Pesquisar
Close this search box.

Incentivos ajudam a manter empregos

A prorrogação dos incentivos fiscais para os setores de duas rodas e plásticos; a redução de 3% para zero na alíquota da Cofins (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social) sobre motos de até 150 cilindradas e a prorrogação do IPI para carros zero são medidas acertadas na opinião de consultores econômicos locais para reduzir os efeitos da crise global que já completou seis meses. No entanto, lamentam que o crédito ainda esteja escasso, principalmente para o consumidor final.
Para o consultor econômico, José Laredo, tais medidas fazem parte da política anticrise, adotada pelo governo na área fiscal para combater o atual cenário econômico. Segundo o especialista, trata-se de uma prática prudente para que os negócios não parem. “O governo precisa manter o mercado aquecido, ou seja, a indústria produzindo e o comércio vendendo. Caso contrário, a situação pode se complicar”, disse, lembrando que a crise saiu do setor financeiro dos Estados Unidos e está atingindo a economia real em todo o mundo – indústrias, comércio, serviços, entre outros setores.

Reversão do quadro

A previsão do economista é que, até o fim do ano, a crise reverta seu curso e o mercado volte à normalidade. A redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), na opinião de Laredo, foi uma medida acertada, assim como a redução da alíquota para motos. “O governo perde na arrecadação por unidade de motos vendidas e ganha pelo volume vendido. Com o imposto menor, o consumidor compra mais”, avaliou.
Com relação ao segmento de motos, o consultor econômico e professor da Ufam (Universidade Federal do Amazonas) Rodemarck Cas­telo Branco tem uma ressalva a fazer. Ele disse que o encolhimento nas vendas não está relacionado ao preço do produto, mas à falta de crédito que continua escasso no mercado. “Os bancos estão extremamente seletivos na concessão dos empréstimos bancários”, disse, lembrando que, por este motivo, o segmento de duas rodas do PIM (Polo Industrial de Manaus), mesmo com os incentivos governamentais, está temeroso diante da crise. “Se o governo possibilitasse mais linhas de crédito para o setor de automóveis, especialmente motos, o benefício dos incentivos governamentais seria maior para o setor”, completou.
Por outro lado, Rodemarck entende que a prorrogação dos inventivos fiscais, em geral, é importante porque garante o emprego dos trabalhadores da indústria local.

Desemprego precisa ser contido, diz especialista

O economista Joacy Bo­telho também entende que a prorrogação dos incentivos fiscais foi uma medida acertada pelo governo estadual e federal, porque a crise não foi superada e os setores fabril e o comercial precisam ser estimulados para se manter funcionando. Ele disse que o desemprego precisa ser contido, do contrário não haverá consumo. “É um ciclo vicioso: se não houver consumo, o comércio não vende, a indústria não produz, o governo não arrecada e a economia para”, disse o economista.

Divulgação do PIB

A maior preocupação de José Laredo é com o PIB (Produto Interno Bruto) do país que, caso se mantenha negativo neste primeiro trimeste –como está sendo dito pelos especialistas econômicos–, se configura uma recessão técnica, levando em conta que no último trimestre de 2008 o resultado foi negativo. “Se em dois trimestres o PIB de um país cresce negativamente é um sinalizador de que o mesmo está tendo uma recessão técnica”, disse.
A expectativa de Laredo é que, com a divulgação do PIB do primeiro trimestre de 2009, que deve acontecer no fim de abril, as projeções atuais sejam desfeitas. Do contrário, avaliou, as autoridades brasileiras terão que lutar para evitar mais um trimestre de crescimento negativo –abril a junho– o que pode será caracterizado como uma recessão de fato.
Se isso acontecer, o especialista teme que esse desestímulo não contamine a criatividade dos empresários e a força dos negócios. “Se o PIB crescer positivamente no segundo e terceiro trimestre de 2009 nos livramos da recessão e o país está livre para crescer novamente”, afirmou.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar