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Mulher, da acusação de bruxa à conquista do trabalho

Na visão antropológica, há cerca de mais de um milhão e meio de anos nossa espécie vivia a cultura extrativista coletando e caçando animais de pequeno porte dispensando força física de modo a propiciar que a mulher tivesse um papel mais central revestida duma atmosfera sagrada pelo fato de serem geradoras da vida. A era que sucedeu foi marcada pela caça de grandes animais o que demandou força e destreza masculina, mas ainda assim a mulher continuava detendo o caráter sagrado. Segundo Rose Muraro que escreveu uma breve introdução histórica no livro “Malleus Maleficarum” de autoria dos inquisidores Heinrich Kramer e James Sprenger (1848), com o avançar do tempo as coisas mudaram. “Ao contrário da mulher que possuía o ‘poder biológico’, o homem foi desenvolvendo o ‘poder cultural’ à medida que a tecnologia foi avançando”
A partir da era neolítica o homem passou a ter maior consciência do seu papel reprodutor o que lhe proporcionou controlar também a sexualidade feminina. Na nossa imaturidade e incompreensão de vivermos as diferenças, a mulher parece que sempre foi alvo de descarrego dos males do mundo, isso se acentuou pela caçada às bruxas por quatro séculos na Europa com a queima de milhares e milhares das herdeiras de Eva (principalmente) chegando ao extremo de em alguma cidade só restarem duas mulheres.

Uma fogueira mais recente
Em muitos lugares do mundo no último dia 8 foi celebrado o Dia Internacional da Mulher. Especialmente neste ano completa-se também um século da grande marcha de Nova York que reuniu mais de 15 mil mulheres nas ruas em 1908 sendo um marco dos protestos femininos por melhores condições de trabalho, menores jornadas e melhor remuneração além do direito ao sufrágio universal.
Três anos após a grande marcha, novamente se levantou as vozes do protesto de 146 mulheres. Dessa vez não nas ruas, mas na fábrica Triangle Shirtwaist, também em Nova York. Conta-se que os donos da fábrica e sindicalistas teriam trancado os portões a ateado fogo no prédio para calar o protesto.

Múltiplas jornadas
A mulher tem uma capacidade de perceber múltiplas coisas ao seu redor, de fazer muitas coisas ao mesmo tempo. Essa versatilidade se torna mais latente nos dias atuais onde ela assume funções profissionais, acadêmicas e familiares sem esquecer, é claro, dos cuidados com sua vaidade.
Há pelo menos um pouco mais de 50 anos, o avanço da industrialização no Brasil associado com a mudança urbanística e a queda da taxa de fecundidade propiciaram às mulheres se inserir mercado de trabalho. Desde então vêm “matando um leão” por dia, se esforçando o dobro para mostrar que são tão capazes quanto os colegas do gênero masculino recebendo menos do que eles e sendo alvo de assédio sexual e discriminação.
O fato é que a modernização dos lares no que tange às facilidades das tarefas domésticas propiciaram à mulher aumentar sua produtividade de modo que ela passou a ter mais tempo para se capacitar enquanto profissional e cidadã. Não bastasse às máquinas de lavar roupa, fornos de microondas, secadoras, geladeiras frost free e tantas outras maravilhas do mundo moderno, aliou-se à esse aparato o telefone celular que permitiu uma certa onipresença virtual da mulher em diversos ambientes. Assim, ela pode estar no escritório tocando uma reunião e no intervalo fazer uma ligação para dar coordenadas à sua aliada, a secretária do lar, para ver se as crianças estão bem, se já fizeram a lição, se as compras daquele jantar especial já foram feitas etc.
Eu, por exemplo, tenho como chefe uma mulher que gerencia a manufatura e a qualidade da empresa onde trabalho. Lembro-me de um fato recente de estarmos numa reunião e na pausa para o café ela fez uma ligação rápida do seu celular para saber como estava o progresso da reforma de seu apartamento. Parece-me então, por esse exemplo, que a mulher mesmo ganhando espaço no campo profissional ainda mantém o título de rainha do lar.

Os desafios de hoje
As mulheres ganh

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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