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Manifestação mobiliza amazonenses

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Democrático. Esse adjetivo resume a opinião das lideranças políticas amazonenses em relação aos recentes protestos que mobilizam milhares de pessoas em diversas cidades brasileiras. Melhora no transporte público, combate à corrupção, impunidade, homofobia, gastos públicos com a Copa do Mundo e rejeição à PEC 37 são algumas das diversas bandeiras levantadas pelos manifestantes.
Ao afirmar que considera a manifestação que em Manaus foi pautada pela cobrança ao executivo municipal como democrática, o prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB) lembrou o seu tempo de militância e afirmou que se pudesse também participaria do ato de forma pacífica.
“Eu, se fosse jovem como eles, não iria sentar na rua impedindo ninguém de trafegar, não iria quebrar nada, mas com certeza estaria lá. As pessoas têm o direito de se manifestar ordeiramente. Não vejo com olhos de censura, mas claro que tem que prevalecer a ordem pública e o respeito”, disse o prefeito.
Já o líder do governo no senado, o senador Eduardo Braga (PMDB), enfatizou a importância da tomada de consciência por parte da população em relação às mazelas em todos os campos da sociedade. Para ele, a classe política deverá, a partir de agora, ser muito mais cobrada pela população.
“O povo quer mais, quer mais saúde, quer mais educação, mais segurança pública, melhor mobilidade urbana, melhor transporte coletivo para os nossos brasileiros de Norte a Sul, portanto, o Brasil precisa compreender que está diante de novas demandas”, disse o senador.

Manifestação não é democracia

Mas apesar dos discursos políticos que enaltecem a força da democracia brasileira, para o cientista político Breno Rodrigo Messias Leite estas opiniões muitas vezes não passam de demagogia. Para ele, muitas vezes há uma certa confusão com o termo democracia. O cientista explica que nós temos desde a Guerra Civil Inglesa, que deu origem ao Estado moderno, é uma democracia representativa, ou seja, a participação do indivíduo no Estado se dá por meio da representação nos partidos políticos.
“Quando temos esse tipo de rebelião de massa significa que a democracia está correndo sérios perigos. A ideia de que o povo na rua significa democracia está errada: o povo votando significa democracia. Democracia, para o povo, é ter o controle sobre os mandatos”, esclarece.
Além disso, Breno Rodrigo também reforça uma das principais características do movimento que é diametralmente oposta à ideia de democracia: a aversão à política partidária.
“As manifestações que estamos vendo são muito conservadoras. Elas são, antes de tudo, anti-políticas e anti-partidos. É uma tentativa de questionar a forma de representação política. As instituições executivas e legislativas não funcionam. Então se nada funciona onde está a democracia?”, questiona
Apesar da grande esperança de mudanças do povo brasileiro – e talvez do pânico da classe política – na opinião de Breno Rodrigo, após a onda de protesto cessar, pouca coisa vai mudar. Para ele, a concessão que alguns políticos fizeram, não passou de uma estratégia para acalmar a massa. “
Eu observo que os prefeitos estão atendendo às deliberações, estão fazendo o discurso da hora mas em um segundo momento as coisas vão se normalizar. A rotina da relação entre as empresas privadas e o governo vai voltar ao normal”, acredita.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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