Pesquisar
Close this search box.

Corrente de comércio exterior do Amazonas cresceu pelo quarto mês consecutivo

A corrente de comércio exterior do Amazonas cresceu pelo quarto mês consecutivo, em janeiro, e encostou nos US$ 1.24 bilhão. O incremento veio tanto das importações, que são majoritárias na balança comercial amazonense, quanto das exportações. Houve desaceleração nas vendas externas, que continuaram sendo carreadas por concentrados, motocicletas e itens de alimentação vendidos à Venezuela. As aquisições de insumos estrangeiros para o PIM, por outro lado, cresceram em ambas as comparações. É o que mostram os dados do governo federal, disponibilizados no portal Comex Stat.

As vendas externas do Estado totalizaram US$ 76.65 milhões e foram 27,59% mais fracas do que as de dezembro de 2021 (US$ 105.85 milhões), embora ainda tenham ficado 18,32% acima do registro de 12 meses atrás (US$ 64.78 milhões). As importações totalizaram US$ 1.16 bilhão, correspondendo a um acréscimo de 8,41% ante o mês anterior (US$ 1.07 bilhão) e a uma expansão de 24,10% no confronto com janeiro de 2021 (US$ 934.73 milhões). Na análise anual, o peso total foi 7,48% maior, no primeiro caso (36,48 mil toneladas), e 22,37% superior, no segundo (268,01 mil toneladas).

As importações do Amazonas foram encabeçadas por insumos para o PIM, além de alguns bens finais. Os itens mais adquiridos foram circuitos integrados e microconjuntos eletrônicos (US$ 234.87 milhões), partes e peças para televisores, celulares e decodificadores (US$ 146.55 milhões), óleos de petróleo ou minerais betuminosos (US$ 85.70 milhões), celulares (US$ 66.58 milhões), polímeros de etileno (US$ 58.58 milhões), partes e acessórios para veículos de duas rodas (US$ 44.40 milhões) e embarcações (US$ 40 milhões). Todos os itens da lista tiveram números melhores na variação anual.

A China (US$ 488.58 milhões) voltou a liderar o ranking de países fornecedores para o Amazonas, no mês passado, com alta de 22,41% ante o primeiro mês de 2021 (US$ 399.13 milhões). Os Estados Unidos (US$ 140.32 milhões) se mantiveram no segundo lugar, logo à frente do Vietnã (US$ 99.60 milhões). Foram seguidos por Coreia do Sul (US$ 86.74 milhões), Taiwan (US$ 62.12 milhões), Japão (US$ 50.53 milhões), África do Sul (US$ 29.07 milhões) e Tailândia (US$ 21 milhões). Com exceção do penúltimo, todos os demais países citados avançaram em relação ao dado de 12 meses atrás.

O gerente executivo do CIN (Centro Internacional de Negócios) da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Marcelo Lima, lembra que a valorização do dólar deve ser levada em consideração na análise da balança comercial, e pode fazer diferença no resultado, mas concorda que o ritmo começou mais forte em 2022, embora ressalta que se trata de um movimento predominantemente sazonal. “Houve um aumento mensal porque a atividade começa a aumentar no PIM, a partir de janeiro, para atender a demanda do primeiro trimestre. Isso não constitui nenhuma surpresa”, avaliou.

Concentrados e Venezuela

As preparações para elaboração de bebidas/concentrados (US$ 16.03 milhões) se mantiveram na liderança do ranking das exportações do Estado, ficando 28,24% acima do número do mesmo mês de 2020 (US$ 12.50 milhões). As motocicletas (US$ 7.99 milhões) se mantiveram subindo da quarta para a terceira colocação, sendo precedidas por óleo de soja (US$ 9.34 milhões). Na sequência estão extratos de malte (US$ 6.43 milhões), máquinas e aparelhos de escritório”, como distribuidores automáticos de papel moeda (US$ 5.28 milhão), ferro-ligas (US$ 4.97 milhões) e açúcares e sacarose (US$ 4.64 milhões). A única retração anual veio das motocicletas.

Apesar da presença dos concentrados, motos e “máquinas de escritório” no pódio, os próximos manufaturados do PIM presentes na primeira pauta de vendas externas do Amazonas no ano só aparecem na oitava, nova, 21ª e 25ª posições, respectivamente: aparelhos de TV (US$ 2.42 milhão), aparelhos de barbear (US$ 2.13 milhões), celulares (US$ 367.059) e isqueiros (US$ 260.773). A lista inclui ainda diversos componentes fabris, como circuitos integrados e microconjuntos eletrônicos (R$ 657.356), entre outros.

A Venezuela (US$ 25.28 milhões) renovou a liderança entre os destinos das vendas externas amazonenses, e subiu 100% sobre o dado de janeiro de 2021 (US$ 12.64 milhões). A Argentina (US$ 11.93 milhões) reassumiu a segunda posição, ultrapassando a Colômbia (US$ 7.53 milhões). As colocações seguintes foram ocupadas por Bolívia (R$ 6.94 milhões), China (US$ 5.64 milhões), Estados Unidos (US$ 4.21 milhões), Países Baixos (US$ 1.36 milhões) e Chile (US$ 1.22 milhões), entre outros. Apenas Colômbia e EUA retraíram o volume de compras ante o primeiro mês do ano passado.

“Perspectivas boas”

O gerente executivo do CIN, considerou que a taxa de expansão nas exportações amazonenses não causa surpresa e trata-se de um aumento vegetativo. Marcelo Lima reforça que a Venezuela continua despontando como primeira no ranking em virtude de produtos revendidos por atacadistas locais, mas que não são produzidos na Zona Franca de Manaus, a exemplo de alimentos e produtos de higiene e limpeza. Acrescenta ainda que EUA e China, assim como demais países da América Latina, a exemplo de Argentina e Colômbia, sustentam o nível das vendas externas do Estado.

“Observa-se que, mesmo a despeito da situação da Argentina, ela continua sendo um dos maiores parceiros do Amazonas, assim como Equador, Bolívia e Uruguai estão também aumentando as suas compras da Zona Franca de Manaus, mesmo que de forma gradual. Acredito que, em 2022, as nossas exportações atinjam a barreira de US$ 1 bilhão, mesmo com o ano eleitoral. As perspectivas para o comércio exterior do Amazonas, neste ano, são boas, pois provavelmente os eventos de feiras internacionais deverão ser intensificados”, finalizou.

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar