Marcos aparece na história como autor do segundo Evangelho do Novo Testamento, depois de Mateus e antes de João e Lucas, mas o jornalista, e agora romancista Gabriel Andrade contesta isso e afirma, em seu terceiro livro ‘O livro de Marcos’, que esse escritor de tempos passados, na realidade, foi o autor do primeiro dos quatro Evangelhos Canônicos, ou seja, João Marcos teria sido o primeiro biógrafo de Cristo.
‘O livro de Marcos’ será lançado no dia 29, sábado, das 10h às 13h, na Livraria Nacional (rua 24 de Maio, 415 – Centro).
“Marcos foi um discípulo de Pedro, fundador da Igreja de Alexandria. De origem hebraica, seu nome João era hebraico, enquanto Marcos era romano”, revelou Gabriel.
Marcos não é citado nominalmente no Evangelho que escreveu, mas surge no livro de Atos dos Apóstolos e nas cartas apostólicas. Era criança quando conheceu Jesus e foi batizado por Pedro, se tornando seu discípulo, começando a escrever sobre Jesus exatamente nesse período. Seu Evangelho é o mais curto dos quatro, e descreve o sofrimento de Jesus, mostrando-o como o servo enviado por Deus à Terra para salvar a humanidade com seu sacrifício: ‘eis que eu envio o meu anjo ante a tua face, o qual preparará o teu caminho diante de ti’. A morte de Marcos ocorreu em Alexandria quando foi arrastado com uma corda no pescoço, dessa cidade até o porto de Bucoles.
“Um romance épico, ‘O livro de Marcos’ mistura fatos históricos, amor e religião, num passeio pelo século I, alguns anos após a crucificação de Jesus Cristo. Busco revelar aos leitores os segredos da criação do Evangelho de Jesus”, disse.
Jornalista das antigas
Gabriel Andrade é ‘jornalista das antigas’, dos tempos clássicos do jornalismo baré quando as redações eram apinhadas de jornalistas por detrás de máquinas de datilografia; fotógrafos e máquinas fotográficas analógicas com as quais literalmente se fazia a fotografia; revisores, diagramadores e os sempre enraivecidos chefes de redação. Tempo em que os jornalistas saíam da redação, junto com os fotógrafos, em busca da notícia. Mesmo sem internet, os jornais circulavam diariamente.
Gabriel viveu neste mundo por quase 40 anos, chegando a ser presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Amazonas quando os sindicatos ainda tinham alguma força. Trabalhou nos jornais O Jornal e Diário da Tarde (1973/77), A Notícia (1977/79), A Crítica (1979/83), Jornal do Norte (1995/97) e Jornal do Commercio (2006/09). Foi vereador por Manaus (1983/88) e diretor de Comunicação da Câmara Municipal de Manaus, onde trabalhou em diferentes funções, entre os anos de 1974 e 2010, quando se aposentou. Sete anos depois resolveu enveredar pela literatura.
“Não podemos parar de trabalhar a mente, principalmente nós, jornalistas, ou ela atrofia e não conseguimos mais escrever. Por isso resolvi continuar escrevendo, não mais matérias jornalísticas, mas romances”, explicou.
Em 2017 Gabriel lançou seu primeiro livro, ‘As 12 mulheres de Jesus’.
“Foi uma pesquisa que realizei onde listo as doze mulheres citadas no Evangelho, começando com Maria, mãe de Jesus. Como aquela sociedade já era machista, elas são citadas, de passagem, apesar de serem mulheres de recursos, diferente dos doze apóstolos, apenas simples trabalhadores. Maria Madalena, por exemplo, era uma micro empresária, pois possuía uma fábrica de perfumes, enquanto Cláudia Prócula era mulher de Pilatos. Cláudia gostava de Jesus e chegou a acompanhá-lo em algumas caminhadas, mas é citada uma única vez em Mateus, no Novo Testamento”, falou.
Também no espiritismo
Dois anos depois, em 2019, o escritor Gabriel Andrade voltou a ‘atacar’ com o romance ‘Colônia das águas’, na qual romanceia com fatos e ficção o naufrágio da embarcação Sobral Santos, em 1981, na frente da cidade de Óbidos, numa das maiores tragédias fluviais da Amazônia, onde morreram quase 350 pessoas.
“Eu tenho raízes religiosas muito profundas tanto na religião católica quanto na espírita. Em ‘Colônia das águas’ eu conto a história de uma família, um casal e dois filhos, que morreu no naufrágio do Sobral Santos, e foi parar numa colônia espírita onde se reencontram”, contou.
Agora em ‘O livro de Marcos’, Gabriel retorna para a religião católica. Ambientado no ano 70 da Era Cristã, o romance traz os primeiros passos do cristianismo, quando os seguidores de Jesus eram perseguidos e presos. Fruto de uma pesquisa que durou de 2019 até 2022, o escritor leva os leitores a uma viagem no tempo, mostrando a dificuldade de João Marcos em cumprir a missão de escrever o primeiro Evangelho de Jesus. Não bastassem os conflitos pessoais, os personagens enfrentam os efeitos da guerra entre o Império Romano e os judeus, que resultou na destruição de Jerusalém, no século I.
“Além de pessoas reais que fazem parte da história do cristianismo, apresento meus próprios personagens, que vivem histórias de amor, ódio, ganância e religião, típicas de um grande romance literário. Retrato personagens que existiram na vida real e tiveram grande importância na criação do cristianismo como temos hoje”, adiantou.
“É fantástico ver um romance finalizado, mas não escreve para ganhar dinheiro, e sim para evangelizar”, finalizou.
Quem quiser adquirir os livros de Gabriel Andrade pode solicitar pelo: 9 9991-2977.
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