Pesquisar
Close this search box.

Japão e Manaus: laços fortes e lucrativos

Evaldo Ferreira: @evaldo.am

Fotos: Divulgação

De hoje, 23, até domingo, 25, o Studio 5 Centro de Convenções, no Distrito Industrial, recebe a segunda edição do Jungle Matsuri (Festival da Floresta), o maior festival sobre a cultura japonesa já realizado em Manaus. Durante três dias, com início às 18h, na sexta; e 10h no sábado e domingo, os manauaras poderão conhecer um pouco mais da cultura do povo japonês, que começou a chegar ao Amazonas entre 1930 e 1931, em Maués e Parintins, como agricultores. A partir da década de 1970, com a instalação da Zona Franca de Manaus, outros japoneses vieram, agora implantando grandes indústrias no Distrito Industrial, hoje PIM (Polo Industrial de Manaus).

Em entrevista ao Jornal do Commercio, o cônsul geral do Japão, em Manaus, Masahiro Ogino, destacou a importância de um evento como estes para a boa relação entre o Brasil e o Japão, e comemora o interesse cada vez maior dos manauaras pela língua e cultura de seu país.  

Jornal do Commercio: O Jungle Matsuri foi um sucesso em sua primeira edição e agora, depois de dois anos sem acontecer, está de volta a Manaus. Qual a importância de eventos como este para a boa relação entre Brasil e Japão?

Masahiro Ogino: O Jungle Matsuri foi o primeiro festival de cultura japonesa realizado em Manaus, em 2019, como parte das comemorações do 90º aniversário da imigração japonesa para a Amazônia, e o evento atraiu mais de 30 mil visitantes em três dias. Devido à pandemia, o evento não pode ser realizado em 2020 e 2021, e a segunda edição será realizada agora. A imigração japonesa no Brasil tem uma história de mais de 110 anos, e hoje, a comunidade nikkei (descendentes de japoneses) está se tornando cada vez mais presente e significativa no Brasil, com a atuação destes descendentes em várias regiões brasileiras.

JC: E o Amazonas tem especial destaque nessa imigração.

MO: Sim. O Estado do Amazonas possui a quarta maior comunidade nikkei do Brasil, com uma história de mais de 90 anos desde que os primeiros imigrantes japoneses se estabeleceram aqui na região, entre 1930 e 1931.

JC: Da agricultura a grandes indústrias, os japoneses têm ajudado bastante a economia do Amazonas.

MO: Com certeza. As empresas e a comunidade japonesa também são as mais ativas no Estado, com 40 empresas japonesas atuando no Polo Industrial de Manaus, apoiando o desenvolvimento econômico e tecnológico da região há mais de 40 anos.

JC: E cada vez mais os manauaras se interessam pela língua e cultura do Japão.

MO: Sim. O Departamento de Língua e Literatura Japonesa da Universidade Federal do Amazonas, criado em 2011, desempenha um papel importante na divulgação do ensino da língua japonesa, e atualmente as escolas públicas do Estado também estão ofertando o ensino bilíngue de japonês-português. Assim, podemos dizer que Manaus está se tornando uma área bem ativa no quesito ensino da língua japonesa no Brasil. Desta forma, a cidade possui um forte vínculo com a comunidade nikkei e as empresas japonesas, e o idioma japonês está se tornando cada vez mais familiar na região.

JC: O que o Sr. espera dos resultados do Jungle Matsuri?

MO: Espero que os cidadãos, que nunca tiveram a oportunidade de entrar em contato com a cultura e a língua japonesa, possam se interessar através deste que é o maior evento da cultura japonesa da Região Norte, e que em virtude disso possam aprender mais sobre as atividades da comunidade nikkei local. Eventos como festivais japoneses são realizados em grande escala em São Paulo e demais estados do Brasil, e acreditamos que a promoção e o intercâmbio cultural japonês, em nível regional, através destes eventos é a base para firmarmos uma forte relação entre o Japão e o Brasil. Estou confiante de que o Jungle Matsuri também contribuirá significativamente para fortalecer a relação entre o Japão e o Estado do Amazonas.

Box

Três dias de imersão no Japão

Entre as apresentações do Jungle Matsuri haverá shows musicais com cantores da comunidade nipo-brasileira, como Pamela Yuri, Cintia Nishimura, Bruna Higs, apenas para citar algumas; performances com taikôs, os famosos tambores japoneses considerados a expressão artística musical japonesa mais difundida no mundo, cuja origem data de aproximadamente dois mil anos; praça de alimentação com culinária oriental (sushi, temaki, sashimi, yakissoba, tempurá, rolinho primavera, entre outros); danças típicas; cosplays, exposição de bonsai e jardim japonês; exposição das marcas das indústrias do PIM; workshops de kirigami, mangá, pixel art, culinária, hashi, ikebana, sushi e vestuário yukata; feira de produtos e serviços; espaço para a terceira idade e parque para as crianças.  

***

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar