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Grupo Especial desfila no sábado

É neste sábado (3 de fevereiro), o desfile das oito escolas de samba do Grupo Especial, no Centro de Convenções Gilberto Mestrinho, o sambódromo. O desfile está previsto para iniciar às 20h, com a Unidos do Alvorada entrando na passarela do samba; e o encerramento deve acontecer às 6h30 de domingo (4 de fevereiro) com a Dragões do Império, que volta ao Grupo Especial depois de doze anos. Na quinta-feira (1º) e sexta-feira (2), a partir das 21h, desfilam as escolas dos grupos de acesso B e A.

A Unidos do Alvorada traz o enredo ‘Adetutu, o sonho de uma mãe africana’, contando a história dessa negra que foi trazida ao Brasil como escrava e, durante a viagem no navio negreiro, ela sonha com a origem do mundo criado pelos orixás. Desde 1999 no Grupo Especial, o único título da escola foi conseguido em 2014, com o enredo ‘José Aldo, prata da casa, ouro do mundo’. Tem dois vice-campeonatos e no ano passado ficou em 7º lugar.

Às 21h20 é a vez da Andanças de Ciganos apresentar seu desfile e enredo: ‘Sofia, a arte da sabedoria’. Sofia, ou Sophia, é a deusa da sabedoria e da ignorância. A Andanças de Ciganos é uma das escolas de samba mais antiga de Manaus, tendo começado como bloco ainda na década de 1970, na Cachoeirinha. Está no Grupo Especial desde 1984 de onde já desceu e retornou algumas vezes e permanece lá há dez anos quando foi campeã, em 2014, com o enredo ‘Vou às compras, que legal! Meu destino é a Marechal’. Ano passado a Andanças ficou em 4º lugar.

Às 22h40 é a vez da Compensa com a Vila da Barra e um longo enredo: ‘Quem não vive para servir, não serve para viver. Salve! Salve, sêo dotô, bravo sinhô! O rei da malandragem, sêo Zé Pilintra chegou’. Zé Pilintra é uma entidade da umbanda, surgida no catimbó nordestino. É o guia do povo da malandragem. A Vila da Barra foi 4º lugar ano passado.

Grande campeã

Exatamente à meia-noite a Reino Unido da Liberdade surge na passarela do samba com o enredo ‘Matriarcas. É sobre amar, e teu olhar, meu samba vai te coroar’, homenagem às mulheres que eram da escola e se foram durante a pandemia. Ano passado a escola já havia homenageado Zezinho Corrêa, que também partiu durante a pandemia, e ficou em terceiro lugar. Desde 1992 a escola do Morro da Liberdade está no Grupo Especial já tendo vencido onze vezes, a última vez em 2019, quando repetiu a homenagem a Mãe Zulmira, de 1989.

À 1h20 é a vez da grande campeã do Carnaval amazonense mostrar a que veio. A Mocidade Independente de Aparecida desenvolverá o enredo: ‘O Madeira é testemunha. A floresta berço, luta e suor, união para a eternidade. Aparecida vem mostrar a saga da família Cidade’. Os Cidade iniciaram com o casal Orlando e Jandira Cidade, que saíram do município de Manicoré, às margens do Madeira, rumo a Manaus onde prosperaram e construíram um legado. A Aparecida é uma das escolas de samba mais esperadas no sambódromo, e não só pela sua torcida, devido ao luxo e beleza de suas fantasias, que se repetem desde que a escola passou a integrar o Grupo Especial, em 1981, e conquistou seu primeiro título, depois repetidos por mais 23 vezes, o último ano passado com o enredo ‘A essência… a seiva… a fonte… vitae’.

Às 2h40 chega A Grande Família, com o enredo ‘Kianumaka-Manã, a protetora das flores’. Da mitologia tupi-guarani, Kianumaka-Manã é uma deusa da liberdade também chamada de Deusa Onça, Onça Cabocla e Mulher Onça. A Grande Família representa não um bairro, mas toda a zona Leste de Manaus. Está no Grupo Especial desde 1995. Já foi campeã seis vezes, e vice no ano passado.

Mais antiga e mais nova

Às 4h, a verde e rosa Vitória Régia chega apresentando seu enredo: ‘Arte, magia, samba e reciclagem. Na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma’, um tema bem atual que é a reutilização de tudo o que existe na natureza. A Vitória Régia é a escola de samba mais antiga de Manaus, em atividade, tanto que a Praça 14 de Janeiro, onde fica a sua quadra, é chamada de o berço do samba. A escola está no Grupo Especial desde 1976. Já foi campeã onze vezes, e treze vezes vice. Seu último título é de 2014 e no ano passado ficou em 6º lugar.

Às 6h20, direto do São Jorge, finaliza o desfile do Grupo Especial a Dragões do Império com o enredo: ‘Baobá, rompendo as correntes da escravidão’. Baobá é uma árvore considerada sagrada no continente africano. Conta-se que os negros realizavam um ritual no entorno dessa árvore antes de virem para o Brasil, escravizados. A Dragões do Império tem apenas 20 anos de fundação e esteve apenas uma vez no Grupo Especial, em 2012, quando foi desclassificada. Retorna, agora, depois de ter sido campeã, ano passado, no grupo de acesso A com o enredo ‘Bosquinho Poeta, a estrela poética de um sonhador, hoje reina na Dragões do Império’.      

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Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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