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Entrevista: Médico Marcus Grangeiro defende descentralização da saúde

MARCELO PERES

O cardiologista Marcus Grangeiro participou do podcast do Jornal do Commercio, Frente & Perfil Política. Ele é candidato a deputado estadual pelo Avante. E foi recebido pelos jornalistas Caubi Cerquinho e Fred Novaes, diretor de redação do veículo, para falar de suas propostas levadas ao público na campanha destas eleições.

Grangeiro é remanescente de políticos que fizeram fama no Amazonas. E promete pôr em prática o legado de José Fernandes e Miqueias Fernandes, que por muitos anos atuaram como protagonistas na política amazonense, revezando-se em mandatos, respectivamente, como prefeito e deputados estaduais e federais.

“A política está no meu DNA. E o legado deixado por eles é o que me motiva a buscar melhores dias para a população do Amazonas, que hoje ainda se ressente da falta de compromisso de políticos interessados somente na defesa de seus próprios interesses”, diz Grangeiro. “Eles (os Fernandes) fizeram um bom trabalho e saíram de forma honrosa. E me sinto na obrigação de dar continuidade a essas atividades”, acrescenta o médico.

Cardiologista intensivista, Marcus Grangeiro já dirigiu o Hospital Francisca Mendes, referência no tratamento da área, fazendo atendimento clínico e cirurgias de alta complexidade em Manaus. E afirma ter acompanhado, no seu dia a dia, as dificuldades encontradas para melhorar o serviço ao público.

Segundo ele, há um desperdício de dinheiro por falta de uma melhor gestão. São mais de R$ 2 bilhões destinados para o setor, mas que na prática acabam não resolvendo nada, relegando a segundo plano as principais demandas de pacientes.

“Podem ser R$ 4 bilhões ou até mais. Se os recursos não forem bem geridos, priorizando medidas realmente essenciais, os problemas não serão resolvidos, configurando-se na precariedade que vemos hoje na rede pública de saúde”, afirma o médico.

Grangeiro traz uma proposta revolucionária que é o principal mote de sua campanha  para as eleições de outubro – a implantação do serviço de angioplastia em todos os hospitais que pode salvar a vida de pacientes vítimas de infarto do miocárdio, recurso que não existe, hoje, em toda a rede pública.

“O procedimento é o grande diferencial no atendimento, possibilitando uma intervenção de emergência, com grandes chances de sobrevivência do paciente”, diz o candidato. “Precisamos estender essa operacionalização”, defende.

O problema é que a angioplastia só está disponível em unidades de referência, explica ele. Mas se fosse disponibilizada em todos os hospitais, como alerta em suas propostas de campanha, a possibilidade de o paciente sair praticamente ileso de um ataque cardíaco é extremamente grande.

O candidato também propõe a descentralização do atendimento médico. Hoje, os municípios do interior não contam com tratamento especializado. Casos de maior complexidade e emergenciais só podem ser tratados em Manaus, a capital, onerando custos públicos com transportes de doentes, algo que poderia muito bem ser resolvido se fossem criadas as condições ideais e necessárias para procedimentos nas cidades ribeirinhas.

“O Estado desperdiça muito dinheiro centralizando o atendimento da rede pública só em Manaus. O interior precisa ter UTIs em municípios-polos que garantiriam maior sobrevida a pacientes que apresentem problemas de alta complexidade”, ressalta o médico. “A medicina não se faz só com hospitais. Ela precisa ter alma, toda uma equipe de médicos, enfermeiros e técnicos comprometida em prestar o melhor atendimento”, ressalta.

Seguidor do presidente Jair Bolsonaro (PL), Marcus Grangeiro critica a direção nacional do Avante que decidiu apoiar a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a Presidência da República.

“Não entende como um homem envolvido em tanto corrupção e roubos do dinheiro público possa voltar a disputar um cargo desses. Para mim, o PT não é um partido. É uma quadrilha de ladrões”, avalia.

Em contato com lideranças comunitárias, Grangeiro diz ver a população desmotivada com a política, mas anseia ainda que existam representantes realmente comprometidos em promover os benefícios reclamados por todos – melhorias na saúde, na educação, enfim, nos serviços essenciais da rede pública.

Ele diz que faz sua campanha recorrendo ao seu histórico de atuações como médico, não tendo praticamente financiamento para se tornar conhecido na capital e no interior. “Muita gente sabe do meu compromisso em querer sempre ajudar, algo que é o meu principal diferencial. E quero transferir esse legado para as próximas gerações”, frisa.

Marcelo Peres

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