Foi evidente o sucesso das vendas dos automóveis em maio por conta da redução de imposto. Mesmo frente a todos os problemas oriundos da crise econômica, vendeu-se mais 5,4% do que em abril e 2,1% em relação a maio do ano passado, que foi o boom do setor. Indústria produzindo mais, vendas ampliadas, empregos estáveis e o país avançando. É isso que o governo e todos nós brasileiros queremos.
Apesar disso, notícias recentes na imprensa dão conta de novos pedidos, pela indúsria automobilística, de redução de carga tributária para reduzir custos.
Agora chegou o momento de se estender essa ação de redução de impostos a outros setores, como, por exemplo, o de vestuário. Somos o segundo maior empregador do país, com 1,2 milhão de trabalhadores, dos quais 85% são mulheres que ajudam a compor e muitas vezes são as principais responsáveis pela renda familiar. Das cerca de 30 mil empresas que compõem o setor, 90% são micro e pequenas empresas –que geram uma economia forma extremamente pulverizada. Quantas famílias não se sustentam com apenas uma máquina de costura em casa?
Porém esses empregos e empresas correm seriíssimos riscos de sobrevivência. Hoje não dá para trabalhadores e empresários dormirem em paz, já que não se sabe se amanhã haverá pedidos para produção. Os impostos que incidem sobre cada peça de roupa praticamente dobra o valor final aos consumidores. Ou seja, essa camisa, calça ou vestido que o leitor(a) agora veste carrega em suas costuras 42% de impostos –percentual exagerado que reduz em muito a competitividade frente a importações principalmente as da China.
Não há nada de errado na importação. Há, sim, algo de muito preocupante internamente no país com relação aos elevadíssimos encargos tributários e trabalhistas. É como se a indústria brasileira de vestuário entrasse numa corrida tendo que carregar muitos quilos nas costas a mais do que seus concorrentes. Há um desequilíbrio na competição pelo mercado que deve ser corrigido a bem da manutenção de 1,2 milhão de empregos no país.
A vacina que segurou a duras penas a competitividade do produto brasileiro perante o importado nos primeiros meses da crise internacional, a taxa cambial, está perdendo rapidamente sua eficiência (dólar abaixo de R$2,30). Haja visto o dramático aumento de importação de vestuário oriundo da China nos primeiros meses do ano.
É necessário que o governo reveja sua política tributária e ofereça aos trabalhadores, às empresas e aos consumidores brasileiros uma nova forma de incidência de impostos nas roupas –um produto básico a todo cidadão e cidadã. Não é admissível que uma roupa que custaria R$ 40, chegue ao consumidor final por R$ 56,80.
Reformulações tributária e trabalhista são urgentes em todos os setores industriais. Especificamente no vestuário, por ser um setor intensivo de mão de obra. Pois além de preservar mais de um milhão de empregos em toda a cadeia produtiva, estimularia o consumidor a optar pelo produto bom bonito e brasileiro, mas que nem sempre é mais barato que o importado, exclusivamente por uma questão de tributação nacional.
O governo federal, que não tem medido esforços para estimular a economia brasileira e tirar o país da crise, tem agora uma excelente oportunidade para salvar os empregos e às empresas nacionais, ao mesmo tempo em que estimularia o consumo de roupas feitas no Brasil por brasileiros. Menos impostos, mais vendas, mais empregos e mais arrecadação ao próprio Estado.
Menos impostos, maior produção e mais empregos
Redação
Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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