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Indústria de sacolas plásticas busca diálogo na CMM

Na tentativa de evitar um desfalque de 30% no quadro de trabalhadores das 12 empresas de sacolas plásticas, após a vigência da Lei das Sacolas, o  Sindiplast (Sindicato da Indústria de Material Plástico de Manaus) vai recorrer à CMM (Câmara Municipal de Manaus).

De acordo com o diretor do Simplast, Paulo Abreu, empresários do setor comunicaram sobre a necessidade de dispensa no quantitativo dos postos de trabalho, impacto que deve ser ainda maior, caso a Lei municipal 485 de 7 de maio de 2021, Manaus substitua o produto pelas sacolas retornáveis. 

Abreu informa que o  Simplast trabalha no levantamento de dados e na elaboração de documento para envio à CMM. “Logo que nosso presidente retornar a Manaus na semana que vem vamos tentar discutir o assunto e chegar a um consenso entre os setores envolvidos. 

“O Simplast não recebeu nenhum tipo de pedido e nem participou das conversas em torno da elaboração da proposta. Seria necessário para que pudéssemos nos posicionar ou sugerir alternativas de minimizar perdas. Isso é uma falta de respeito com as indústrias que hoje não vivem só de plásticos, mas todas as empresas do PIM (Polo Industrial de Manaus) estão gerando riqueza para Manaus e para os Estado”.

De acordo com Abreu, é necessário priorizar  ações  educativas e incentivar a coleta seletiva pela cidade.“É necessário  buscar alternativas de substituição ou um prazo a mais para adequação e para conseguir estruturar um processo de economia circular e reciclagem. A lei traz prejuízos, principalmente, a população mais carente que terá que custear pelas embalagens”.

Quanto às demissões, o representante do setor diz que o Simplast  conversou com as empresas para segurar possíveis demissões previstas para acontecer nos próximos dias. “Devemos acompanhar os próximos 90 dias, para poder definir o que o mercado responde. A própria CMM está revendo mudanças na Lei, no dia útil depois da vigência”. 

Wilson Périco,  presidente do Cieam (Centro da Indústria do Estado do Amazonas), ficou surpreso com o reflexo da lei na indústria de sacolas plásticas. Para ele, toda e qualquer notícia que traga desemprego desagrada. “Nós sabemos que a maior contribuição que o PIM dar não é a financeira com a arrecadação de tributos de poderes nas três esferas. Mas a contribuição social. Os empregos que geramos aqui. A renda dessas pessoas gira em torno da economia. É o benefício que essas pessoas têm nos empregos que  aliviam os custos da máquina pública. E quando deixa de acontecer é muito preocupante”. 

Périco enfatiza sobre a necessidade de ter mais diálogo no intuito de  verificar medidas e ações. “Ninguém é contra as regras  que visam a preservação do meio ambiente, mas temos que levar em consideração o individuo”. 

Modificações

Em menos de uma semana ao entrar em vigor a Lei já vai passar por mudanças. Uma delas é quanto ao tempo para adequação e limite de valor cobrado para quem quiser comprar esse tipo de material. Para os vereadores a lei foi mal interpretada por alguns empresários que continuaram disponibilizando sacolas de plásticos comuns só que cobrando preços abusivos. Supermercados estavam cobrando até R$ 0,60.

As sacolas plásticas podem ser vendidas ao limite do seu custo, elas não podem chegar a esse valor absurdo, o que está causando um enorme mal entendido entre os consumidores, por isso essas alterações devem ser feitas o mais rápido possível”, explicou o vereador Marcelo Serafim. 

Dentre as alterações está o que os estabelecimentos devem cumprir a legislação

imediatamente. Com a modificação apenas aqueles com mais de dois mil metros quadrados devem parar de distribuir sacolas de plástico gratuitamente, os menores terão mais 180 dias para se adequar.

Outra mudança é quanto às sacolas biodegradáveis. Segundo o PL, este tipo de material poderá ser distribuído gratuitamente até 31 de dezembro de 2023, após isso também será proibido.

Foto/Destaque: Divulgação

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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