Pesquisar
Close this search box.

Deputados sugerem CPI na Aleam para investigar queda de ponte em trecho da BR-319

MARCELO PERES

Face: @marcelo.peres  Twitter: @JCommercio 

O desabamento de uma ponte na BR-319 repercute na Assembleia Legislativa do Amazonas. Ontem, alguns deputados estaduais sugeriram a instalação de CPI para investigar o acidente que deixou mortos e feridos, e outros desaparecidos. Os bombeiros ainda mantêm as buscas no local para localizar pessoas vítimas da tragédia, que ocorreu no dia 28 de setembro.

Porém, a estrada está sob os cuidados do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), um órgão federal. E só o Planalto tem competência legal para fazer uma intervenção na rodovia.

Mesmo assim, parlamentares avaliam ser importante investigar as causas que motivaram a queda da estrutura. A sugestão partiu principalmente do deputado Fausto Júnior (UB), que foi eleito para a Câmara Federal.

O parlamentar manifestou a sua insatisfação. “O acidente é resultado de anos de falta de manutenção. Então, é preciso que se faça uma investigação sobre o contexto em que essa ponte caiu, além da verificação de outros trechos que possam ameaçar a vida dos transeuntes na rodovia”, disse ele.

O deputado Sinésio Campos (PT) compartilhou dos mesmos argumentos do colega durante a sessão plenária dessa quarta-feira (5) na Assembleia, cobrando um posicionamento do governo federal.  “A Casa deve tomar uma atitude radical sobre o acidente”, afirmou ele, indignado.

Segundo Sinésio Campos, quase 15 dias antes da tragédia, moradores publicaram vídeos alertando sobre o risco de desabamento da ponte. Ele disse que o Dnit sabia das condições precárias da estrutura, mas mesmo assim não tomou providências. “Vidas foram ceifadas por falta de manutenção e de responsabilidade do governo federal com uma rodovia de extrema importância para a região. São situações recorrentes que merecem o repúdio de todos”, acrescentou o petista.

Foco

Na avaliação de Sinésio Campos, a impossibilidade de tráfego da ponte, que acabou motivando o acidente, deve ser o foco da CPI. A recuperação da BR-319 virou uma lenda urbana na região com tantos imbróglios ambientais. São pelo menos 40 anos de impasse sobre tentativas de liberação das obras.

“Não só ambientalistas dificultam a viabilidade da pavimentação. Um forte lobby de transportes também atua nos bastidores contra a retomada do projeto”, disse Sinésio. “O principal problema é na reconstrução do trecho do meio”, afirmou.

O deputado Abadala Fraxe (Avante) contestou os argumentos de Sinésio. “É uma falácia a teoria de um lobby do transporte aquaviário para a não construção da rodovia. Transportar produtos como os bens produzidos pela indústria da Zona Franca de Manaus é mais barato por meio aquático”, afirmou. E ressaltou. “Quem tem o mínimo de conhecimento logístico, sabe que o transporte fluvial e marítimo são os dois mais baratos do mundo e nunca o modal rodoviário conseguirá abater os custos”.

O deputado Serafim Corrêa (PSB) chamou a atenção para interesses escusos em torno da manutenção da estrada. “São as mesmas empresas que fazem os serviços há anos. E, ironicamente, elas são do Paraná. Ninguém sabe a capacidade técnica desses grupos empresariais. O fato é que a estrada fica trafegável somente durante o verão, ou seja, a empresa responsável pela manutenção não está cumprindo a função corretamente”, denunciou o parlamentar.

Fausto Júnior reafirmou a necessidade de investigar a situação da BR-319 “Precisamos saber quem ganha com o fato de a estrada continuar há 40 anos intrafegável. Existem interesses para que a rodovia fique desse jeito. Um contrato de manutenção de 400 quilômetros de barro e lama é piada, não existe asfalto nos trechos. É ridículo, mas é verdade”, disse.

Marcelo Peres

Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar