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Investimento de longo prazo deve chegar a R$ 1,6 tri nos próximos três anos

A infraestrutura nacional precária, sobretudo em transportes, que precisa ser reparada com rapidez para que o Brasil faça uma boa Copa do Mundo em 2014 e a Olimpíada em 2016, deve requerer um avanço de 62,2% nos investimentos de longo prazo nos próximos quatro anos, quando chegarão a R$ 1,6 trilhão, bem acima dos R$ 987 bilhões registrados entre 2006 e 2009. De acordo com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), esses recursos, previstos até 2014, envolvem também a indústria, principalmente projetos dedicados à área de petróleo e gás relacionados à exploração do pré-sal.
“Do total de US$ 2 trilhões de investimentos de longo prazo que o Brasil deve registrar entre 2011 e 2014, cerca de US$ 1 trilhão contará com participação parcial do BNDES para seu financiamento”, comentou o presidente do banco oficial, Luciano Coutinho, no fim de fevereiro, depois de participar do primeiro Fórum do Mercado de Capitais Brasil-China.

Aportes na indústria

De acordo com o BNDES, do total de R$ 614 bilhões que devem ser investidos pela indústria entre 2011 e 2014, 60% terão participação do banco oficial. Dos R$ 318 bilhões programados para a área de infraestrutura, 95% terão a cobertura da instituição federal. Na construção civil, a projeção oficial é de que 42% dos R$ 607 bilhões que serão dedicados ao setor deverão ser desembolsados pelo banco.
Na avaliação do sócio da consultoria Tendências e professor do Insper, Juan Jensen, os subsídios implícitos concedidos pelo governo via BNDES deveriam constar do Orçamento federal. Para ele, o repasse de R$ 55 bilhões pelo Tesouro ao banco oficial neste ano não deveria ocorrer. Ele avalia que investimentos no curto prazo são pressões de alta da demanda, o que pode provocar estímulos adicionais à inflação.
“Dos recursos emprestados pela instituição, 100% deveriam ser dedicados a investimentos novos, o que não ocorre quando são financiados processos de fusão e aquisição entre empresas”, destacou. “Além disso, o repasse de recursos públicos sai de um Estado que não poupa. Ao contrário, sai de um Estado que registra constantemente déficit nominal, que chegou a cerca de 3% do PIB no ano passado”, disse.
Para o professor da Unicamp Fernando Sarti, os investimentos feitos pelo BNDES não devem ser reduzidos, pois isso agregaria maiores dificuldades à infraestrutura do País. “Uma coisa é cortar R$ 50 bilhões de custeio, como o governo propôs. Por outro lado, o repasse de R$ 55 bilhões do Tesouro vai alavancar um montante muito mais expressivo de investimentos privados nos próximos anos, o que será fundamental para ampliar a capacidade de produção nacional e reduzir a inflação no longo prazo”, concluiu.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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