construção civil entre outros. "Todos os cursos foram lançados conforme a demanda, onde o interesse do público feminino vêm acompanhando também. Mas o de pedreiro, instalador hidráulico predial; pintor de obras e marceneiro de móveis são alguns dos mais procurados por elas ", disse Maria do Carmo.

A coordenadora também acredita que o avanço de novas tecnologias têm ajudado a inserir as mulheres na área. "Isso foi possível através das diversas ocupações profissionais que incluem especialização de técnica de segurança do trabalho, engenharia civil, arquitetura, técnica em edificações, design, servente, azulejistas, restauração de patrimônio histórico; paisagismo, e principalmente serviços de finalização e acabamento de obras entre outros", finaliza.

O caminho para as trabalhadoras da construção civil ainda é longo, mas já é possível perceber diferenças e avanços ao longos dos anos. E a crise econômica ao mesmo tempo que fechou portas, abriu um leque de oportunidades, no qual as mulheres talentosas e capacitadas podem ser a fundamental para a inovação.
 

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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