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Literatus: um império da creche ao ensino superior

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Ainda adolescente, Elaine de Souza Saldanha chegou a Manaus em 1981, vindo de São João da Boa Vista, em São Paulo, junto com a família.

“Meu padrasto havia sido transferido para cá, para trabalhar numa empresa do Distrito Industrial”, recordou.

Na capital amazonense a garota terminou os, hoje, ensinos fundamental e médio sonhando em fazer a faculdade de psicologia, mas acabou se formando em contabilidade, junto com a irmã Eliana, que se formou em enfermagem.

“Em 1991 já estávamos em Manaus há dez anos, formadas, empregadas, mas o nosso desejo era ter um negócio próprio. Pensamos em qual segmento investir e uma creche nos pareceu o mais interessante”, contou.

Naquele ano, Elaine e Eliana, inauguraram a Creche e Maternal Bebê e Companhia, no conjunto Morada do Sol, numa casa alugada, com três crianças de zero a quatro anos.

“Não foi fácil. Apesar de termos funcionários, fazíamos de tudo, desde a recepção até cuidar das crianças. E ainda éramos empregadas. Metade dos nossos salários era usado para pagar contas da creche”, disse.

“Três anos depois, já decidindo se continuávamos com a creche, ou não, resolvemos dar uma última cartada. Saímos dos nossos empregos e, com o dinheiro da rescisão, mudamos para este local, aqui na Paraíba (av. Umberto Calderaro Filho). De imediato passamos a ter 20 crianças. Foi quando as coisas começaram a mudar para melhor, tanto que, pela primeira vez, começamos a ter nosso salário pago pela creche”, revelou.

Em três sedes, 5.200 alunos

Ainda naquele ano de 1994 a creche de Elaine e Eliana, passou de 20 para 80 crianças, agora com idade até seis anos.

“O local tinha piscina e demos início à diversificação dos serviços, como oferecer aulas de balé. Em 1997 compramos o imóvel, parcelado, muitas parcelas. Talvez tenha custado o dobro do que valia, mas o importante é que era nosso. Mandamos reformar e ampliar. O segundo andar passou a receber crianças de até nove anos, para cursar da 1ª a 4ª série”, revelou.

“De 1999 para 2000, já como Centro Literatus, iniciamos o ensino técnico, à noite, com 40 alunos, mas a demanda foi tão grande que logo tivemos que ir para outro prédio, na Constantino Nery. Em pouco tempo chegamos a 700 alunos. Em 2004 atingimos a quantia de 2.500 alunos, somente para o curso de enfermagem, então resolvemos oferecer outros cursos como nutrição, radiologia, análises clínicas, e instrumentação cirúrgica, e abrimos a sede da Pará”, listou.

Mas o sucesso do empreendimento continuava. Em 2005 Eliane projetou e, dois anos depois, lançou a sua faculdade com cinco cursos na área da saúde e um, na de administração. Em sete anos a faculdade chegou a ter 22 cursos, quando ela recebeu uma proposta irrecusável de compra por uma grande universidade.

“Vendi a faculdade, em 2014, e optei por descontinuar a escola, passando a focar somente nos cursos técnicos, auxiliares, de especialização e no EJA”, revelou.

Atualmente o Centro de Ensino Literatus (com este novo nome desde abril) oferece onze cursos nas áreas de ambiente, saúde e segurança; seis na área de gestão e negócios; e quatro na área de indústria e infraestrutura. Pelas suas três sedes, na rua Pará, av. Djalma Batista e av. Umberto Calderaro Filho, circulam diariamente 5.200 alunos.

 

Ponto De Vista 

Elaine Saldanha – mantenedora do CEL

 

Os rumos da educação

Na entrevista a seguir, Elaine Saldanha, que atualmente ocupa o cargo de presidente do Sinepe (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Privado do Estado do Amazonas), explicou que não está satisfeita com os rumos tomados até agora pela educação no Brasil e disse que o que falta é boa gestão, praticamente só nas escolas públicas, descompromissadas com os resultados. Quanto ao ensino técnico, ela comemora a elevação do nível de qualidade dos cursos e a garantia de emprego pelos alunos.    

Jornal do Commercio: Como a sra. observa o atual modelo de educação no Brasil?

Elaine Saldanha: Falta muito para a educação brasileira atingir os melhores modelos existentes no mundo. O Brasil caminha muito devagar nas suas conquistas porque é grande e as tomadas de decisões pelos governantes é lenta, sem falar que o dinheiro existente é muito mal gerido. Falta gestão nas escolas públicas. Se uma escola particular for mal gerida, ela vai à falência. O Brasil ainda não se encontrou com o Ministério da Educação.

JCA sra. concorda que os investimentos na educação devem ser feitos, principalmente, na base, nos primeiros anos de escola?

ES: Com certeza tem que investir na base. O que se vê nos alunos de graduação é o reflexo do que eles tiveram na base. A infância é a fase mais importante da vida. É nessa fase que a família precisa formar os bons valores da criança. A família educa. Se isso não acontece em casa, não é a escola que vai promover essa formação. A escola ensina. Aí vemos na faculdade, alunos que mal sabem ler e muito menos interpretar um texto, correrem pra internet, onde o que se aprende é muito superficial.    

JC: O ensino técnico está tomando a vez da graduação?

ES: Não diria tomando a vez, mas sendo melhor visto do que antes, quando era estigmatizado como aprendizado menor. Hoje os ensinos técnicos seguem padrões internacionais e são de excelente qualidade, sem falar que são práticos, rápidos e com investimento baixo pelos alunos, logo recuperado quando eles arrumam um emprego. E eles não demoram muito a arrumar emprego assim que se formam, em cursos que duram, em média, um ano e meio. No Literatus temos o Núcleo de Empregabilidade, que direciona os formados para vagas em empresas. Depois de empregado o ex-aluno pode bancar uma faculdade para se graduar.

Guia Rápido

Nome: Centro de Ensino Literatus

Fundação: 1991

Segmento: No início creche, depois escola, faculdade e agora ensino técnico

Sedes: Rua Pará, av. Djalma Batista, e av. Umberto Calderaro Filho

Funcionários: 105

Site: www.literatus.edu.br

Telefone: 9 8142-1616 e 9 9136-1230

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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