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Mais investimentos na ZFM

O Codam avalia, nesta quarta (20), uma pauta de R$ 2,70 bilhões, com um total de 31 projetos para o PIM, tanto de implantação (13), quanto de diversificação (17) e atualização (1). As propostas previstas na 295ª Reunião Ordinária do Conselho de Desenvolvimento do Amazonas preveem ainda a geração de 1.589 novos postos de trabalho, nos próximos três anos, no Polo Industrial do Amazonas, sendo 1.324 de mão de obra direta na produção, e outros 265 na administração. Há ainda a previsão de aproveitamento de 404 postos por meio de remanejamentos internos das próprias empresas envolvidas.

Lideranças do PIM ouvidas pela reportagem do Jornal do Commercio reforçam que ocorrência regular de reuniões do Codam é uma boa notícia em si, assim como a proposta de investimentos e abertura de empregos. Principalmente diante do atual fogo cerrado sobre a Zona Franca de Manaus, submetida à confirmação do corte de 25% na alíquota do IPI, e ao cancelamento dos créditos de ICMS no Estado de São Paulo. Mas, em virtude da insegurança jurídica levantada por tais entraves, que já foram judicializados, as entidades demonstram mais cautela do que otimismo em relação às próximas reuniões, e alertam que os investimentos previstos podem ou não ser concretizados. 

Esta é a segunda reunião do ano. Caso a pauta seja aprovada na íntegra, o Codam terá dado sinal verde a mais de R$ 3,40 bilhões em investimentos e 2.875 novos empregos neste ano, alocados em 60 projetos. Os números, entretanto, são mais acanhados do que os de 2021. A primeira reunião do ano passado foi suspensa, por força da segunda onda da Covid. Mas, as propostas foram aprovadas ad referendum, e confirmadas no encontro seguinte. No total, o órgão ligado à Sedecti (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação) aprovou 69 projetos, que somaram 3.875 empregos e investimentos próximos aos R$ 15 bilhões. 

A pauta de projetos submetida hoje ao crivo dos conselheiros conta com número de projetos pouco superior à anterior (29), mas superou de longe o encontro de fevereiro em termos de aportes (R$ 705,05 milhões) e empregos (1.286). Como de hábito, o rol de propostas é extenso e diverso, incluindo componentes eletrônicos e de informática, artefatos de joalheria e ourivesaria, artigos de matéria plástica, pneus e peças para veículos de duas rodas, alimentos, produtos de metal, motocicletas elétricas, máquinas e equipamentos eletrônicos, e produtos de limpeza, entre outros.

Implantação e diversificação

Entre os projetos de implantação, o maior volume de investimentos vem da Comércio e Indústria de Pneus Amazônia Ltda., que pretende injetar quase R$ 260,82 milhões, em capital fixo, na fabricação de pneumáticos para motocicletas e bicicletas, nos próximos três anos. A mesma empresa também apresentou a maior previsão de contratações (+445), que inclui a abertura de 379 empregos diretos e outros 66 indiretos. Outro destaque vem da Aiko Indústria e Comércio de Eletrônicos, que está injetando R$ 18,94 milhões em linhas de produção de unidades digitais de processamento de pequeno porte, com estimativa de gerar mais 27 vagas no Distrito Industrial de Manaus. 

Na lista de projetos de diversificação, a proposta com mais volume de capital injetado na indústria incentivada de Manaus vem da Universal Electronics do Brasil Ltda. A empresa projeta controles remoto para condicionadores de ar modelo split, mediante investimento fixo de R$ 13,15 milhões e geração de 28 postos de trabalho (24 diretos e 4 indiretos). A TPV do Brasil Indústria de Eletrônicos Ltda comparece com a iniciativa industrial com a maior abertura de vagas (107), distribuídas entre mão de obra direta (97) e indireta (10). A meta é produzir concentradores primários para S.M.C.M.R.E.E (utilizados para medidores de energia), com aporte fixo de R$ 2,88 milhões, em três anos.

“Modelo exitoso”

O vice-presidente da Fieam e presidente do SIMMMEM (Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Manaus), Nelson Azevedo, avalia que a 295ª reunião do Codam traz uma pauta recheada de projetos, e é uma boa notícia em meio às crises do IPI e do ICMS paulista. “Esse volume de proposições demostra que, apesar de todos os ataques e tentativas de esvaziar as vantagens comparativas da Zona Franca de Manaus, o modelo continua atrativo para novos investimentos, gerando emprego e renda para a população local, bem como investimentos para o nosso Estado”, frisou.

Indagado sobre a pauta, o dirigente destaca as iniciativas de diversificação da Voltz Motors da Amazônia Ltda e da Brudden da Amazônia Ltda. A primeira pretende produzir triciclos elétricos, gerando 68 novos postos de trabalho, ao longo de três anos, com investimento fixo de R$ 709,48 mil – com injeção financeira de R$ 8,81 milhões. A segunda planeja aportar R$ 483,31 mil fixos (e R$ 7,03 milhões de capital financeiro) no mesmo período, para fabricar motocicletas elétricas no parque fabril de Manaus e gerar 25 novos empregos. 

“A Voltz vai fabricar triciclos elétricos, segmento que vai avançando no PIM. Já a Brudden está instalada na ZFM há mais de 20 anos e continua acreditando nas vantagens comparativas e aportando novos investimentos na região. São projetos como esses que adensam o Polo Industrial de Manaus e demonstram que a atratividade do modelo continua em alta, apesar das constantes inseguranças jurídicas geradas. Os novos projetos são todos bem-vindos para oxigenar a economia local e fortalecer esse modelo exitoso, que tanto contribui para a região e para o Brasil”, afiançou.

“Nova realidade”

Mais cauteloso, o presidente do Cieam (Centro da Indústria do Estado do Amazonas), Wilson Périco, salientou que todos os projetos a serem apreciados na reunião de hoje já foram apresentados antes da publicação do decreto federal (11.047/2022) que reduziu a alíquota do IPI sobre manufaturados nacionais e importados. No entendimento do dirigente, a presente pauta do Codam revela uma imagem congelada da ZFM em um momento favorável, mas o panorama pode sofrer modificações nos próximos meses.  

“Independentemente de termos ou não a aprovação desses projetos, a efetivação do investimento também vai passar por novas análises nessas empresas, dentro dessa nova realidade. O fato de termos concentração de projetos industriais demonstra a pujança do Polo Industrial de Manaus antes dessa medida. Vamos ter a oportunidade de acompanhar isso nas próximas reuniões, e confirmar se esse decreto afeta a competividade das empresas instaladas por aqui. Vamos acompanhar”, ressaltou.

Já o presidente da Aficam (Associação dos Fabricantes de Insumos e Componentes do Amazonas), Roberto Moreno, assinalou à reportagem do Jornal do Commercio que prefere não destacar nenhum projeto, por entender que todos têm importância para a ZFM, o Amazonas e o Brasil. Mas se mostrou mais otimista. “Todos os projetos representam empregos e investimentos no modelo ZFM. Acredito que a tendência de médio prazo é de ocorrerem ajustes, e espero que os investidores continuem a confiar e investir aqui.  Vamos aguardar as evoluções dos projetos já aprovados e os de agora, para termos uma melhor leitura do comportamento”, ponderou.

Novo secretário

A 295ª Reunião Ordinária do Codam está marcada para às 10h desta quinta (20), na sede da Fieam, situada na avenida Joaquim Nabuco, 1.919, Centro, zona Sul. O evento será realizado novamente em formato híbrido, sendo presencial para os conselheiros, convidados e imprensa que apresentarem a carteira de vacinação com o ciclo completo da vacina contra a Covid-19. Será transmitido também pelo canal da Sedecti no YouTube (Sedecti Amazonas). é a primeira edição do encontro a ser comandada pelo novo titular da Sedecti, Angelus Figueira.

“Por orientação do governador Wilson Lima, estamos convidando todos os segmentos econômicos para unirmos esforços, buscando alternativas desenvolvimentistas em potenciais setores alternativos ao PIM. A Sedecti deverá intensificar o seu papel catalisador de criação de condições adequadas e favoráveis, através do suporte de encaminhamento da viabilidade técnica qualificada e econômica, sustentada pelo assertivo enquadramento a legislação de incentivos e potencialidades regionais”, encerrou o novo secretário estadual, em texto distribuído por sua assessoria de imprensa.

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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