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Por mais facilidades nos empréstimos

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Garantias exigidas por bancos na hora de liberar linha de crédito, ainda são barreiras para pequenos e médios empresários, na hora de abrir a própria empresa. Empreendedores reclamam que nem sempre as instituições bancárias disponibilizam linhas de crédito adequadas à realidade dos empresários.
Há 12 anos no setor de comércio e serviços, o empresário Rosemalro Lira tem buscado diferentes formas para investir em seu negócio e manter a saúde financeira da sua companhia. Neste período dentro do mercado, a ferramenta que mais tem se adequado à realidade da sua empresa são os serviços oferecidos por alguns bancos privados. Mas, apesar da agilidade para obter o financiamento, o empresário reclama das altas taxas de juros.

“O tempo de aprovação do financiamento dos bancos privados é muito pequeno e eles facilitam muito o acesso ao crédito. Por um lado isso é bom, porque nós empresários precisamos agilizar a criação da empresa. Mas, em compensação, os juros são muito altos e, querendo ou não, o banco acaba sendo uma espécie de sócio”, disse.

Com o objetivo de expandir as alternativas de custeio dos gastos de sua empresa, Lira recorreu ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), e ressaltou que apesar dos juros baixos oferecidos pelo banco, o prazo estabelecido para quitação do empréstimo ainda é muito pequeno em relação ao tempo que sua empresa gera receita.

“O ambiente empresarial brasileiro é uma faca de dois gumes, principalmente no que diz respeito ao acesso ao crédito. Se por um lado existe menos demora para a liberação do empréstimo e juros altos, por parte dos bancos privados. Do outro, temos os bancos públicos com taxas baixas e com um prazo curto para a quitação da dívida. Minha empresa muitas das vezes demora a obter a receita que atenda ao prazo estabelecido pelo banco”, ressaltou.

O empresário conta que há dois meses fez a solicitação de empréstimo junto ao BNDES e até o momento não conseguiu obter resposta para a sua solicitação. Lira ressaltou que é preciso que o banco crie mecanismos de maior flexibilidade para atender às necessidades do micro e médio empreendedor.
“As negociações do BNDES são feitas de forma indireta, terceirizam para outras instituições financeiras a negociação do empréstimo. Isso é um processo que causa um desgaste muito grande, porque muitas das vezes o empresário depende do retorno do banco credenciado e dependendo do interesse deles, o retorno pode demorar ou não”, afirmou.

Técnicos do BNDES estiveram ontem (6) em Manaus, no auditório da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), para um ciclo de palestras onde foram apresentadas as principais linhas de financiamento para empresas de menor porte. Na ocasião, micros, pequenos e médios empresários consultaram as opções mais adequadas à realidade financeira de sua empresa e puderam tirar dúvidas com os profissionais do banco.

Atuante no mercado de construção e reforma há dois anos, o empresário André Constantino esteve presente na palestra do banco em busca de alternativas para financiamento. Segundo ele, a expectativa é que as linhas de créditos ofereçam facilidades para quem está iniciando na vida dos negócios.

“Meu sócio e eu ficamos sabendo da palestra do BNDES e fomos verificar as linhas que eles oferecem. Ficamos satisfeitos com o que vimos, esperamos que haja facilidade na prática, porque não adianta ter taxas baixas e benefícios se não existem facilidades para tê-las”, disse.

Segundo o empresário, os bancos precisam enxergar os pequenos e médios empresários como parceiros e peças importantes para movimentar a economia. Há dois anos no mercado, o empresário tem encontrado dificuldades principalmente para conseguir garantias para o empréstimo.

“No início de nossa empresa tivemos muitas dificuldades por não conseguirmos garantias para o empréstimo. O banco pediu algum bem para alienar e não tínhamos como fazer isso. Afinal de contas a empresa havia acabado de nascer. Como conseguir recursos? Com muitas dificuldades conseguimos um capital junto aos bancos privados e conseguimos dar o primeiro passo e hoje geramos cerca de oito empregos. Precisamos que o BNDES crie alternativas de darmos garantia. Os bancos precisam nos enxergar como parceiros”, ressaltou.

Segundo o vice-presidente da Fieam, Nelson Azevedo, o evento foi uma grande oportunidade de aproximar o banco dos pequenos e médios empresários para compartilhar informações de negócios. “Novas ofertas de crédito são sempre um forte estímulo para a geração de emprego e renda. Essa palestra do BNDES é uma excelente oportunidade do pequeno e médio empresário tirar suas dúvidas e se informar sobre novas formas de financiamento”, disse.

Segundo o BNDES, o banco fechou 2017 com um gasto de R$ 29,7 bilhões para MPMEs. O valor representa 42% de todos os empréstimos do banco, que é de R$ 70,8 bilhões. O número é recorde da participação das empresas desse porte nos financiamentos desembolsados pelo banco. Foram liberados para capital de giro R$ 7,1 bilhões, dados que representam uma superioridade de 164% em relação a 2016.

Alternativas

A Fieam realizou em fevereiro, a 1ª ‘Rodada de Crédito’. O evento foi mais uma alternativa de financiamento para os empresários que desejam ampliar seus negócios. As rodadas estão entre as ações que estão sendo implementadas pelo NAC (Núcleo de Acesso ao Crédito), lançado em 2017 no Estado, e acontece por meio do CIN-AM (Centro Internacional de Negócios), sob o patrocínio da CNI (Confederação Nacional da Indústria).

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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